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As 10 empresas abertas que mais lucraram no Brasil no 1º trimestre de 2023

Levantamento mostra empresas com maior lucro líquido nos primeiros três meses do ano

Após a divulgação dos balanços divulgados do primeiro trimestre, é hora de saber quais empresas tiveram o melhor desempenho no período. Por isso, o Bora Investir separou para você as companhias que mais lucraram no período em 2023. 

O levantamento feito pelo TradeMap traz as 10 empresas listadas na bolsa que tiveram os maiores lucros líquidos nos três primeiros meses do ano. Também comparamos o resultado com o mesmo período do ano anterior. Confira:

10 empresas de capital aberto com maior lucro no 1º trimestre

EmpresaSegmentoLucro no 1º trimestre de 2023 (R$)Lucro no 1º trimestre de 2022 (R$)Variação 
PetrobrasExploração, refino e distribuição38.156 bilhões44.561 bilhões-14,4%
ValeMinerais metálicos9.521 bilhões23.046 bilhões-58,7%
Banco do BrasilBancos8.207 bilhões6.660 bilhões23,2%
Itaú UnibancoBancos8.179 bilhões6.743 bilhões21,3%
SuzanoPapel e celulose5.237 bilhões10.305 bilhões-49,2%
BradescoBancos4.280 bilhões7.009 bilhões-38,9%
AmbevCervejas e refrigerantes3.700 bilhões3.314 bilhões8,4%
GerdauSiderurgia3.206 bilhões2.925 bilhões9,6%
Aliansce SonaeImóveis2.975 bilhões*56 milhões5212,5%
RaízenAgricultura2.441 bilhões3.149 bilhões-22,5%
Fonte: TradeMap *lucro decorrente de ganho contábil e sem efeito de caixa após a fusão com a BrMalls

Petrobras e Vale lideram lucros, mas têm queda na comparação com 2022

Gigantes do mercado brasileiro, a Petrobras e a Vale lideraram os maiores lucros das empresas listadas em bolsa. Com R$ 38,15 bilhões de lucro líquido no 1º trimestre, a Petrobras encabeça a lista com vantagem. A Vale aparece em segundo lugar, com R$ 9,52 bilhões de lucro.

Apesar do resultado positivo e a liderança no ranking, os resultados das companhias tiveram variação negativa se comparado aos do mesmo período em 2022. A Petrobras teve -14,4% de lucro neste ano, enquanto a Vale viu queda de 58,7% no lucro em relação ao ano passado.

Para Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management, a Petrobras foi impactada pela queda nos preços internacionais do petróleo, o que reduziu suas margens de lucro na venda de combustíveis.

Além desse ponto levantado, Guilherme Gentile, head de análise da Dividendos.me, também ressalta a desvalorização do dólar como motivo para queda no lucro da petroleira. 

“Esses fatores impactaram significativamente os resultados financeiros da empresa. No entanto, é importante ressaltar que a Petrobras conseguiu reduzir de forma eficaz suas despesas, minimizando esses impactos. Isso demonstra um excelente controle financeiro por parte da empresa”, afirma Gentile.

Vale como destaque negativo

No caso da Vale, Gonçalvez diz que a mineradora enfrentou desafios relacionados ao fechamento de algumas minas e a restrições ambientais, afetando a produção e as receitas. “A queda nos preços do minério de ferro na China também contribuíram para uma perspectiva de receitas mais baixas para a mineradora”, acrescenta.

Já o head de análise da Dividendos.me pontua a Vale como destaque negativo do levantamento e destaca que houve uma diminuição no valor do custo de frete, tanto devido ao preço do diesel quanto à redução de contratos de liquidação imediata, conhecidos como spots. Embora isso possa parecer um fator positivo, o valor menor do custo de frete também contribuiu para a redução do lucro.

“Em resumo, a queda no lucro da Vale nesse trimestre pode ser atribuída aos custos de produção elevados, redução do valor do custo de frete, comercialização do estoque a um valor menor, queda nos preços do minério de ferro devido à redução da demanda e desafios no mercado imobiliário chinês. A empresa também enfrentou desafios e incertezas em relação aos segmentos de cobre e níquel”, afirma.

Bancos como setor positivo

O setor bancário é o que registrou mais empresas no ranking: Banco do Brasil, Itaú Unibanco e Bradesco ocupam o 3º, 4º e 6º lugar, respectivamente.

Segundo o CEO da Box Asset Management, essas instituições financeiras se destacaram devido ao aumento do volume de empréstimos, o que impulsionou as receitas com juros.

Porém, nem tudo foram flores, já que o Bradesco teve uma variação negativa de 38,9% no lucro em relação ao 1º trimestre de 2022. Fabrício Gonçalvez justifica o desempenho pelo aumento das provisões para devedores duvidosos.

Já o Banco do Brasil, que foi o melhor banco no período em relação ao lucro, conseguiu equilibrar a margem financeira, controlar a inadimplência e gerenciar eficientemente suas despesas administrativas. Esses fatores, juntamente com o crescimento da carteira de crédito, são os principais motivos que levaram ao lucro maior neste trimestre, de acordo com o Gentile.

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Aliansce Sonae cresce 5212%

A Aliansce Sonae, do setor de imóveis na área de shoppings, teve aumento de 5212,5% no lucro líquido comparado com 1º trimestre de 2022.

Segundo apuração da Broadcast, a explicação para essa diferença no lucro está em um ganho contábil, sem efeito no caixa. No valor de R$ 4,4 bilhões. ele decorre da combinação dos negócios entre a Aliansce Sonae e a BrMalls.

A fusão acertada em 2022 previa que a Aliansce teria que entregar ações para os acionistas da BrMalls como parte do pagamento. A entrega se deu no começo deste ano, e o valor da ação em Bolsa caiu de lá para cá. Portanto, é como se o pagamento tivesse sido “menor” na linguagem da contabilidade, gerando um lucro excepcional.

Além desse efeito contábil, a empresa registrou expansão da base de clientes e melhoria na eficiência operacional. Também se beneficiou da retomada do setor imobiliário e do aumento do consumo, o que impulsionou suas receitas, justifica o CEO da Box Asset Management.

Queda no lucro geral das empresas

Um levantamento feito pela Economatica com 312 empresas, baseando-se nas demonstrações financeiras relativas aos resultados do primeiro trimestre de 2023, mostrou que houve uma redução de 37% no lucro líquido agregado em comparação com o mesmo período de 2022.

Ao considerar a margem líquida, o setor de viagens e lazer, embora com menos empresas na amostra, apresentou a melhor variação, de 12,3 pontos percentuais. Já a pior performance ocorreu no setor de gás, com uma queda de 29,5 pontos percentuais.

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