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Fed reduz taxa de juros em 0,50 p.p., para faixa entre 4,75% e 5% ao ano

Esta foi a primeira vez em que o Fed cortou juros desde o início da pandemia de covid

O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) decidiu nesta quarta-feira (18/09) reduzir sua taxa de juros em 0,50 ponto porcentual, para a faixa entre 4,75% e 5,00% ao ano. A redução dos juros nesta união era amplamente esperada pelo mercado, que se dividia entre apostas de corte de 0,50 e 0,25 p.p.. Este foi o primeiro corte de juros nos EUA desde o início da pandemia de covid.

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“Indicadores recentes sugerem que a atividade econômica continuou a se expandir em ritmo sólido. Os ganhos de emprego se desaceleraram e a taxa de desemprego aumentou, mas se manteve baixa“, diz o comunicado publicado pelo Fed. Segundo os dirigentes, a inflação avançou mais em direção à meta de 2%, mas “permanece um pouco elevada”.

O comunicado reforça que o objetivo do Fed é alcançar o maior nível de emprego com a inflação perto da meta de 2% ao ano no longo prazo. “O Comitê ganhou maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção aos 2%, e avalia que os riscos para atingir suas metas de emprego e inflação estão aproximadamente equilibrados. A perspectiva econômica é incerta, e o Comitê está atento aos riscos para ambos os lados de seu duplo mandato”, dizem os dirigentes no comunicado.

Na avaliação de Thiago Pedroso, responsável pela área de renda variável da Criteria, o cenário é positivo para o Brasil. “Até o momento a economia americana segue num soft landing, a gente está vendo a inflação desacelerar e a economia continua forte, o próprio Fed deixou isso claro, e com a inflação cedendo, abre espaço para uma queda de juros mais tranquila ao longo do tempo”, afirmou.

Segundo Alexandre Viotto, Head de Banking da EQI Investimentos, o comunicado indica que o Fed está focado no crescimento econômico. “O comitê foi corajoso ao fazer [a redução] de 0,50 p.p. de uma vez”, afirmou. Viotto destacou ainda que foi a primeira vez nos últimos dois anos em que um membro do comitê tem um voto contraditório: Michelle Bowman votou por uma redução menor, de 0,25 p.p.

“Já se coloca pelo menos mais uma queda de 0,25 p.p. nesse ano, e mais 4 quedas no ano que vem, segundo os dots do Fed, uma ferramenta que mostra onde cada membro votante do Fed acha que estará a taxa de juros no curto, médio e longo prazo”, explica Viotto.

Para Sidney Lima, analista CNPI da Ouro Preto Investimentos, uma reação imediata à decisão do Fed pode ser “uma maior injeção de liquidez nos mercados globais, impulsionando ativos de risco, como ações e commodities”, afirma.  

No Brasil, logo após a divulgação do comunicado do Fed, a cotação do dólar contra o real acelerou a queda. Por volta das 15h30, a moeda norte-americana era cotada a R$ 5,4165, em queda de 1,31%.

Fábio Murad, sócio da Ipê Avaliações, contudo, aponta os riscos do cenário. “Um corte tão agressivo também pode gerar preocupações sobre a inflação futura e a estabilidade financeira a longo prazo. Os mercados globais provavelmente reagirão de forma volátil no curto prazo, com possíveis fluxos de capital saindo dos EUA para mercados emergentes em busca de maiores rendimentos”, pontuou, em nota

O mercado agora fica no aguarda pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), no Brasil, que será divulgada após o fechamento do mercado.

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