Investir melhor
O que aprendi no dia em que decidi investir

Cintia Frankfurt
@falando_em_investirFundadora do Falando em Investir, analista CNPI e consultora CVM. Possui ampla expertise em planejamento financeiro e investimentos. Por meio de sua consultoria, orienta as pessoas a investir com segurança, ajudando-as a alcançar seus sonhos e objetivos de vida.
O dia em que resolvi aprender sobre investimentos foi um verdadeiro divisor de águas. Sentei com uma pessoa que já trabalhava no mercado financeiro e fiz a pergunta que parecia mais óbvia para mim: “Afinal, como funciona isso?”. No meu imaginário, eu esperava uma resposta simples e direta, algo como: “Estes são os bons investimentos, estes são os ruins. Aqui você pode investir, aqui não”.
Mas, para minha surpresa (e na época, um pouco de frustração), a resposta foi muito diferente. E foram justamente esses aprendizados, de muitos anos atrás, que me acompanham até hoje e mudaram completamente minha forma de ver o dinheiro. Vou compartilhar os principais com você:
1. Não existe investimento bom ou ruim
Infelizmente (ou felizmente), essa classificação preto no branco não existe. O que define se um investimento é uma boa escolha ou não são dois fatores principais: suas necessidades pessoais e o cenário econômico.
Por exemplo, uma mesma aplicação pode ser excelente para quem não precisará do dinheiro por muitos anos, mas um problema para quem precisar resgatá-lo em pouco tempo. O mesmo investimento pode performar bem em um cenário de juros altos e mal em um ambiente de juros baixos. Ou seja, tudo depende do contexto.
2. Diversificação é a chave
Já que é praticamente impossível prever o futuro da economia, apostar tudo em um único investimento é como tentar adivinhar o resultado da loteria. A solução? Diversificação.
Ter uma carteira equilibrada, composta por diferentes tipos de investimentos, reduz os riscos e aumenta as chances de retorno no longo prazo. Isso porque enquanto alguns ativos podem cair em determinado cenário, outros podem subir, equilibrando a rentabilidade geral.
3. O tempo é um grande aliado (ou inimigo)
Muita gente quer ganhos rápidos e acaba se frustrando. O tempo é um dos maiores fatores de crescimento do seu patrimônio. No curto prazo, o mercado oscila, mas no longo prazo, a tendência é de crescimento.
E isso não é só sobre investimentos, mas também sobre juros compostos. Quanto antes você começa, mais tempo seu dinheiro tem para multiplicar.
4. Risco não é um bicho de sete cabeças
Houve um tempo, antes de entender sobre investimentos, em que eu achava que risco era sinônimo de prejuízo e devia ser evitado a todo custo. Mas aprendi que todo investimento tem risco – até mesmo a poupança, que perde poder de compra quando a inflação sobe.
O segredo não é fugir do risco, mas entender qual risco você pode assumir e como gerenciá-lo. O grande erro é investir sem conhecer o seu perfil de investidor e sua tolerância ao risco.
5. Intuição não basta: é preciso conhecimento
Quem nunca pensou em investir só porque algo “parecia promissor” ou porque ouviu uma recomendação empolgada de alguém? O problema é que tomar decisões sem entender os fundamentos pode ser arriscado.
Ter conhecimento técnico faz toda a diferença. Você não precisa se tornar um especialista, mas entender o básico já ajuda a evitar erros comuns e possíveis frustrações.
6. Emoções podem atrapalhar
No começo, cada oscilação do mercado me deixava apreensiva. Se os investimentos caíam, a vontade de vender tudo batia forte. Mas aprendi que agir por impulso é um dos maiores erros que um investidor pode cometer.
Manter a calma e seguir uma estratégia bem definida faz toda a diferença. O mercado tem altos e baixos, mas quem investe com paciência e planejamento costuma colher melhores resultados no longo prazo.
Hoje, como consultora de investimentos, vejo tantas pessoas cometendo os mesmos erros que eu cometi no início. Mas o lado bom é que tudo pode ser aprendido e ajustado. Espero que este artigo tenha ajudado você a evitar algumas armadilhas e investir de forma mais consciente e segura.
As opiniões contidas nessa coluna não refletem necessariamente a opinião da B3
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