Notícias

Mercado financeiro hoje: falas dos dirigentes do Fed, Haddad e Campos Neto são destaque

Também ficam no radar os pedidos semanais de auxílio-desemprego norte-americanos

Nesta quinta-feira, 18/4, a entrevista coletiva de imprensa do G20, em Washington, do ministro Fernando Haddad (Fazenda), do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e do diretor do BC Paulo Picchetti é destaque.

Ainda ficam no radar os pedidos semanais de auxílio-desemprego norte-americanos e discursos de dirigentes do Fed e dos bancos centrais da Europa.

Juros EUA, petróleo e bolsas da Ásia

O tom é de otimismo moderado nos mercados internacionais, com alguns se ajustando a recentes perdas, caso dos índices futuros de ações de Nova York. Os rendimentos dos Treasuries dão sequência à queda da véspera, depois da alta anterior, enquanto os investidores esperam discursos de dirigentes do banco central americano, que poderão ajudar a calibrar as apostas para os juros dos EUA.

Ontem, a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, voltou a destacar que os juros podem ficar inalterados por mais tempo, caso o processo de desaceleração da inflação fique estagnado.

Na Europa, hoje, o vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, sinalizou que a instituição poderá cortar juros em junho se houver mais evidências de que a inflação da zona do euro está caminhando para a meta oficial de 2% de forma sustentável.

Enquanto também esperam falas de autoridades monetárias da Europa, as bolsas ampliam ganhos da véspera e o dólar cai em relação a outras moedas fortes. Já o petróleo recua, em meio ao risco menor de uma guerra mais ampla no Oriente Médio.

A maioria das bolsas da Ásia e do Pacífico fechou em alta, com algumas delas interrompendo uma sequência de perdas recentes em meio à demanda por barganhas.

Taxa Selic e as dúvidas externas

O mercado interno deve focar em Roberto Campos Neto e Haddad. Além disso, devem considerar as palavras do presidente do BC, Roberto Campos Neto, na véspera, sugerindo uma taxa Selic terminal mais elevada. Ele disse que as dúvidas externas podem levar a uma taxa de juros maior nos Estados Unidos, trazendo “muitas consequências” para o Brasil. A despeito de considerar que o País tá melhor preparado, afirmou que isso não significa que não haverá alguma reprecificação.

A leitura do mercado é de que o BC abandonou a sinalização, o chamado forward guidance, sugerindo uma redução do ritmo de queda da Selic de 0,50 ponto para 0,25 ponto porcentual no próximo Copom.

Ontem, a bolsa de valores fechou em queda de 0,17%, aos 124.171.15 pontos. As ações de frigoríficos pesaram contra o índice, enquanto ações do setor de mineração como Vale (VALE3) e CSN Mineração (CMIN3) subiram no Ibovespa. Por outro lado, o dólar recuou depois de bater o patamar de R$ 5,27, e terminou o dia cotado a R$ 5,2434. A moeda norte-americana registrou valor recorde na terça, o maior desde março do ano passado.