Desemprego cresce em 15 estados e no Distrito Federal no 1º trimestre
A maior taxa foi registrada na Bahia e a menor em Rondônia. A alta na desocupação e a queda da ocupação, de forma simultânea, explicam o aumento do desemprego, diz IBGE
A taxa de desemprego brasileira avançou em 15 Estados e no Distrito Federal no primeiro trimestre de 2023, em relação aos três meses anteriores. O resultado foi divulgado nesta quinta-feira, 18/05, na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nas outras unidades da federação o desemprego ficou estável.
Na média nacional, o desemprego atingiu 8,8%, ante 7,9% no quarto trimestre de 2022, como o IBGE já havia divulgado no fim de abril. Apesar da alta, esse é o menor resultado para os primeiros três meses do ano desde 2015. Em números absolutos, o país tem 9,4 milhões de desempregados.
Os estados com as maiores taxas de desocupação foram Bahia (14,4%), Pernambuco (14,1%) e Amapá (12,2%). Entre os menores estão Rondônia (3,2%), Santa Catarina (3,8%) e Mato Grosso (4,5%). Importante notar que das dez unidades da federação com os maiores percentuais de alta no desemprego, sete são Estados nordestinos. Em São Paulo, o desemprego avançou de 7,7% para 8,5% e no Rio de Janeiro, de 11,4% no quarto trimestre de 2022 para 11,6% no primeiro trimestre de 2023. (Lista completa no final da reportagem).
Em relação as cinco regiões do país, todas tiveram aumento no desemprego no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o anterior. O pior resultado ficou com o Nordeste, onde a taxa de desocupação aumentou 1,4 ponto percentual e chegou a 12,2%. A região foi seguida pelo Norte (9,1%), Sudeste (8,6%), Centro-Oeste (7%) e Sul (5%).
A analista da pesquisa do IBGE, Alessandra Brito, explicou que o aumento da desocupação e a queda da ocupação, de forma simultânea, resultaram no crescimento da taxa de desocupação nas grandes regiões, assim como ocorreu no resultado nacional.
“Após um ano de 2022 de recuperação do mercado de trabalho pós-pandemia, em 2023, parece que o movimento sazonal de aumento da desocupação no começo do ano está voltando ao padrão da série histórica”, explica a analista.
Para o IBGE, esse aumento do desemprego no início do ano reflete o desligamento de empregados temporários contratados no fim do ano anterior, além de uma maior pressão sobre o mercado de trabalho no período.
De acordo com Alessandra Brito, essa diferença na taxa de desemprego entre os Estados está ligada à informalidade. “Bahia e Pernambuco, bem como a região Nordeste como um todo, têm um peso maior de trabalho informal (emprego sem carteira e conta própria sem CNPJ), o que torna a inserção no mercado de trabalho mais volátil, podendo gerar pressão de procura por trabalho, o que se reflete numa maior taxa de desocupação, se comparado à taxa para o Brasil”.
Informalidade
Todos os estados do Norte e do Nordeste registraram taxas de informalidade maiores que a média nacional (39%). Os maiores percentuais estão no Pará (59,6%), Amazonas (57,2%) e Maranhão (56,5%). As menores em Santa Catarina (26,1%), Distrito Federal (30,3%) e São Paulo (30,6%).
Com isso, a taxa de informalidade voltou aos 39% da população ocupada, o que equivale a 38,1 milhões de trabalhadores sem carteira assinada no país. O trabalho informal traz menos garantias relativas aos direitos trabalhistas, além de ser menos estável.
“Esse tipo de inserção torna o trabalhador mais suscetível à instabilidade no mercado de trabalho, sobretudo em momentos de crise, como foi a pandemia. Regiões onde o trabalho informal tem mais peso tendem a apresentar taxas de desocupação mais altas, por exemplo”, explica a analista do IBGE.
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Rendimento
O rendimento médio dos brasileiros ficou estável no primeiro trimestre em R$ 2.880. Entre as regiões do país, apenas o Nordeste (R$1.979) teve aumento nos ganhos, as demais ficaram estáveis. Apesar da melhora, a região segue com o menor rendimento médio.
Recortes sociais do desemprego
A taxa de desemprego foi de 7,2% para os homens e 10,8% para as mulheres. Na divisão por cor ou raça, a desocupação é maior entre pretos (11,3%) e pardos (10,1%). E abaixo da média nacional (8,8%) para os brancos (6,8%).
TAXA DE DESOCUPAÇÃO (por UF, frente ao trimestre anterior – em %)
UF | 4ºtri/22 | 1ºtri/23 | situação |
Pernambuco | 12,3 | 14,1 | + |
Rio Grande do Norte | 9,9 | 12,1 | + |
Distrito Federal | 10,3 | 12 | + |
Piauí | 9,5 | 11,1 | + |
Alagoas | 9,3 | 10,6 | + |
Maranhão | 8,3 | 9,9 | + |
Pará | 8,2 | 9,8 | + |
Ceará | 7,8 | 9,6 | + |
Brasil | 7,9 | 8,8 | + |
São Paulo | 7,7 | 8,5 | + |
Tocantins | 5,2 | 6,9 | + |
Roraima | 4,6 | 6,8 | + |
Minas Gerais | 5,8 | 6,8 | + |
Rio Grande do Sul | 4,6 | 5,4 | + |
Mato Grosso do Sul | 3,3 | 4,8 | + |
Mato Grosso | 3,5 | 4,5 | + |
Santa Catarina | 3,2 | 3,8 | + |
Bahia | 13,5 | 14,4 | = |
Amapá | 13,3 | 12,2 | = |
Sergipe | 11,9 | 11,9 | = |
Rio de Janeiro | 11,4 | 11,6 | = |
Paraíba | 10,3 | 11,1 | = |
Amazonas | 10 | 10,5 | = |
Acre | 10 | 9,8 | = |
Espírito Santo | 7,2 | 7 | = |
Goiás | 6,6 | 6,7 | = |
Paraná | 5,1 | 5,4 | = |
Rondônia | 3,1 | 3,2 | = |
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