Mercado

Com aversão global a risco e Vale e Petrobras em baixa, Ibovespa fecha em queda de 0,41%; dólar sobe 0,48% e vai a R$ 5,64

Veja como se comportaram o Ibovespa e o dólar nesta terça-feira (3) e o que movimentou os ativos

O Ibovespa encerrou em queda nesta terça-feira, pressionado pela desvalorização das ações da Vale e Petrobras. Além disso, dados da indústria dos Estados Unidos mais fracos que as estimativas criaram uma aversão a risco global, que contaminou a bolsa brasileira.

Por outro lado, o Produto Interno Bruto (PIB) mais alto que o esperado ajudou a fortalecer papéis ligados à economia doméstica.

Ibovespa hoje

No fim do dia, o Ibovespa recuou 0,41%, aos 134.353 pontos. Na mínima intradiária, tocou os 134.171 pontos e, na máxima, os 135.011 pontos.

O volume financeiro negociado na sessão (até as 17h15h) foi de R$ 16,77 bilhões no Ibovespa e R$ 22,26 bilhões na B3.

Dólar hoje

O dólar à vista exibiu apreciação na sessão de hoje. A moeda americana até chegou a cair contra o real no início das negociações, diante da perspectiva de que o Banco Central teria margem para elevar as taxas de juros após o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre surpreender para cima.

Ao longo do pregão, no entanto, com dados mais fracos da economia americana, cresceu a percepção de risco de desaceleração mais forte da economia americana, penalizando moedas ligadas a commodities e fortalecendo divisas conhecidas por serem refúgio em momentos de incerteza.

Terminadas as negociações, o dólar comercial fechou em alta de 0,48%, cotado a R$ 5,6413, depois de ter tocado a mínima de R$ 5,5766 pela manhã e batido na máxima de R$ 5,6522. O euro comercial exibiu valorização de 0,22%, a R$ 6,2292.

Perto do horário de fechamento do mercado à vista, das 33 moedas mais líquidas acompanhadas pelo Valor, os melhores desempenhos vinham do iene japonês e do franco suíço, enquanto as piores performances vinham do peso chileno, da coroa norueguesa e do dólar australiano, todas ligadas a commodities.

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York iniciaram setembro com forte queda na sessão desta terça-feira, que marcou o retorno dos mercados americanos após o feriado do Dia do Trabalho ontem.

Uma leitura mais fraca que o esperado do índice de gerentes de compras (PMI) do setor industrial dos Estados Unidos renovou os temores quanto à possibilidade da economia do país entrar em recessão. Ações do setor de tecnologia foram as mais penalizadas, puxadas por um tombo de 9% da NVidia.

O índice Dow Jones fechou em queda de 1,51%, a 40.936,93 pontos; o S&P 500 recuou 2,12%, a 5.528,93 pontos; e o Nasdaq tombou 3,26%, a 17.136,30 pontos.

Os 47,2 pontos do PMI industrial americano em agosto, conforme leitura do Instituto para Gestão da Oferta (ISM), reacendeu os temores de que a atividade econômica nos Estados Unidos pode estar caminhando para uma desaceleração mais brusca do que o mercado precifica no momento.

O índice de volatilidade VIX, conhecido como o medidor do “medo” de Wall Street, subia 33,25% às 17h20, retornando ao patamar de 20 pontos, o mesmo alcançado durante o forte movimento de venda de ativos de risco do começo de agosto.

As ações de tecnologia, em especial as ligadas ao setor de inteligência artificial (IA) generativa, puxaram as perdas de hoje em Nova York. A NVidia despencou 9,53%; Intel recuou 8,80%; AMD caiu 7,82%; e a Broadcom cedeu 6,16%. Já o índice de tecnologia do S&P 500 teve queda de 4,43% ao fim do pregão.

Bolsas da Europa

Os principais índices acionários europeus fecharam o segundo pregão do mês em queda firme, nesta terça-feira (3), ao passo que os investidores monitoram a agenda de dados econômicos dos Estados Unidos que, nesta semana, terá indicadores que podem trazer mais pistas sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

O índice Stoxx 600 caiu 0,97%, a 519,84 pontos, com as ações do setor de mineração — pressionado pela queda no preço do cobre — e do setor de tecnologia liderando as perdas. Já o CAC 40, de Paris, cedeu 0,93%, para 7.575,10 pontos, o DAX, de Frankfurt, recuou 0,97%, a 18.747,11 pontos, e o FTSE 100, de Londres, perdeu 0,78%, a 8.298,46 pontos.

O destaque da agenda americana nesta semana fica com o relatório oficial do mercado de trabalho dos EUA, o chamado “payroll”.

“É possível que haja uma recuperação nos dados de empregos dos EUA nesta semana, o que pode resultar na redução das apostas de corte das taxas de juros pelo Federal Reserve e em uma ação considerável dos preços em diferentes classes de ativos”, disse o Swissquote Bank, em nota.

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