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Inflação na zona do Euro desacelera e fecha 2022 em 9,2%

A queda nos preços da energia puxou a inflação para baixo no último mês do ano passado. No Reino Unido, a taxa anual também perdeu ritmo na leitura final de 2022

Euro. Foto: Agência Brasil
Resultado consolida a expectativa para um aumento da taxa básica de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) na reunião da próxima semana. Foto: Agência Brasil

A inflação ao consumidor na Zona do Euro desacelerou no acumulado de 12 meses em dezembro do ano passado. O resultado era esperado pelo mercado e foi puxado pela queda contínua nos preços de energia – principal vilã da inflação em 2022 por conta da guerra na Ucrânia. Apesar da perda de ritmo, a inflação anual na região segue no maior patamar em quatro décadas.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) na Zona do Euro avançou 9,2% no acumulado de 2022, abaixo de novembro (10,1%), na mesma base de comparação. O resultado foi divulgado nesta quarta-feira, 18/01, pela Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia. Os números vieram em linha com o esperado pelo mercado. Em dezembro, o CPI do mês teve queda de 0,4%.

O núcleo de inflação – que exclui alimentos e energia – registrou alta de 5,2% na base anual. É uma leve aceleração na comparação com novembro (5%). A maior contribuição para a inflação na Zona do Euro veio do setor de alimentação, álcool e tabaco, seguido de energia, serviços e bens industriais não energéticos.

Já em dezembro, a inflação dos alimentos subiu para 16,9%, o ritmo mais rápido desde que os registros começaram em 1977.

“A zona do euro provavelmente ultrapassou o pico da inflação, já que quedas acentuadas na inflação de alimentos e energia devem arrastar para baixo o indicador. Mas os dados finais do CPI de dezembro mostraram que a inflação subjacente permaneceu forte. Esperamos que o núcleo do CPI caia mais lentamente e permaneça bem acima de 2% este ano”, afirmou a Capital Economics em nota.

Nos países que compõem o bloco europeu, as maiores taxas de inflação foram registradas na Hungria (+25%), Letônia (+20,7%) e Lituânia (+20,0%). Pelo outro lado, as mais baixas foram na Espanha (+5,5%), Luxemburgo (+6,2%) e França (+6,7%).

Juros na Zona do Euro

Para conter a alta dos preços, o Banco Central Europeu (BCE) elevou durante vários meses no ano passado a taxa básica de juros do bloco. Atualmente, a taxa de empréstimo, a taxa de refinanciamento e a taxa de depósito ficaram em 2,75%, 2,5% e 2%, respectivamente.

Na próxima reunião, no dia 2 de fevereiro, os mercados projetam um novo aumento de 0,5 ponto percentual nos juros.

Inflação no Reino Unido

No Reino Unido, a taxa anual de inflação desacelerou pelo segundo mês seguido. A perda de ritmo tem duas explicações: os juros a 3,5% – maior patamar em 14 anos – e os recentes sinais de que o avanço global dos preços começa a perder força.  

O índice de preços ao consumidor avançou 10,5% em 2022, resultado abaixo do registrado na base anual de novembro (10,7%), segundo o Escritório de Estatísticas Nacionais (NOS) divulgou hoje. O resultado ficou abaixo do esperado pelos analistas, que era de uma alta de 10,7%.

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