Glossário

IGP-M - O que é, significado e definição

IGP-M mede inflação calculada pela FGV para reajustar contratos de aluguel, tarifas públicas e investimentos, com base em IPA, IPC e INCC

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), é um dos principais indicadores de inflação utilizados no Brasil para reajuste de contratos e tarifas públicas. Mensalmente divulgado, serve como base para reajustar valores de aluguéis, planos de saúde, seguros, mensalidades escolares e títulos financeiros.

Mais do que um índice convencional, o IGP-M oferece uma visão ampla da inflação brasileira, pois considera diferentes etapas da cadeia econômica, desde preços no atacado até valores ao consumidor final.

O que é o IGP-M?

O IGP-M faz parte dos Índices Gerais de Preços (IGP), produzidos pela FGV, e mede as variações de preços em três grandes setores: produção, consumo e construção civil. O “M” se refere à modalidade “mercado”, já que seu período de cálculo ocorre entre o dia 21 do mês anterior e o dia 20 do mês de referência.

Historicamente, tornou-se conhecido como o principal indicador utilizado nos contratos de aluguel no Brasil, embora também seja amplamente aplicado em outras áreas.

Como o IGP-M é calculado?

O IGP-M resulta da média ponderada de três índices distintos:

  • IPA-M (Índice de Preços ao Produtor Amplo – Mercado): com peso de 60%, reflete a inflação no atacado e abrange preços recebidos por produtores industriais e agrícolas.
  • IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor – Mercado): com peso de 30%, mede a inflação diretamente percebida pelo consumidor final, semelhante ao IPCA do IBGE.
  • INCC-M (Índice Nacional de Custo da Construção – Mercado): com peso de 10%, avalia a evolução de custos no setor da construção civil, como materiais, mão de obra e serviços.

Dessa forma, a fórmula do índice é:

IGP-M = (60% × IPA-M) + (30% × IPC-M) + (10% × INCC-M)

A composição ponderada permite ao IGP-M refletir variações amplas da economia, para capturar pressões inflacionárias desde as etapas iniciais até o consumidor final.

Para que serve o IGP-M?

O IGP-M funciona como referência econômica para diferentes setores e contratos, especialmente nos seguintes casos:

  • Reajuste de aluguéis: comumente utilizado para atualizar contratos imobiliários residenciais e comerciais.
  • Planos de saúde e mensalidades escolares: em alguns casos, o índice também serve para corrigir valores de mensalidades.
  • Tarifas públicas e seguros: usado como parâmetro para reajustar serviços regulados e contratos securitários.
  • Investimentos e títulos: alguns instrumentos financeiros, como debêntures e fundos imobiliários, adotam o IGP-M para reajuste periódico.

Diferenças entre IGP-M e outros índices de inflação

Embora frequentemente confundido com outros índices como o IPCA e INPC (ambos produzidos pelo IBGE), existem diferenças claras:

ÍndiceInstituiçãoAbrangênciaUso principal
IGP-MFGVAtacado, varejo e construção civilContratos (especialmente aluguel)
IPCAIBGEPreços ao consumidor geralInflação oficial e política monetária
INPCIBGEConsumidores de baixa rendaReajuste do salário mínimo e benefícios previdenciários

Diferentemente do IPCA, o IGP-M sofre maior influência de variações cambiais e preços das commodities — gera maior volatilidade em períodos de instabilidade econômica.

Vantagens e limitações do IGP-M

Vantagens

  • Abrange múltiplas etapas da economia, o que garante uma visão abrangente.
  • Histórico sólido, especialmente em contratos imobiliários.
  • Reconhecido pelo mercado financeiro.

Limitações

  • Alta volatilidade, especialmente em crises cambiais ou de commodities.
  • Possível descolamento da inflação percebida pelo consumidor final.
  • Substituição crescente por índices mais estáveis, como o IPCA.

Exemplo do uso do IGP-M

Imagine um aluguel no valor de R$ 2.000, firmado em março de 2024. Em março de 2025, será feito o reajuste com base no IGP-M acumulado dos últimos 12 meses. Se o índice acumulado nesse período for de 4,5%, o cálculo será:

R$ 2.000 × (1 + 0,045) = R$ 2.090

Assim, o novo aluguel, válido a partir de março de 2025, passa a ser de R$ 2.090.

Impactos do IGP-M em períodos de crise

Durante crises econômicas, o IGP-M costuma apresentar variações expressivas devido à grande influência do IPA-M, sensível às mudanças no câmbio e nos preços internacionais das commodities. Na pandemia de COVID-19, por exemplo, o índice acumulou variações anuais superiores a 20%, o que reacendeu discussões sobre sua adequação em contratos de aluguel residencial.

Aplicação estratégica do IGP-M

O IGP-M é essencial na economia brasileira, pois representa um termômetro abrangente da inflação em diversos setores. Contudo, sua estrutura expõe o índice a fortes oscilações, especialmente em contextos de instabilidade global ou cambial.

Embora mantenha sua relevância histórica, especialmente no mercado imobiliário, muitos contratos já optam pelo IPCA como referência, por considerá-lo mais estável e alinhado à realidade econômica do consumidor.

Conhecer profundamente o funcionamento e as particularidades do IGP-M é fundamental para investidores, inquilinos, proprietários e gestores financeiros tomarem decisões conscientes em relação a contratos e investimentos.


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