Organizar as contas

Seu dinheiro, sua vida: quem trabalha para quem?

O dinheiro, sozinho, não transforma vidas. O que muda tudo é a forma como o utilizamos


Carol Stange, colunista Bora Investir. Fonte: Arquivo pessoal.

Carol Stange

Planejadora financeira e consultora independente de investimentos, Carol Stange atua como multiplicadora do programa “Eu e meu dinheiro” do Banco Central e acumula as certificações CEA (Anbima) e CNPI-T (Apimec), além de ser Consultora CVM, criadora da marca “Como enriquecer seu Filho” e cofundadora do Instituto de Educadores Financeiros.


Eu me lembro de uma cliente que chegou até mim com um sorriso tímido e uma confissão: “Carol, parece que eu vivo para pagar boletos.” Seu desabafo era direto, mas carregava algo mais profundo. Ela trabalhava duro, ganhava bem, mas sentia que sua vida estava sempre um passo atrás do seu dinheiro. Não havia espaço para sonhos, apenas para obrigações.

Perguntei: O que você gostaria de mudar? Ela parou por um instante e respondeu: “Quero viver mais e me preocupar menos.”

Foi o ponto de partida para uma transformação que, na minha opinião, muitas pessoas precisam. Não se tratava de ganhar mais, mas de ressignificar como o dinheiro se conectava com a vida que ela realmente queria levar. Porque, no final das contas, seu dinheiro deve ser o meio, nunca o fim.

Onde está a conexão entre dinheiro e vida?

É curioso como muitas vezes deixamos o dinheiro comandar nossas escolhas, como se ele tivesse vida própria. Fazemos jornadas duplas para aumentar a renda, cortamos pequenos prazeres para economizar, mas nem sempre paramos para perguntar: Para onde tudo isso está me levando? O problema não é o dinheiro — ele é neutro. A questão é se ele está financiando a vida que você realmente deseja ou se está ditando as regras do jogo.

O reencontro com os sonhos

Com minha cliente, começamos a organizar o básico: orçamento, planejamento e clareza sobre os gastos. Mas o que realmente mudou a dinâmica foi a pergunta: Qual é a vida que você quer viver daqui a cinco anos?

Ela percebeu que a maior parte do seu dinheiro estava sendo gasto no piloto automático — contas fixas que cresciam sem questionamento, pequenos luxos que não traziam verdadeira satisfação. A partir dali, criamos uma estratégia para redirecionar os recursos: menos coisas que ocupavam espaço, mais experiências que traziam alegria.

Meses depois, ela me contou que começou a viajar sozinha, algo que sempre teve vontade de fazer. Não porque ganhou mais dinheiro, mas porque aprendeu a priorizar. O dinheiro, finalmente, deixou de ser um peso e passou a ser uma ponte.

Como fazer o dinheiro trabalhar para sua vida?

Talvez você esteja se perguntando: E eu? Como posso sair desse ciclo de correr atrás do dinheiro sem nunca alcançá-lo? A resposta está em três passos fundamentais:

  1. Entenda suas prioridades: Dinheiro é limitado, mas seus sonhos não precisam ser. O que realmente importa para você? Liste o que traz mais significado à sua vida e comece a priorizar.
  2. Planeje com clareza: Uma planilha ou um aplicativo podem fazer maravilhas, mas só funcionam se você tiver clareza sobre para onde quer ir. Defina metas financeiras que estejam alinhadas com seus objetivos de vida.
  3. Busque apoio: Assim como minha cliente, você não precisa fazer isso sozinho. Um planejador e consultor financeiro pode ajudar a alinhar sua estratégia com os sonhos que você quer realizar, transformando o dinheiro em um facilitador — e não em um obstáculo.

Conclusão: Seu Dinheiro, Sua Vida

Essa história me ensinou algo que eu já sabia, mas que, às vezes, precisamos ver na prática para entender: o dinheiro, sozinho, não transforma vidas. O que muda tudo é a forma como o utilizamos. Ele é uma ferramenta poderosa, mas o poder está nas suas mãos.

Então, pare por um momento e pergunte-se: Meu dinheiro está financiando a vida que eu quero viver? Se a resposta for não, está na hora de mudar. E se precisar de ajuda para traçar o caminho, eu estou aqui. Porque no final das contas, a vida é sua, e o dinheiro deve ser um meio para vivê-la plenamente.

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