Investir melhor

A aposta do seu vizinho pode estar acabando com seus investimentos


Carol Stange, colunista Bora Investir. Fonte: Arquivo pessoal.

Carol Stange

Planejadora financeira e consultora independente de investimentos, Carol Stange atua como multiplicadora do programa “Eu e meu dinheiro” do Banco Central e acumula as certificações CEA (Anbima) e CNPI-T (Apimec), além de ser Consultora CVM, criadora da marca “Como enriquecer seu Filho” e cofundadora do Instituto de Educadores Financeiros.


Você já percebeu como no churrasco de domingo sempre tem alguém que “descobriu” o próximo investimento imbatível? O cunhado garante que determinada ação “vai explodir”. O vizinho do 502 jura que todo mundo do prédio está comprando aquele fundo imobiliário. Sempre existe alguém com a promessa do momento.

Parece uma cena divertida – até que ela começa a custar caro.

Quando o churrasco sai caro

Certa vez, atendi um cliente que havia comprado um pacote de ações só porque o chefe jurava que era “o investimento do momento”. Ele não sabia ao certo o que a empresa fazia, não tinha olhado o balanço nem se perguntou se aquele risco fazia sentido para ele. Quando veio a primeira queda, vendeu no pânico – e o prejuízo foi inevitável.

Esse é o retrato perfeito do comportamento de manada: investir pelo entusiasmo dos outros, não pela convicção própria.

Por que seguimos a manada?

A resposta é simples: porque dá conforto. Se tanta gente está comprando, parece seguro. Mas no mercado financeiro, segurança não está na quantidade de pessoas apostando no mesmo ativo. Está nos fundamentos, no alinhamento com os seus objetivos e na clareza sobre os riscos que você está disposto a assumir.

Seguir a multidão dá sensação de proteção no curto prazo. Mas, no longo prazo, quase sempre sai caro.

O que realmente importa

Investir não é sobre “adivinhar a aposta da vez”. É sobre planejamento, diversificação e constância. Antes de colocar o dinheiro em qualquer ativo, faça três perguntas simples:

  • Isso faz sentido para o meu objetivo?
  • Cabe no meu horizonte de tempo?
  • Se cair, eu sei o que estou comprando ou vou vender no medo?

O vizinho não paga suas contas

No fim, o churrasco acaba, a conversa some… mas o prejuízo, se houver, fica na sua conta.

E essa é a lição: seguir a dica do vizinho pode até render assunto para a mesa, mas dificilmente vai render patrimônio.

Construir riqueza de verdade é parar de olhar para o que os outros estão comprando – e começar a olhar para o que realmente serve para a sua vida.

As opiniões contidas nessa coluna não refletem necessariamente a opinião da B3

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