Como investir no mercado imobiliário? Conheça algumas opções
Alternativas podem variar de compra direta de imóveis a ativos de renda variável
Entre os diversos setores econômicos, não há como negar que o mercado imobiliário é um dos mais tradicionais para os investidores – não só no Brasil, mas em todo o mundo. Mas, se antes só havia possibilidade de investir comprando um imóvel, hoje é possível ter acesso ao setor por meio de uma série de ativos, seja em renda fixa ou em renda variável.
Diversos fatores colaboram para que o mercado imobiliário esteja sempre no radar dos investidores: segurança, potencial de valorização, demanda e oferta sempre ativas e possibilidade de diversificação.
Independentemente do aspecto que interessa a você, investidor, há uma opção mais adequada. Conheça as possibilidades:
Investimento direto em imóveis
É a maneira mais tradicional, com a compra direta de imóveis, seja para venda ou para aluguel. Aqui o investidor aposta na valorização do imóvel, em caso de compra para venda, ou na renda mensal por meio do aluguel.
Além de entender bastante da região do imóvel e da perspectiva para o segmento – residencial, rural, comercial –, o investidor precisa ter um grande valor para aporte, o que pode ser um entrave. Também é considerado um investimento com menor liquidez e que depende de trâmites mais burocráticos para ser concretizado. Leia mais sobre investir em imóveis.
Investimento indireto em imóveis – por renda fixa
Em um setor tão importante do país, responsável por 7% do PIB nacional, não faltam opções de renda fixa aos investidores. De forma geral, funciona assim: o comprador de um título “empresta” o seu dinheiro para o banco emissor, que utiliza a quantia para financiar a construção ou a aquisição de ativos imobiliários por terceiros.
Parte dos juros que o banco ganhará por essa operação é repassado para o investidor como forma de rendimento. Para este modelo de aplicação, existem quatro principais ativos no mercado:
Letra de Crédito Imobiliário (LCI)
Éum investimento criado para apoiar o financiamento imobiliário no país. É emitida com o objetivo de captar recursos para custear empréstimos para o setor imobiliário. Quando se compra um título do tipo, se recebe em troca um rendimento pré-estabelecido.
Letra Hipotecária (LH)
São títulos lastreados em crédito imobiliário, assim como as LCIs, porém direcionadas à hipoteca, modalidade em que o cliente oferece o seu próprio imóvel como garantia de pagamento de um empréstimo tomado em uma instituição.
Assim, ao adquirir uma LH você estará, de certa forma, emprestando dinheiro para que uma instituição financeira ofereça esse serviço de “empréstimo com garantia de imóvel” a seus clientes;
Certificado de Recebíveis Imobiliário (CRI)
É gerado quando uma empresa do ramo imobiliário tem dinheiro a receber por seus produtos e serviços, mas antecipa o recebimento por meio da emissão de um CRI. O investidor que comprou o título tem direito a receber uma remuneração (geralmente juros), periodicamente ou quando do vencimento do título.
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Letra Imobiliária Garantida (LIG)
Estreou no mercado no final de 2018 como mais uma opção de ativo de renda fixa ligada ao setor imobiliário. Assim como as já conhecidas LCI e LH, a LIG é usada para custear o crédito para o setor habitacional. Inspirada no modelo reconhecido no exterior como covered bonds (títulos de dívida), a LIG tem seu diferencial na garantia, como já diz no nome.
Ela tem a garantia do banco que emite o papel e também é coberta por uma carteira de financiamentos imobiliários específica, separada do patrimônio da instituição bancária.
Investimento indireto em imóveis – por renda variável
Passando para os investimentos em valores mobiliários, existem duas opções: as ações do setor imobiliário e os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs).
Ações do setor imobiliário: englobam papéis de empresas imobiliárias e de construção civil que estão listadas na B3. Atualmente há mais de 30 companhias nessa área, como MRV, JHSF, Cyrela, Alphaville etc.
A bolsa também conta com o Índice Imobiliário (IMOB B3), que é composto por ações e units exclusivamente das companhias do setor. O objetivo do índice é sinalizar o desempenho médio das cotações dos ativos com maior volume de negócios no setor imobiliário, seja com exploração de imóveis ou construção civil.
Também há na bolsa o Índice Geral do Mercado Imobiliário – Comercial (IGMI-C B3). Desenvolvido em 2011 pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), é o primeiro indicador de rentabilidade do setor imobiliário brasileiro.
Tem como objetivo ser referência de rentabilidade de imóveis comerciais (escritórios, hotéis, shoppings e outros), contribuindo para que os investidores obtenham mais transparência em relação à formação dos preços de compra, venda e locação.
Veja um vídeo explicativo sobre como investir mais em ações do setor imobiliário e aprofunde seus conhecimentos.
Fundo de Investimento Imobiliário (FIIs)
Muito populares nos últimos anos, os FIIs são fundos que têm como objetivo investir no mercado imobiliário. Ele é criado por um administrador, dentro de bancos ou gestoras de ativos, que realiza o processo de captação de recursos junto aos investidores por meio da venda de cotas.
Os recursos captados com essa venda podem ser usados para a compra de diversos tipos de ativos imobiliários – imóveis rurais ou urbanos, construídos ou em construção, destinados a fins comerciais ou residenciais –, e também para a compra de títulos e valores mobiliários ligados ao setor imobiliário, tais como:
- Cotas de outros FIIs (FOFs);
- Letras de Crédito Imobiliário (LCI);
- Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI);
- Ações de companhias do setor imobiliário;
- Etc.
A B3 conta com dois índices para acompanhar esse segmento. O Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX B3) tem como objetivo sinalizar o desempenho médio das cotações dos fundos imobiliários negociados nos mercados de bolsa e de balcão organizado da B3.
O outro é o Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários de Alta Liquidez (IFIX L B3), que indica o desempenho médio das cotações dos fundos imobiliários mais líquidos negociados nos mercados de bolsa e de balcão organizado da B3.
Leia tudo sobre Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs)
É necessário lembrar que, no setor imobiliário ou em qualquer outro, vale sempre entender seu perfil de investidor, seus objetivos e prazos para ver quais opções são mais adequadas. Pense nisso!