China flexibiliza política de ‘Covid zero’ e impulsiona commodities
O governo da China suspendeu a partir de hoje as exigências de testes PCR para entrar em locais públicos ao ar livre em Xangai
A China flexibilizou as normas para testes de Covid-19 nas principais cidades do país. Essa é a primeira medida concreta do governo de Xi Jinping para reduzir a política de ‘Covid zero’ que tem impactado a economia chinesa há quase três anos. Segundo a agência de notícia Bloomberg, Pequim parece planejar uma transição gradual de sua rigorosa política em meio a casos elevados e protestos da população.
Em Xangai, centro financeiro do país, a partir desta segunda-feira, 05/12, foi suspensa a exigência de testes de PCR para entrar em locais públicos ao ar livre – como parques – ou usar transporte público. As informações vieram em um comunicado das autoridades da cidade. De acordo com o documento, as medidas “continuarão a ser otimizadas e ajustadas de acordo com a política nacional e a situação local”. A cidade passou por um intenso lockdown de dois meses no início desde ano.
Na cidade de Hangzhou, a necessidade de testes para entrar em locais públicos – além de escritórios e supermercados – também foi retirada. No transporte público a medida também vale, assim como para comprar determinados medicamentos nas farmácias. A sede da gigante de e-commerce Alibaba fica em Hangzhou.
As restrições também começaram a cair em Zhengzhou – cidade onde fica a maior fábrica da Apple na China. Por lá, as autoridades anunciaram o fim do teste obrigatório de covid para entrar em ônibus, metrô, táxis, karaokês e cibercafés. No mês passado, trabalhadores da empresa entraram em choque com a polícia local, após as fortes restrições que duram quase um mês.
A flexibilização dos testes também atinge as cidades de Shenzhen, Dalian e Jiangxi, além das províncias de Shandong. Nas últimas duas semanas, milhares de chineses foram as ruas protestar contra a política de ‘covid zero’.
Segundo a agência Reuters, o governo da China pode anunciar mais 10 medidas adicionais contra a Covid já na próxima quarta-feira, 07/12. Não foram dados detalhes de quais seriam. Ainda de acordo com a Reuters, o país deve rebaixar sua gestão da covid-19 como uma doença infecciosa de categoria A de nível superior para a categoria B já em janeiro.
“O momento de uma grande mudança na política de covid pode ser um pouco mais cedo do que nosso cenário principal de depois de março de 2023”, afirmaram os economistas do UBS em nota na segunda-feira.