Apesar de no mês de setembro o real ter sido a moeda que mais se valorizou perante ao dólar, com um avanço de mais de 3%, o saldo do ano não é tão bom.
De 1º de janeiro de 2024 até o fechamento de 17 de outubro, a moeda norte-americana registra 16% de alta.
Neste período, a taxa Selic no Brasil baixou de 11,75% para 10,50%, e depois voltou a subir para 10,75%.
Enquanto isso, a taxa de juros dos EUA foi reduzida em 0,50 ponto porcentual, para a faixa entre 4,75% e 5,00% ao ano. Porém, essas mudanças não parecem ter surtido efeito no câmbio.
Os juros importam no tema câmbio porque o diferencial entre as taxas cobradas aqui e as taxas norte-americanas é um fator importante na precificação do dólar na comparação com o real.
José Alfaix, economista da Rio Bravo Investimentos, diz que a moeda local tem sofrido especialmente com o controle da dívida pública.
Já para Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, a valorização do dólar em relação ao real este ano está ligada também à saída de dólares do Brasil.
De acordo com Eyng, para reverter essa tendência e permitir a valorização do real, é essencial que medidas fiscais rigorosas sejam implementadas.
“Somente assim o governo poderá reconquistar a confiança do mercado e, consequentemente, provocar uma desvalorização do dólar”, destaca.