Petrobras tem lucro de R$ 32,7 bi no 3º trimestre e anuncia R$ 12,16 bi em dividendos
A dívida líquida da companhia totalizou US$ 59,1 bilhões no 3T25, mantendo-se estável em relação ao último trimestre
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A Petrobras alcançou um lucro líquido de R$ 32,7 bilhões (US$ 6 bilhões) no terceiro trimestre de 2025. Comparado ao terceiro trimestre de 2024, o lucro cresceu 0,5%. O desempenho operacional desse trimestre, impulsionado pela produção de óleo e gás de 3,14 MMboed (milhões de barris de óleo equivalentes por dia), levou a companhia a registrar um Fluxo de Caixa Operacional de R$ 53,7 bilhões (US$ 9,9 bilhões) a partir de um EBITDA ajustado de R$ 63,9 bilhões (US$ 11,7 bilhões).
Sem eventos exclusivos, o lucro líquido somou R$ 28,5 bilhões (US$ 5,2 bilhões) também superior ao registrado no trimestre passado. Já o EBITDA Ajustado, excluindo eventos exclusivos, alcançou R$ 65,1 bilhões (US$ 12 bilhões). Os resultados também foram favorecidos por uma ligeira elevação do preço do petróleo (2% do Brent) em relação ao último trimestre. No trimestre, a companhia investiu R$ 30 bilhões (US$ 5,5 bilhões), mantendo o foco em projetos no pré-sal.
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“A Petrobras está gerando resultados financeiros positivos e retorno aos seus acionistas, mesmo diante do novo patamar de preços do petróleo. Aumentamos nossa eficiência, reduzimos as paradas de produção e alcançamos o topo da produção do FPSO Almirante Tamandaré, superando sua capacidade nominal. São diversas frentes de trabalho que se traduzem em resultados concretos para a companhia, seus acionistas e para a sociedade brasileira”, destacou Fernando Melgarejo, Diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores.
A estatal também afirmou que retornou à sociedade o montante de R$ 68 bilhões no 3T25, por meio de tributos pagos à União, estados e municípios. Considerando os primeiros nove meses de 2025, foram quase R$ 200 bilhões em tributos. Foram aprovados para o período R$ 12,16 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio.
A dívida líquida totalizou US$ 59,1 bilhões no 3T25, mantendo-se estável em relação ao último trimestre. A Petrobras realizou captações no período que foram incorporadas a dívida fortalecendo a posição de caixa da companhia.
Pagamento de dividendos
Junto com a publicação dos resultados trimestrais, a Petrobras informou também que seu conselho de administração aprovou o pagamento de dividendos no valor de R$ 12,16 bilhões, equivalente a R$ 0,94320755 por ação ordinária e preferencial em circulação.
Os proventos serão pagos como antecipação da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2025, declarada com base no balanço de 30 de setembro, em duas parcelas nos meses de fevereiro e março de 2026, disse a empresa.
A data de corte será dia 22 de dezembro para os detentores de ações de emissão da Petrobras negociadas na B3 e 26 de dezembro de .para os detentores de ADRs negociados na New York Stock Exchange (NYSE). As ações da Petrobras serão negociadas ex-dividendos na B3 a partir de 23 de dezembro.
Investimentos no trimestre
Com os investimentos de R$ 30 bilhões (US$ 5,5 bilhões) realizados no trimestre, o acumulado nos nove primeiros meses do ano é de R$ 78,8 bilhões (US$ 14 bilhões). A maior parcela dos investimentos está no segmento de Exploração e Produção, como foco no desenvolvimento da produção no pré-sal, com o avanço na construção de novos FPSOs para os campos de Búzios, Atapu e Sépia.
No Refino, destacam-se os investimentos no projeto de implantação da Refinaria Abreu e Lima e em paradas programadas. Já no segmento de Gás e Energias de Baixo Carbono, os investimentos foram realizados em manutenção e paradas programadas de térmicas.
Destaques operacionais da Petrobras
A produção de óleo e gás atingiu 3,14 milhões de boed, representando um aumento de 5% em relação ao 2T25 e 17% acima do terceiro trimestre de 2024. Em setembro, o FPSO Marechal Duque de Caxias, no Campo de Mero, atingiu a marca de 200 mil bpd (barris por dia), 20 mil bpd acima da sua capacidade nominal de projeto, conforme autorizado pelos órgãos competentes.
Já o FPSO Almirante Tamandaré, no campo de Búzios, atingiu o topo de produção previsto de 225 mil bpd em agosto, com apenas cinco poços produtores e três meses antes do planejado. Em outubro, a unidade alcançou uma vazão instantânea recorde equivalente a 270 mil barris de óleo por dia. A capacidade nominal da unidade foi incrementada sem a necessidade de novos investimentos.
No Refino, o FUT (Fator de Utilização) das refinarias atingiu 94%, com 69% do volume total dedicado a derivados de alto valor agregado — diesel, gasolina e QAV — refletindo a alta eficiência e rentabilidade do parque. Em outubro, foram assinados cinco contratos para a construção das unidades do Projeto Refino Boaventura, marco na modernização do parque de refino. O projeto integrará a REDUC ao Complexo de Energias Boaventura, ampliando a produção de derivados de maior valor agregado, como diesel S10, QAV e lubrificantes Grupo II, diminuindo a necessidade de importação de petróleo e fortalecendo o portfólio da companhia.
A Petrobras atingiu recorde das exportações de petróleo no trimestre, alcançando a marca de 814 Mbpd (mil barris por dia), reflexo da maior produção. Somado aos derivados, a companhia supera a marca de 1 milhão de barris por dia nas exportações.
A companhia avançou no mercado livre de gás natural da malha integrada, atingindo a marca de 6,5MMm³/d de volume contratado nessa modalidade, o que representa cerca de 65% do total desse mercado. Assim, a Petrobras reafirma a competitividade de sua carteira e o compromisso com uma atuação dinâmica no novo mercado aberto.
*Matéria publicada originalmente em IstoÉ Dinheiro, portal parceiro de B3 Bora Investir
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