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“Mercado de dívida está muito mais líquido”, diz CEO da B3

Gilson Finkelsztain espera um ano de mais ofertas subsequentes do que IPOs e destaca desenvolvimento do mercado de dívida corporativa no Brasil

O mercado de dívida corporativa no Brasil cresceu e se desenvolveu rapidamente nos últimos anos. “Esse mercado está completamente diferente do que tínhamos na última década. Mudamos de patamar, o mercado de dívida está muito mais líquido e fluido”, afirmou Gilson Finkelsztain, CEO da B3. Com isso, muitas companhias que antes dependiam de recursos públicos para investir agora lançam títulos como debêntures no mercado para financiar seus projetos.

No primeiro semestre de 2024, a B3 registrou 18% de aumento no estoque de produtos de renda fixa de dívida corporativa. Em junho, o estoque era de R$ 1,7 trilhão. O valor inclui debêntures, Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Notas Comerciais (NC) e Cotas de Fundo de Investimento Fechado (CFF). 

Além disso, o Brasil está mais bem posicionado que outros mercados emergentes para atrair capital estrangeiro, avalia o CEO. Entretanto, um ponto que ainda gera preocupação do mercado quanto ao cenário de investimentos no País é política fiscal. Para Finkelsztain, ainda que o governo não entregue a meta de zerar o déficit, desde que a dívida se mantenha “sob controle”, o resultado fiscal não deve criar instabilidade.

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Ano será de mais follow-ons que IPOs

Apesar de haver mais de 100 empresas se preparando para uma abertura de capital, Gilson Finkelsztain acredita que o ano de 2024 será marcado por mais ofertas subsequentes de ações (follow-on, quando empresas já listadas voltam a mercado para emitir novas ações e levantar mais capital) do que IPOs.

“O desenvolvimento do mercado de capitais não deve ser medido apenas pelos IPOs. No ano passado não tivemos abertura de capital, mas foram mais de 20 follow-ons”, afirmou.

Ele acredita que nem todas as 100 empresas que preparam para lançar ações na bolsa realmente irão a mercado. As aberturas devem se concentrar em companhias consolidadas e de setores mais tradicionais, como saneamento e energia. Mesmo assim, o presidente da B3 disse que existe “quase um consenso” de que fazer IPO fora do Brasil é menos vantajoso do que abrir capital aqui.

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