Estudo revela as ações e BDRs mais resilientes da B3 nos últimos dois anos

Na dúvida entre investir em ações brasileiras ou em Brazilian Depositary Receipts (BDR) de grandes empresas globais? Um estudo exclusivo da Elos Ayta pode responder essa questão por meio da análise do desempenho de 235 ativos listados na B3. O levantamento analisou as rentabilidades móveis de 12 meses em 24 janelas consecutivas, cobrindo o período de julho de 2023 até julho de 2025.

O que se viu? 37 ativos, entre ações e BDRs, conseguiram retornos positivos em todas as 24 janelas móveis de 12 meses. Desses, 28 são BDRs, ou seja, recibos de ações de empresas estrangeiras negociados na B3.

BDRs

Apesar da liquidez menor que a das ações, os BDRs mostram sua importância como ferramenta de diversificação e acesso à economia global. Em um cenário em que o Brasil representa menos de 1% da capitalização de mercado mundial, poder investir, diretamente da B3, em empresas como Nvidia, Palantir, Spotify e Meta (proprietária do Facebook e Instagram) é um diferencial competitivo para o investidor local.

Os dados confirmam isso: a Nvidia (NVDC34) lidera o ranking de resiliência com uma mediana de retorno de 202,70% nas janelas analisadas. O BDR também apresenta o menor retorno (24,13%) e o retorno máximo (274,54%) entre os 37 ativos selecionados. A seguir, aparecem Palantir Technologies (185,10%), Spotify (131,70%) e Meta Platforms (105,5%).

Ações brasileiras

Entre as ações nacionais, a Embraer (EMBR3) e a C&A Modas (CEAB3) surpreenderam com medianas de 92,6% e 90,5%, respectivamente. Além delas, Cury (CURY3), Direcional (DIRR3), Caixa Seguridade (CXSE3), Porto Seguro (PSSA3), Copasa (CSMG3), Cemig PN (CMIG4) e BB Seguridade (BBSE3) completam o seleto grupo das nove ações que mantiveram rentabilidade positiva em todas as 24 janelas anuais analisadas.

Dividendos: Copasa, Cemig e BB Seguridade lideram o rendimento

Se o seu foco como investidor for a obtenção de renda passiva, a análise do dividend yield mediano nos últimos três anos traz insights importantes. A Copasa (CSMG3) apresenta o melhor desempenho, com mediana de 12,64%, seguida por Cemig PN (11,07%) e BB Seguridade (10,42%). Esses números mostram que, além de resiliência em preços, algumas ações nacionais também oferecem consistência na distribuição de lucros.

Liquidez: volume não é tudo, mas importa

Ainda que muitos BDRs enfrentem críticas por baixa liquidez, o estudo revela nuances: a Nvidia, por exemplo, movimentou em média R$ 124,7 milhões por dia no último ano, valor superior ao de várias ações do IBRX100. Ao todo, 10 ativos da lista têm volume médio diário superior a R$ 44,5 milhões. Destes, nove são ações e apenas um é BDR (Nvidia). Há ainda 13 ativos entre R$ 5 milhões e R$ 99 milhões/dia, oito entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões/dia, e 12 com média inferior a R$ 1 milhão/dia.

Conclusão: complementaridade é a chave

Para o investidor que deseja diversificação, resiliência e equilíbrio entre risco e retorno, o recado do estudo é claro: analisar simultaneamente os universos de ações e BDRs é essencial. O portfólio ideal pode e deve combinar a robustez de empresas brasileiras com a inovação e escala das companhias globais.

Mesmo com menor liquidez em alguns casos, os BDRs são estratégicos para quem busca desempenho consistente e exposição internacional sem sair da B3. Ao lado das ações resilientes e boas pagadoras de dividendos, eles formam uma combinação poderosa para enfrentar diferentes ciclos econômicos.

Avaliação deve ir além dos números

Embora os dados históricos de rentabilidade e dividendos apresentados no estudo sejam extremamente úteis para identificar padrões de resiliência, a decisão de alocação deve ir além da análise quantitativa. É essencial considerar também aspectos da análise fundamentalista, como a saúde financeira da empresa, sua estratégia de crescimento, governança corporativa, cenário macroeconômico e posição competitiva no setor.

Caso o investidor não tenha conhecimento técnico ou segurança para realizar essa avaliação por conta própria, a recomendação é buscar o apoio de um profissional qualificado, como um planejador financeiro ou assessor de investimentos devidamente certificado para garantir que suas decisões estejam alinhadas com seus objetivos e perfil de risco.

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