Com IPCA abaixo do consenso no radar, Ibovespa fecha em alta de 4,29%
Também na esteira do IPCA, o dólar cai mais de 1% e juros despencam
O mercado reagiu de forma muito positiva ao IPCA de março, abaixo das expectativas e dentro da meta de inflação, com o aumento da esperança de que o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), inicie um ciclo de corte na taxa Selic .
Nesta terça-feira (11) o dólar fechou em queda de 1,17%, a R$ 5,0007, tendo passado boa parte do dia na faixa de R$ 4,99. Já o Ibovespa fechou em forte alta de 4,29% (pós ajuste), aos 106.213 pontos, enquanto as taxas de juros futuros (DIs) recuam diante do dado de inflação, que voltou para os limites da meta, entre 1,25% e 4,75% ao ano.
Mais cedo, o IBGE informou que o IPCA ficou em 0,71% em março e em 4,65% no acumulado em 12 meses. A expectativa do mercado era de alta de 0,77% no mês e de 4,71% em um ano.
Lá fora, além de um possível ajuste de posições dos ativos um dia antes da divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, o investidor deve se manter atento a comentários de integrantes do Federal Reserve (Fed).
Em relação à nova regra fiscal elaborada pelo governo, a expectativa é que o texto seja enviado ao Congresso até o fim da semana, mas qualquer informação antecipada pode afetar os preços nos mercados.
Juros futuros
O resultado abaixo do esperado do IPCA de março volta a animar o mercado de juros e dá aval a uma retomada das posições aplicadas em juros ao longo da curva, especialmente nos vértices cuja sensibilidade à política monetária é maior.
“O IPCA de março trouxe uma mensagem positiva generalizada, apesar de não mudar nossa visão de que o BC iniciará o ciclo de flexibilização monetária no terceiro trimestre.
Reconhecemos que os núcleos e os serviços apresentaram bons resultados recentemente, mas ainda estão bem acima da meta de inflação”, dizem os economistas da XP em nota.
A XP, no momento, continua esperar que a inflação encerre o ano em 6,2% e que chegue ao fim de 2024 em 5%, em um cenário que considera a hipótese de que a meta de inflação seja elevada para 4,5% a partir de 2024.
Além disso, a expectativa dos economistas da XP é de que a autoridade monetária buscará a convergência da inflação para a meta até 2025.
A queda firme do dólar, que continua próximo do nível simbólico de R$ 5, também exerce pressão sobre as taxas futuras, ao mesmo tempo em que, no exterior, a sessão desta terça-feira também é marcada por uma queda nos rendimentos dos Treasuries.
Commodities
O contrato para entrega em junho do petróleo Brent – referência para Petrobras – fechou em alta de 1,70% a US$ 85,61 o barril, na ICE (Intercontinental Exchange), de Londres.
Mercado Europa
As bolsas europeias fecharam a sessão de hoje com ganhos firmes, após dois dias de feriado em que os mercados acionários do continente ficaram fechados.
Sem drivers locais relevantes, dados de inflação e empréstimos da China deram a impressão de que as autoridades do país estão dispostas a elevar o apoio à economia e, assim, apoiaram o pregão europeu hoje.
- Stoxx 600: +0,62% (461,79 pontos)
- DAX (Frankfurt): +0,37% (15.655,17 pontos)
- CAC 40 (Paris): +0,89% (7.390,28 pontos)
- FTSE 100 (Londres): +0,57% (7.785,72)
Na avaliação de analistas do Barclays, a reabertura da China tem sido o principal fator que impulsiona as ações europeias junto com o nível elevado de poupança e queda nos preços de gás natural no continente.
Para saber ainda mais sobre investimentos e educação financeira, não deixe de visitar o Hub de Educação da B3.