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IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, sobe mais do que o esperado

No acumulado de 12 meses até fevereiro, o avanço do IBC-Br é de 2,34%

No acumulado de 12 meses até fevereiro, o avanço do IBC-Br é de 2,34%. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,40% em fevereiro, na série livre de efeitos sazonais. De janeiro para fevereiro, o índice de atividade calculado pelo BC passou de 148,08 pontos para 148,67 pontos na série dessazonalizada. Com isso, o resultado é o melhor desde abril de 2023, quando o indicador pontuou 148,88 – o maior nível da série histórica iniciada em janeiro de 2003.

O dado do IBC-Br veio um pouco acima da mediana das expectativas coletadas pelo Projeções Broadcast, de avanço de 0,30% no indicador no mês. No geral, o intervalo aguardado ia de queda de 0,60% a crescimento de 1,00%.

No acumulado de 12 meses encerrados em fevereiro, o avanço da economia brasileira foi de 2,34%. Conhecido como uma espécie de “prévia do BC” para o Produto Interno Bruto (PIB), o IBC-Br serve mais precisamente como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses.

IBC-Br reforça visão de atividade mais forte que o esperado

Apesar de a alta já ser esperada, a intensidade surpreendeu. Para o economista do Santander Brasil Gabriel Couto, o destaque ficou para o desempenho do varejo. “Nós tínhamos um crescimento de 0,6% para o PIB do período, revisamos a projeção oficial para 0,7%, mas nosso tracker já está em 0,8%”, afirma.

Para o ano, o Santander projeta crescimento de 1,8% do PIB, com viés de alta associado às surpresas com os resultados do início do ano, especialmente o varejo, e com o mercado de trabalho, que também tem se mostrado mais forte do que o esperado.

À frente, o economista prevê desaceleração do PIB no segundo trimestre, com alta prevista de 0,3%. Para o segundo semestre, no entanto, a projeção é de crescimentos de 0,5% nos dois últimos trimestres do ano.

“Contamos que o ciclo de política monetária que começou em meados do ano passado vai ter cada vez mais efeitos se não expansionistas, pelo menos menos contracionistas sobre a atividade econômica, o que tende a sustentar a atividade via setores mais cíclicos”, diz o analista.

Para o economista-chefe do banco Sicredi, André Nunes, o número corrobora o cenário de que a atividade doméstica neste início de ano está mais aquecida de que o inicialmente projetado. “Imaginávamos que após o PIB rodar perto de zero no segundo semestre do ano passado, haveria uma retomada da atividade agora, mas com menos ímpeto do que vem ocorrendo”, resume o economista, que cita que as pesquisas mensais de alta frequência da atividade têm apontado para a retomada do consumo doméstico e do investimento.

“O mercado parece ter absorvido o impacto no início do ciclo de queda de juro. Já vemos alguma queda na inadimplência e a retomada das concessões de crédito”, enumera Nunes. “Essa parte de investimentos é importante, e podemos notar a melhora da indústria e da construção civil”, acrescenta.

*Agência Estado

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