Glossário

Base Monetária - O que é, significado e definição

Base monetária é total de dinheiro em circulação e reservas bancárias, essencial para controle da inflação e política monetária

A base monetária — também chamada de M0 — representa a quantidade de moeda de alta liquidez existente na economia. É composta pelo papel-moeda em poder do público e pelas reservas dos bancos comerciais junto ao Banco Central. Ao controlar esse volume, a autoridade monetária consegue influenciar o crédito, o consumo, a inflação e as taxas de juros.

O que compõe a base monetária?

A base monetária reúne dois componentes principais:

Papel-moeda em circulação

É o dinheiro em espécie que está nas mãos do público, fora do sistema bancário. Notas e moedas físicas utilizadas em transações do dia a dia fazem parte dessa categoria.

Reservas bancárias no Banco Central

Incluem os depósitos compulsórios — que os bancos são obrigados a manter — e os depósitos voluntários, que podem ser mantidos como forma de segurança ou gestão de liquidez. Essas reservas ficam depositadas no Banco Central e servem de base para a expansão do crédito pelas instituições financeiras.

A fórmula é:

Base monetária = papel-moeda em circulação + reservas bancárias

Para que serve a base monetária?

A base monetária é uma ferramenta essencial para a política econômica. Por meio dela, o Banco Central:

  • regula a liquidez do sistema financeiro;
  • influencia a taxa básica de juros (Selic);
  • ajusta o volume de crédito disponível na economia;
  • contribui para o controle da inflação e da atividade econômica.

Mudanças na base monetária afetam diretamente a quantidade de dinheiro em circulação. Se o Banco Central decide expandi-la, aumenta a oferta de moeda e facilita o crédito. Se decide contrair, reduz o dinheiro disponível e limita a expansão do consumo e do investimento.

Como o Banco Central controla a base monetária?

A autoridade monetária brasileira utiliza instrumentos específicos para ajustar a base monetária de acordo com os objetivos macroeconômicos:

Operações de mercado aberto (open market)

O Banco Central compra ou vende títulos públicos federais. Quando compra, injeta dinheiro na economia. Quando vende, retira dinheiro de circulação.

Depósitos compulsórios

Ao alterar o percentual de reservas obrigatórias que os bancos precisam manter, o Banco Central aumenta ou reduz a capacidade dessas instituições de conceder crédito.

Intervenções cambiais

Ao comprar ou vender dólares no mercado de câmbio, o Banco Central afeta a base monetária indiretamente, ao modificar o volume de reais disponíveis.

Gestão da taxa Selic

Ao estabelecer a meta da Selic, o Banco Central orienta o custo do dinheiro e, por consequência, influencia as decisões de crédito, poupança e investimento.

Diferença entre base monetária e oferta monetária

Embora os dois conceitos estejam relacionados, base monetária e oferta monetária não são sinônimos. A base monetária corresponde à moeda emitida diretamente pelo Banco Central. Já a oferta monetária inclui todos os meios de pagamento disponíveis na economia — é a soma da base monetária com os depósitos à vista, aplicações financeiras e outros ativos líquidos.

A multiplicação da base monetária ocorre quando os bancos emprestam parte de suas reservas. Esse processo gera novos depósitos e amplia o volume total de dinheiro disponível no sistema, para formar o chamado multiplicador monetário.

Expansão e contração da base monetária

A expansão da base monetária pode estimular o crescimento econômico, ao facilitar o acesso ao crédito e aumentar o consumo. No entanto, se ocorrer de forma descontrolada, pode pressionar os preços e gerar inflação.

A contração, por outro lado, reduz o dinheiro em circulação e ajuda a conter pressões inflacionárias. Por isso, o Banco Central ajusta a base monetária com cuidado, de acordo com as condições econômicas e os objetivos da política monetária.

Importância da base monetária

A base monetária é um dos pilares do sistema financeiro. Ela influencia o comportamento do crédito, dos juros e da inflação. Além disso, é usada como referência por investidores, analistas econômicos e autoridades públicas.

Seu monitoramento permite avaliar a eficácia da política monetária, entender as condições de liquidez da economia e antecipar possíveis mudanças na taxa Selic ou na disponibilidade de crédito.


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