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EUA criam mais postos de trabalho que o esperado e mercado reduz perspectiva de cortes de juros em março

Relatório do Departamento do Trabalho do país mostrou também um aumento no salário médio em dezembro

Maço de notas de dólar. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
A expectativa do mercado, segundo economistas consultados pela Reuters, era que o índice cairia 0,1%. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

A economia dos Estados Unidos criou 216 mil empregos em dezembro, em termos líquidos, segundo relatório publicado hoje pelo Departamento do Trabalho do país. O resultado ficou bem acima das expectativas de analistas. O mercado avalia com cuidado esses dados para projetar os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos).

Logo após a divulgação dos dados, as bolsas de Nova York intensificaram as perdas. Sinais de resiliência do mercado de trabalho tendem a ampliar expectativa por uma postura mais rígida na condução da política monetária – o que, na prática, pode significar que o corte de juros pode vir depois do que o mercado espera.

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O relatório, conhecido como payroll, mostrou ainda que a taxa de desemprego dos EUA ficou em 3,7% em dezembro, inalterada em relação a novembro. A previsão era de que a taxa subiria a 3,8% no mês passado.

Em dezembro, o salário médio por hora teve alta de 0,44% em relação a novembro, ou US$ 0,15, a US$ 34,27, variação que também ficou acima da projeção do mercado, de 0,30%. Na comparação anual, houve ganho salarial de 4,10% no último mês, superior à previsão de 3,90%.

Aumenta a chance de Fed manter juros em março

O monitoramento do CME Group mostra chance menor de um início do corte de juros nos Estados Unidos já em março. Segundo os dados, a perspectiva de um corte de 25 pontos-base na reunião de março caiu de 60,4% logo antes dos dados do payroll para 53,8%. A chance de uma redução de 50 pb foi de 4,2% a 1,4%, enquanto a chance de manutenção na faixa atual, entre 5,25% e 5,50%, cresceu de 35,4% antes do indicador a 44,8%.

Para janeiro, aumentou ainda mais a perspectiva de manutenção. A possibilidade de o Fed manter juros na próxima decisão, no dia 31, está em 97,4% (de 93,3% logo antes do dado) e a de reduzi-lo em 25 pontos-base, em 2,6% (de 6,7%).

Até o fim deste ano, continua a haver 100% de chance de algum relaxamento pelo Fed. Houve, porém, uma mudança, com maior possibilidade agora de que o corte seja de 125 pontos-base em todo 2024, em 32,7% (de 28,6% ontem), enquanto a de uma redução de 150 pontos-base diminuía a 30,7% (de 36,3% ontem).

*Com Agência Estado

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