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Inflação de maio sobe para 0,46%, influenciada pelos alimentos

Calamidade no Rio Grande do Sul pressionou IPCA

Ruas de Porto Alegre inundadas pelo nível da água. Foto: Gilvan Rocha/Agência Brasil
Ajuda do governo federal já soma mais de R$ 62 bilhões ao RS. Foto: Gilvan Rocha/Agência Brasil

A inflação oficial do país acelerou para 0,46% em maio, após ter registrado 0,38% em abril. Os preços dos alimentos foram o fator que mais puxaram para cima o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No ano, a inflação acumulada é de 2,27% e, nos últimos 12 meses, de 3,93%, ou seja, dentro da meta do governo de 3% com tolerância de 1,5 ponto percentual para pais ou para menos.

O grupo alimentos e bebidas apresentou alta de 0,62% em maio, representando 0,13 ponto percentual do IPCA.

“IPCA surpreende e vem bem acima das expectativas. Dos 9 grupos aanalisados, 8 subiram, o que é muito ruim. Rio Grande do Sul foi o estado que mais puxou, devido a catástrofe. Para as próximas, teremos ainda mais efeitos da enchente, impacto da alta do dólar e provável reajuste dos combustível. Esses fatores juntos, praticamente eliminam qualquer possibilidade de corte da Selic na próxima reunião do Copom”, Jefferson Laatus, estrategista-chefe da Laatus.

Para Igor Cadilhac, economista do PicPay, a leitura dos resultados foi bem pior do ponto de vista qualitativo do que era esperado, mas segue com um cenário desinflacionário consistente no curto prazo. “Quando olhamos diferentes métricas, boa parte tem oscilado próximo à meta de 3,0% na média dos últimos 3 meses. A principal exceção fica com os itens mais sensíveis à força da economia e, portanto, relevantes para o Copom, que têm oscilado ao redor de 5%. Dito isso, aos olhos dos juros, fica claro que o nosso desafio não é a inflação corrente, mas as expectativas à frente”, comentou.

Inflação da construção civil cai para 0,17% em maio

O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) registrou inflação de 0,17% em maio deste ano, taxa inferior ao 0,41% de abril e ao 0,36% de maio do ano passado. O dado foi divulgado nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com o resultado o custo da construção acumula inflação de 2,31% em 12 meses, ou seja, de junho de 2023 a maio deste ano, percentual abaixo do acumulado de maio de 2023 a abril deste ano (2,51%). No ano, o custo da construção acumula alta de 0,99%.

O custo nacional da construção, por metro quadrado, passou de R$ 1.736,37 em abril para R$ 1.739,26 em maio deste ano.

O custo da mão de obra subiu 0,46% em maio e chegou a R$ 732,46, por metro quadrado. Já os materiais ficaram 0,05% mais baratos e passaram a custar R$ 1.006,80 por metro quadrado.

“O dados do IPCA acima do esperado, mostram um outro problema, além da inflação. Diversos financiamentos imobiliários estão sendo corrigidos pelo IPCA. Isso prejudica a parcela de quem já está financiando um imóvel ou um lote e prejudica também as vendas dos novos empreendimentos”, afirmou Alex Andrade, Sócio da Swiss Capital Invest.

Ainda na opinião de Andrade, está claro que o Banco Central deverá encerrar o corte de juros, o que também é ruim para o mercado imobiliário. “Vale ressalta que, mesmo com estes fatores adversos, os imóveis na planta tendem a se valorizar acima do IPCA”.

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