Notícias

Alimentos e saúde ficam mais caros, mas prévia da inflação desacelera em maio

IPCA-15 subiu 0,51% no mês. É a terceira desaceleração mensal consecutiva. Em 12 meses, índice acumula alta de 4,07%, acima da meta de 3,25% perseguida pelo BC

Cálculadora com cédulas de Real e moeda de 1 real ao fundo apoiados sobre uma mesa
IPCA-15 é considerado uma prévia da inflação. Foto: Marcello Casal/ Agência Brasil

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, subiu 0,51% em maio, segundo informou nesta quinta-feira, 25/05, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado, abaixo do esperado pelo mercado, mostra a terceira desaceleração mensal consecutiva do indicador (acompanhe no gráfico). A taxa é a menor para o mês de maio desde 2021.

PRÉVIA DA INFLAÇÃO (IPCA-15)

Fonte: IBGE

Em 12 meses, o índice ficou em 4,07%, menor resultado em um ano desde outubro de 2020. No entanto ainda está acima da meta perseguida pelo Banco Central em 2023 que é de 3,25%. No acumulado dos primeiros cinco meses do ano, a prévia da inflação está em 3,12%.

O economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung, explica que, apesar da inflação ainda estar bem acima do desejado pelo Banco Central, os números de maio mostram um arrefecimento importante. “Esse dado pode ajudar positivamente no cenário para o BC baixar os juros, mas ainda é cedo para afirmar que essa será uma tendência”.

O economista acredita que a autoridade monetária deve manter a taxa de juros inalterada na próxima reunião do Copom, em junho. Contudo, pode abrir uma janela para que comece a discutir possíveis cortes em breve, a partir do terceiro trimestre.

Sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE tiveram alta em maio. Os maiores impactos vieram de Alimentação e Bebidas (0,94%) e Saúde e Cuidados Pessoais (1,49%).

Leite puxa alta nos preços de alimentos

A alimentação no domicílio puxou o avanço dos Alimentos e bebidas, com alta de 1,02%. O leite longa vida teve o maior peso nesse resultado, com avanço de 6,03%.

Também subiram os preços do tomate (18,82%), batata-inglesa (6,60%) e queijo (2,42%). Na contramão ficaram o óleo de soja (-4,13%) e as frutas (-1,52%).

+ O que é meta de inflação: entenda a discussão sobre o assunto

Os preços de comer fora de casa também aceleraram de 0,55% em abril para 0,73% em maio. O lanche subiu 1,08% e a refeição ficou 0,46% mais cara.

Gastos com saúde crescem

O principal impacto no aumento dos preços de Saúde e cuidados pessoais veio dos produtos farmacêuticos, que subiram 2,68%. O movimento acontece após a autorização do reajuste de até 5,60% no preço dos medicamentos a partir de 31 de março.

Os itens de higiene ficaram 1,38% mais caros em maio, assim como os perfumes (2,21%).

Inflação segue espalhada pela economia

Apesar do resultado mais brando dos preços em maio, a inflação se espalhou mais pelos itens que compõem o IPCA-15.

O chamado índice de difusão, que mede a proporção de bens e atividades que tiveram aumento, subiu para 64,3% neste mês, na comparação com os 63,2% na prévia de abril.

Quando se exclui os preços de alimentos do cálculo, grupo bastante volátil, a difusão desacelera para 62,9% em maio, ante 66,8% em abril.

Outros destaques da prévia da inflação

O avanço de 0,51% na prévia da inflação de maio também foi puxado pelas altas nos grupos Habitação (0,43%), com o avanço dos preços de energia elétrica residencial (0,51%) e na taxa de água e esgoto (1,24%).

Também registraram variação positiva no mês os grupos Despesas pessoais (0,40%), Vestuário (0,35%), Educação (0,07%) e Comunicação (0,02%).

Pelo lado das baixas, houve deflação nos grupos Transportes (-0,04%), puxada pela queda de 17,26% nos preços das passagens aéreas; e de Artigos de residência (-0,28%), com desaceleração nos preços de itens de TV, som e informática (-1,44%).

Veja a variação em maio de todos os grupos pesquisados pelo IPCA-15:

  • Alimentação e bebidas: 0,94%
  • Habitação: 0,43%
  • Artigos de residência: -0,28%
  • Vestuário: 0,35%
  • Transportes: -0,04%
  • Saúde e cuidados pessoais: 1,49%
  • Despesas pessoais: 0,40%
  • Educação: 0,07%
  • Comunicação: 0,02%

Quer entender o que é macroeconomia e como ela afeta seu bolso? Acesse o curso gratuito Introdução à Macroeconomia, no Hub de Educação da B3.