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Lucro dos 5 maiores bancos soma R$ 29 bi no 3º tri e só BB tem queda nos ganhos

Desempenho do setor financeiro superou as expectativas do mercado em 14%

Com ISTOÉ Dinheiro

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Os grandes bancos do Brasil apresentaram lucros polpudos no terceiro trimestre de 2025. Juntos, Itaú Unibanco, Bradesco, BTG, Santander e Banco do Brasil registraram um lucro líquido pouco acima de R$ 29 bilhões no período. O resultado, contudo, foi 6,1% menor que o desempenho acumulado no mesmo período do ano passado, quando os mesmos cinco bancos alcançaram um lucro líquido de R$ 30,9 bilhões, conforme levantamento da consultoria Elos Ayta.

O grande responsável pela queda acumulada no resultado das cinco maiores instituições financeiras do país foi o Banco do Brasil. O lucro do banco estatal encolheu 66,1%, para R$ 3,02 bilhões no terceiro trimestre do ano. Todos os demais apresentaram resultados superiores ao terceiro trimestre de 2024. Veja abaixo os lucros dos maiores bancos:

Com apoio da plataforma de consensus de mercado Aleeph, os dados da consultoria mostram que lucro agregado das cinco maiores instituições financeiras superou as expectativas para a maioria dos bancos, com destaque para o BTG Pactual, que apresentou resultado até 14% acima das projeções dos analistas.

O Itaú Unibanco foi o destaque da temporada ao registrar lucro líquido recorrente de R$ 11,9 bilhões no trimestre, um novo recorde histórico e em linha com as projeções de mercado. O desempenho foi impulsionado pela expansão da margem financeira com mercado e pelo controle rigoroso das provisões e da inadimplência. Para o quarto trimestre, o consenso projeta um novo recorde de lucro, em torno de R$ 12,4 bilhões, o que consolidaria o Itaú como líder em rentabilidade entre os grandes bancos.

O Bradesco apresentou resultado considerado estável, com lucro cerca de 1% abaixo do consenso. A expansão da margem financeira com clientes foi o principal ponto positivo, acompanhada de inadimplência dentro do previsto. Por outro lado, o leve aumento no custo de risco acendeu um sinal de alerta, indicando que o ciclo de normalização das provisões ainda não se encerrou.

Entre as surpresas positivas, o Santander Brasil apresentou lucro cerca de 8% acima das projeções, revertendo o desempenho mais pressionado dos últimos trimestres. A combinação de expansão de margem financeira e queda na inadimplência contribuiu para a recuperação da rentabilidade, sinalizando um cenário mais favorável para o banco no curto prazo.

O BTG Pactual manteve o ritmo acelerado de crescimento e novamente superou as projeções dos analistas. O avanço foi sustentado por três frentes principais: Corporate and SME Lending, com carteira ativa e spreads saudáveis; Sales & Trading, beneficiado por maior giro e volatilidade dos mercados; e Wealth Management, com expansão da base de clientes e dos ativos sob gestão. O resultado reforça a estratégia de diversificação de receitas e alavancagem operacional que tem sustentado o ciclo de crescimento do banco.

O Banco do Brasil encerrou a temporada de balanços entre os grandes bancos com lucro levemente acima das expectativas, que já eram conservadoras. A margem com clientes veio melhor que o esperado, mas as provisões e a inadimplência seguiram em alta, o que levou a instituição a revisar para baixo seu guidance de lucro para 2025, agora entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões, ante a faixa anterior de R$ 21 bilhões a R$ 25 bilhões. A deterioração da carteira de crédito ligada ao agronegócio foi apontada como um dos principais fatores de pressão sobre os resultados futuros.

BTG lidera ganhos na Bolsa no ano

Já no desempenho das ações da B3, o BTG é quem lidera os ganhos no acumulado no ano, com valorização de mais de 100%, seguido pelo Bradesco. Veja abaixo o ranking:

Expectativa para o 4º trimestre dos bancos

Após a divulgação dos números do terceiro trimestre, as projeções para o fim do ano indicam otimismo moderado. O Itaú deve bater novo recorde de lucro trimestral, enquanto o Banco do Brasil tende a ajustar suas estimativas diante do novo guidance.

O levantamento da Elos Ayta com apoio da Aleeph mostra, em valores absolutos, as expectativas de lucro para o quarto trimestre, permitindo comparar o tamanho relativo de geração de resultados, o ritmo de crescimento em relação ao trimestre anterior e o espaço para novas surpresas positivas ou negativas na próxima temporada de balanços.

Veja abaixo as expectativas para os resultados no 4º trimestre:

*Matéria originalmente publicada em IstoÉ Dinheiro, portal parceiro de Bora Investir

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