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Eleição americana e covid na China afetam mercado internacional

Indefinição das eleições para o Congresso americano leva as bolsas do país para o negativo; casos de covid na China seguem afetando produção da Apple

Duas mãos segurando os novos modelos do IPhone 14. Foto: Apple Brasil
Investindo a longo prazo valor do novo iPhone, o retorno pode ser maior que R$ 2.000,00. Foto: Apple Brasil

O mercado financeiro dos Estados Unidos opera no negativo nesta quarta-feira, 09/11, reflexo da indefinição nas eleições americanas de meio de mandato. Nesse pleito são eleitos os parlamentares para a Câmara e a renovação de um terço do Senado. Os dados de inflação, que serão divulgados nesta quinta-feira pelo departamento de Trabalho americano, também estão no radar dos investidores.

Dow Jones opera em queda de 1,50%, a 32.663 pontos às 15h45, enquanto o S&P 500 perde 1,08%, a 3.786 pontos, e o Nasdaq recuava 2,08%, a 10.394 pontos. A demissão de mais de 11 mil funcionários da Meta Platforms, dona do Facebook pesa no resultado da bolsa de tecnologia americana.

Partido Democrata, do presidente Joe Biden, tem se saído melhor do que o esperado, mas ainda não é possível cravar que partido vai controlar o Congresso americano. É comum, na eleição de meio do mandato, o partido do governo perder a maioria em ao menos uma das casas do Congresso. Analistas internacionais acreditam que o resultado ainda demore dias para ser divulgado. No caso do Senado, pode ficar para dezembro.

“É uma coisa que deve perdurar aí pelos próximos dias. Eles [Partido Democrata] tiveram um desempenho um pouco melhor. No Senado ficou no meio a meio, mas talvez um pouco mais para o Biden. Na Câmara eles devem perder e as pautas mais de bombas fiscais não vão ter mais espaço. A questão agora é observar”, afirma o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira.

Covid acelera e inflação abranda na China

Na China, a inflação ao consumidor desacelerou em outubro para 2,1%, ante 2,8% em setembro. O resultado, que ficou abaixo da expectativa dos economistas, reforça a fraqueza da economia do país asiático em meio aos danos econômicos causados pela política de tolerância zero aos casos de Covid-19.

“A atividade econômica chinesa está tentando deixar o pior momento para trás. Só que uma das grandes fragilidades da sua perspectiva econômica, são justamente essas paradas e retomadas”, explica Marco Caruso, economista-chefe do banco Original.

Nesta quarta-feira, o governo chinês informou que quase 19 milhões de habitantes – de cinco distritos de Guangzhou precisaram passar por teste em massa. A cidade é um importante centro portuário e manufatureiro do país. Por lá, as infecções superaram a marca de 2.000 por dois dias consecutivos. Em toda a China, os casos atingiram o nível mais alto desde 30 de abril deste ano.

O economista do Banco Original explica que o governo chinês tem feito políticas de estímulo ao crédito com o corte de juros, mas que as paradas acabam segurando a melhora do varejo e da indústria.

“Todos aqueles ativos que têm algum tipo de ligação com a China – grande comprador de commodities – acabam sofrendo com os preços e com as incertezas sobre a força da atividade econômica do país. Esse tipo de política coloca uma interrogação na cabeça do mercado sobre a velocidade e a consistência de uma possível recuperação chinesa”, explica Marco Caruso.

Produção da Apple segue prejudicada

A maior fábrica de iPhones do mundo, que fica na cidade de Zhengzhou na China, segue sujeita às restrições para frear a covid. A informação foi confirmada pela agência Bloomberg. Autoridades da China suspenderam o lockdown no distrito onde a unidade está localizada, mas disseram que algumas áreas ainda são consideradas de alto risco.

Apple informou que com a decisão, o fluxo de entrada e saída de produtos e pessoas na principal base de produção da empresa permanece reduzido. E que o problema pode causar impacto ainda maior nas entregas de smartphones durante a temporada de Natal nos Estados Unidos.