Notícias
Drex: como o Real Digital vai mudar o seu jeito de lidar com dinheiro
O Drex pode significar uma nova revolução tecnológica que levará o real para o ambiente digital de forma ainda mais segura e inteligente

Professor Mira
Investidor profissional, Analista CNPI-T (Apimec), mestrando em Economia, com MBAs em Gestão de Investimentos, Análise de Investimentos e Educação Financeira. Empresário, sócio do Clube FII e do Grana Capital, escritor best-seller e educador financeiro com cursos que já formaram mais de 50 mil alunos pelo mundo. Está nas redes sociais como @professormira
Você já ouviu falar do Drex? Se a resposta for “sim”, é provável que você tenha se deparado recentemente com diversas informações sobre essa nova moeda digital. Se a resposta for “não”, prepare-se para entender o que é essa tecnologia e como ela pode transformar o seu dia a dia e a economia brasileira.
Você já se acostumou com o Pix, que facilitou transferências instantâneas, não é? Pois o Drex pode significar uma nova revolução tecnológica que levará o real para o ambiente digital de forma ainda mais segura e inteligente.
O que é o Drex?
O Drex é o real digital, criado pelo Banco Central do Brasil. Ele não substitui o dinheiro de papel nem o Pix, mas será mais uma opção para fazer pagamentos e transferências.
A diferença está no “cérebro” que ele carrega: o Drex pode usar contratos inteligentes. Isso significa que o dinheiro só muda de mãos quando todas as condições combinadas forem cumpridas.
Exemplo prático: você compra um carro usado. Em vez de pagar primeiro e ficar esperando o vendedor transferir o documento depois, o Drex garante que o dinheiro e o carro troquem de dono ao mesmo tempo, sem chance de calote.
Drex não é criptomoeda
É importante não confundir: o Drex não é como Bitcoin ou quaisquer criptomoedas. Ele não terá cotação própria e não sobe ou desce de valor. É sempre igual ao real: 1 Drex = 1 real.
Além disso, o Drex não será aberto e descentralizado como criptomoedas, que são totalmente imunes à intervenção direta de governos. O real digital será controlado pelo Banco Central, com acesso restrito a bancos e instituições autorizadas.
A diferença do Drex para o real em espécie é que, em vez de estar no bolso ou na conta bancária, ele vai estar no ambiente digital do Banco Central, com toda a segurança que a instituição promete.
Quando o Drex chega?
O Drex ainda está em fase de testes e, conforme o Banco Central, a implementação da primeira fase começará em 2026.
No início, ele vai funcionar “nos bastidores”, em operações entre bancos e o Banco Central na liquidação de títulos públicos, empréstimos interbancários, registros de imóveis e garantias. Só bem depois, provavelmente em 2028, o Drex chegará para o cidadão comum, em compras, financiamentos e até investimentos.
Ou seja: você ainda não vai pagar o pãozinho da padaria com Drex amanhã, mas essa realidade pode estar no seu futuro em poucos anos.
Quais os impactos para o seu bolso?
Um dos atributos positivos do Drex é prover mais segurança em transações, reduzindo riscos de fraude, já que os contratos inteligentes automatizam os pagamentos.
Além disso, como o Drex vai agilizar a checagem de garantias (como imóveis e veículos), os bancos poderão oferecer financiamentos com juros menores.
Com o Drex, será possível tokenizar ativos, ou seja, transformar imóveis, ações ou títulos em representações digitais. Isso abre espaço para que pequenos investidores comprem “pedacinhos” de bens antes inacessíveis.
As compras online também tendem a se tornar mais seguras. Imagine só: você compra na internet, mas o dinheiro só sai da sua conta quando o produto chega certinho. É esse tipo de mudança que o Drex pode trazer.
E os desafios?
Claro que para além dos benefícios, há também pontos de atenção que merecem destaque:
- Privacidade: muita gente teme que o governo passe a monitorar todos os gastos. O Banco Central garante que o sigilo bancário será mantido, mas, enquanto não forem amplamente publicadas as premissas, a dúvida ainda existe.
- Acesso digital: quem não tem acesso à internet e smartphone atual pode ficar de fora, ampliando a exclusão financeira.
A estratégia do Banco Central tem sido cautelosa no processo, o que é positivo, já que o amadurecimento da tecnologia e a definição clara e detalhada quanto a aspectos como estes que mencionei acima são fundamentais antes de impactar diretamente a vida do cidadão comum.
O que esperar do futuro do Drex?
O Drex é mais do que uma “moeda digital”. É um projeto que pode mudar profundamente a relação dos brasileiros com o dinheiro, assim como o Pix mudou nossa forma de transferir valores.
Contudo, para isso acontecer, ainda há uma longa jornada de testes para vencer principalmente o desafio de garantir segurança, proteção de dados e inclusão, o que num país com realidades regionais tão diversas e desigualdades tão grandes, não será uma tarefa simples.
Ainda vai levar alguns anos até o Drex chegar de verdade ao seu bolso. Mas quando isso acontecer, a promessa é de menos burocracia, maior segurança, crédito mais barato e investimentos mais acessíveis a todos, ou seja, uma economia mais eficiente.
As opiniões contidas nessa coluna não refletem necessariamente a opinião da B3
Quer simular investimentos no Tesouro Direto? Acesse o simulador e confira os prováveis rendimentos da sua aplicação. Se já é investidor e quer analisar todos os seus investimentos, gratuitamente, em um só lugar, acesse a Área do Investidor.