Esse movimento no mercado é entendido como Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA) e exige que a empresa recompre uma quantidade necessária das próprias ações.
Mas, espera aí, e os acionistas que têm ações investidas na companhia? Para o professor de finanças Arthur Vieira de Moraes, eles decidem se vendem suas participações ou não.
Isso depende do grau de participação de cada pessoa. Por exemplo, os minoritários dificilmente terão alguma influência sobre a decisão da companhia em sair da listagem da Bolsa, enquanto os acionistas majoritários terão mais poder de decisão.
O que influencia na decisão de venda ou não é o preço. O que define esse valor é um laudo de avaliação feito muito antes do leilão e devidamente comunicado ao mercado financeiro e à Bolsa de Valores.
Segundo o professor, caso o preço das ações oferecidas esteja abaixo do preço praticado no mercado, os acionistas tendem a não concordar com a venda, o que força a empresa a oferecer valores mais altos ou então a abrir outra OPA.
“Ela não pode fechar o capital e vai continuar listada na Bolsa, mas com menos ações do que tinha antes. Nada impede ela de abrir uma nova OPA, que, provavelmente, se oferecer um preço mais alto talvez consiga mais adesão dos acionistas”, diz.
Se a empresa comprar uma quantidade menor de ações que são exigidas pelo CVM – e não ter aderência da maioria dos acionistas, por exemplo – o capital continua aberto na Bolsa até que esse valor mínimo de ativos seja recomprado pela companhia.
Ao fechar capital na Bolsa, a empresa deixa de ter acesso a diversas vantagens, como visibilidade, facilidade de investimento para criar projetos e rolar a dívida. Além de perder cobertura da imprensa e de analistas profissionais.