Investir melhor

Dividendos de lembranças: o retorno que nenhum investimento pode substituir


Carol Stange, colunista Bora Investir. Fonte: Arquivo pessoal.

Carol Stange

Planejadora financeira e consultora independente de investimentos, Carol Stange atua como multiplicadora do programa “Eu e meu dinheiro” do Banco Central e acumula as certificações CEA (Anbima) e CNPI-T (Apimec), além de ser Consultora CVM, criadora da marca “Como enriquecer seu Filho” e cofundadora do Instituto de Educadores Financeiros.


Já vi muitas pessoas dedicarem anos construindo um patrimônio sólido, planejando cada centavo para garantir um futuro tranquilo. Mas, em várias dessas histórias, há um padrão: a vida real ficou em segundo plano. Viagens adiadas, encontros esquecidos, momentos deixados para depois. Tudo em nome da segurança financeira. Mas aqui vai uma provocação: de que adianta um saldo crescente na conta se os anos que passaram não deixaram lembranças?

Investir dinheiro é essencial para garantir liberdade e tranquilidade no futuro. Mas e investir em experiências? No meio da busca por um portfólio robusto, muitas vezes esquecemos que o tempo não cresce como os juros compostos. E, no final, os dividendos que realmente importam são aqueles que trazem histórias, risadas e momentos inesquecíveis.

Acumular dinheiro sem acumular vida: o perigo silencioso

Existe um erro comum entre investidores: esperar o “momento certo” para começar a aproveitar a vida. O problema? O tempo não segue a mesma lógica dos investimentos. Ele não espera.

Já acompanhei clientes que passaram décadas construindo patrimônio, esperando a aposentadoria para viver com liberdade. Quando finalmente chegaram lá, perceberam que haviam perdido algo insubstituível: os anos em que poderiam ter vivido experiências com os filhos pequenos, os amigos próximos, os pais ainda cheios de energia.

Isso não significa que você deve gastar sem critério. O ponto é outro: seu dinheiro deve trabalhar para te proporcionar uma vida que valha a pena ser lembrada.

Investir para quê? Seu dinheiro está alinhado com seus valores?

Muitos acreditam que segurança financeira é o grande objetivo, mas esquecem que tranquilidade não se resume a um saldo robusto. Pesquisas mostram que experiências trazem mais felicidade do que bens materiais. Aquela viagem inesperada, um jantar especial ou um momento marcante com quem você ama são investimentos que nunca se desvalorizam – pelo contrário, eles pagam dividendos emocionais pelo resto da vida.

A questão é: você está investindo para acumular dinheiro ou para construir uma vida que realmente faça sentido para você?

O verdadeiro retorno sobre o investimento

Isso não é sobre gastar por impulso ou deixar de lado a responsabilidade financeira. É sobre equilíbrio. Se você já estruturou uma estratégia financeira eficiente, talvez seja a hora de refletir: o que está esperando para viver algumas das experiências que sempre desejou?

Porque no final, o extrato bancário não contará sua história. Mas suas memórias, sim.

Se você quer um plano financeiro que equilibre segurança e qualidade de vida – sem sacrificar o presente –, eu posso te ajudar. Porque investir bem não é apenas sobre números. É sobre garantir que, quando olhar para trás, seu saldo emocional seja tão forte quanto seu patrimônio financeiro.

As opiniões contidas nessa coluna não refletem necessariamente a opinião da B3

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