Organizar as contas

Plano de saúde não é despesa. É blindagem financeira


Carol Stange, colunista Bora Investir. Fonte: Arquivo pessoal.

Carol Stange

Planejadora financeira e consultora independente de investimentos, Carol Stange atua como multiplicadora do programa “Eu e meu dinheiro” do Banco Central e acumula as certificações CEA (Anbima) e CNPI-T (Apimec), além de ser Consultora CVM, criadora da marca “Como enriquecer seu Filho” e cofundadora do Instituto de Educadores Financeiros.


Se eu perguntasse agora qual é o maior risco financeiro da sua vida, o que responderia? Um mercado em queda? Um investimento ruim? Uma recessão?

A maioria das pessoas pensa nesses riscos, mas ignora aquele que pode arruinar qualquer planejamento financeiro da noite para o dia: um problema de saúde.

Já vi clientes disciplinados, investidores experientes, gente que planejou cada detalhe da aposentadoria… mas que perdeu tudo (ou bem perto disso) porque subestimou o impacto financeiro de um problema de saúde.

Há basicamente dois tipos de pessoas no mundo

Quando o assunto é saúde, existem dois tipos de pessoas:

  • As que se preparam para problemas de saúde, garantindo que terão segurança quando precisarem.
  • As que deixam para pensar nisso depois — e, quando percebem a importância, já estão lidando com as consequências.

Já vi pais passarem décadas construindo um patrimônio, tijolo por tijolo, investimento por investimento, pensando em garantir uma velhice tranquila e deixar algo para os filhos. Planejavam pagar a faculdade, dar uma ajuda na compra do primeiro imóvel, proporcionar segurança para o futuro da família.

E, de repente, por um infeliz diagnóstico, os planos precisaram mudar.

Primeiro, resgataram parte da reserva. Depois, venderam o carro. Em seguida, foi o apartamento. O dinheiro, que antes representava tranquilidade, agora servia para cobrir despesas médicas inesperadas.

O que mais pesava não era ver o saldo diminuindo. Era perceber que décadas de esforço foram comprometidas porque faltou um plano para proteger o que foi construído.

E tudo isso poderia ter sido evitado. Porque, no fim das contas, o maior risco não está no imprevisto em si — mas na falta de preparo para lidar com ele.

Plano de saúde é blindagem financeira

Muita gente acredita que uma boa reserva de emergência basta para cobrir qualquer despesa médica. Mas a realidade é bem diferente:

  • Uma cirurgia de alta complexidade pode custar centenas de milhares de reais.
  • Uma internação prolongada pode exigir um desembolso mensal maior do que um aluguel.
  • Tratamentos contínuos podem consumir recursos mais rápido do que qualquer outro imprevisto financeiro.
  • E se a vida resolver testar seus limites com dois imprevistos ao mesmo tempo? Sua reserva será suficiente?

O dinheiro que levou décadas para ser construído pode evaporar em meses.

Mas plano de saúde está Caro! O que fazer?

Sim, os planos de saúde estão cada vez mais caros. Mas existem algumas formas de otimizar esse custo:

  1. Escolha um plano adequado ao seu perfil: Nem sempre o mais caro é o melhor para você. Avalie suas necessidades.
  2. Considere planos empresariais ou coletivos: Muitas categorias profissionais oferecem boas opções.
  3. Plano de Saúde Hospitalar: Se um plano completo está fora do orçamento, um plano hospitalar pode ser uma excelente alternativa. Ele cobre internações e procedimentos médicos de alto custo, protegendo você dos maiores riscos financeiros relacionados à saúde.
  4. Crie um Fundo para Despesas Médicas: Mesmo com um plano, alguns custos podem surgir. Ter um valor reservado evita surpresas.

Não se engane: Quem não se prepara, paga o preço mais alto

Adoraria que fosse diferente, mas a verdade é que ignorar essa realidade não faz com que ela desapareça. Se sua saúde está bem hoje, ótimo. Mas esse é justamente o momento certo para se proteger enquanto ainda pode escolher.

E se precisar de ajuda para estruturar um planejamento financeiro sólido, que leve em conta proteção e crescimento, um consultor e planejador financeiro independente pode te ajudar.

Porque o verdadeiro objetivo de construir patrimônio não é só acumular dinheiro, mas garantir que ele estará protegido para o que realmente importa.

As opiniões contidas nessa coluna não refletem necessariamente a opinião da B3

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