Após recordes, Ibovespa B3 vira e tem queda de mais de 4%; entenda
Neste semana, o Ibovespa atingiu pela primeira vez as marcas de 162 mil, 163 mil e 164 mil pontos
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O Ibovespa B3 operava em queda na tarde desta sexta-feira, 5, após uma semana em que bateu diversos recordes, cruzando pela primeira vez a barreira dos 162 mil, 163 mil e 164 mil pontos.
Após chegar a ultrapassar os 165 mil pontos na manhã do pregão de hoje, por volta das 16h, o principal índice de ações da B3, registrava queda de 4,17%, aos 157.604,09 pontos, mínima do dia. Já o dólar registrava alta de 2,56%, com preço de R$ 5,455 na venda.
“Caminhamos não apenas para um rali de fim de ano, mas também de início de 2026”, analisa a equipe de Equity Research do Itaú BBA. Na visão do analista Fabio Perina, a bolsa ainda deverá se encaminhar para os 180 mil pontos.
Ibovespa e as eleições
Analistas do mercado financeiro apontam que o forte movimento de correção da bolsa de valores ocorre de olho na disputa presidencial de 2026. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, confirmou que Flavio Bolsonaro lhe comunicou que o ex-presidente o escolheu como candidato para disputar a eleição presidencial.
De acordo com o especialista em renda variável da Manchester Investimentos Rubens Cittadin Neto, a notícia parece ter sido muito mal vista pelo mercado porque divide a oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“O mercado é apolítico, o que ele precifica é taxa de juros e o quanto isso afeta os ativos de risco. Hoje, o juro restritivo de 15% se deve ao fiscal mais expansionista. E a expectativa é a de que a oposição traga um fiscal com mais austeridade”, afirmou Cittadin Neto. “Então, quando ocorre um movimento que divide a oposição, e enfraquece o lado político que pode trazer a austeridade fiscal, o mercado acaba precificando muito mal.”
O estrategista-chefe da Davos Investimentos, Ricardo Pompermaier, concorda que a virada na direção da bolsa pode ter relação com movimentações na direita brasileira. “Os mercados acabaram piorando depois da sinalização de que Flávio Bolsonaro deve ser o nome escolhido pelo bolsonarismo para a disputa eleitoral”, diz. “A leitura é de que o processo eleitoral pode ficar ainda mais polarizado e com menos clareza sobre a trajetória fiscal e o compromisso com reformas, o que naturalmente deixa o investidor mais defensivo no curto prazo.”
*Matéria publicada originalmente em IstoÉ Dinheiro, parceiro de B3 Bora Investir
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