Dólar cai a R$ 5,48 após ata do Copom e com Oriente Médio no foco
Os movimentos do real tinham como pano de fundo a fraqueza do dólar no exterior

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O dólar à vista recuava ante o real nesta terça-feira, na esteira das perdas da moeda norte-americana no exterior, conforme os investidores reagiam à violação do acordo de cessar-fogo no conflito entre Israel e Irã e à divulgação da ata da mais recente reunião do Banco Central.
Às 9h41, o dólar à vista caía 0,35%, a R$ 5,4846 na venda. Veja cotações. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha baixa de 0,17%, a R$ 5,496 na venda.
Os movimentos do real tinham como pano de fundo a fraqueza do dólar no exterior, com os mercados demonstrando apetite por risco após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar na véspera um cessar-fogo no Oriente Médio, ainda que já haja relatos de violações pelas partes.
Trump disse na noite de segunda-feira que um cessar-fogo “completo e total” entre Israel e o Irã entraria em vigor com o objetivo de encerrar o conflito de 12 dias. Nesta terça, entretanto, o presidente afirmou que ambos os países violaram a trégua.
Apesar da fala de Trump e de vários relatos de trocas de ataques entre os dois rivais do Oriente Médio após a entrada em vigor do cessar-fogo, os investidores ainda demonstravam otimismo, o que contribuía, em particular, para fortes quedas nos preços do petróleo, de quase 4%.
Na segunda-feira, a retaliação do Irã a ataques dos EUA a instalações nucleares iranianas no fim de semana foi vista como abaixo do esperado. Os temores de que o país poderia fechar o Estreito de Ormuz, por onde circula em torno de 20% do comércio global de petróleo, ainda não se concretizou.
“A trégua já deu um alívio ontem ao mercado e deve refletir ainda mais hoje”, disse Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.
O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,24%, a 97,998.
A divisa norte-americana também recuava frente a pares do real, como o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno.
Ao longo do dia, as atenções se voltarão para o Federal Reserve, com o chair Jerome Powell dando início, às 11h, a dois dias de depoimento ao Congresso dos EUA.
Na véspera, fala da diretora do Fed Michelle Bowman sobre estar aberta a um corte na taxa de juros já em julho ajudou a impulsionar várias moedas frente ao dólar. No Brasil, o dólar à vista fechou em baixa de 0,42%, a R$5,5041.
Cena local
Na cena doméstica, o mercado nacional avaliava a ata da reunião do BC da semana passada, quando os membros optaram por elevar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, a 15% ao ano, indicando que devem interromper o ciclo de altas no próximo encontro e manter os juros inalterados por período “bastante prolongado”.
No documento divulgado nesta terça, as autoridades afirmaram que elevaram a Selic por conta da resiliência da atividade econômica, ponderando que grande parte do efeito do aperto monetário feito até agora ainda está por vir, o que motivou a indicação de que o ciclo será interrompido.
Segundo Avallone, no entanto, diante da influência dos fatores externos sobre as negociações do mercado, a ata “não teve muita precificação”, uma vez que veio dentro do esperado.
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