Dólar sobe 1,43% e vai a R$ 5,73, maior valor desde dezembro de 2021; em dia ruim nos mercados globais, Ibovespa cai 0,2%
Veja como se comportaram o Ibovespa e o dólar nesta quinta-feira (1º) e o que movimentou os ativos
O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira, acompanhando o sentimento de aversão a risco global. O recuo do preço do petróleo no mercado internacional, diante de dados econômicos mais fracos dos Estados Unidos, afetou negativamente as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras, que caíram 1,85% e 1,52%, respetivamente.
Ibovespa hoje
Mesmo a alta de 2,47% do minério de ferro não foi capaz de dar suporte às ações da Vale ON, que caíram 2,24%, diante de uma possível realização de lucros dos investidores. Liderando os ganhos, porém, ficaram Vivo ON (+4,31%), Weg ON (+4,30) e Marfrig ON (+3,71%).
No cenário macroeconômico, o mercado repercute, ainda, o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), mais cauteloso com a política monetária que parte do mercado esperava, mas que abre mais espaço para uma eventual alta na Selic à frente.
No fim do dia, o índice caiu 0,20%, aos 127.395 pontos. Na mínima intradiária, tocou os 127.150 pontos e, na máxima, os 128.762 pontos. O volume financeiro negociado na sessão (até as 17h15) foi de R$ 17,79 bilhões no Ibovespa e R$ 27,77 bilhões na B3.
Dólar hoje
O dólar comercial subiu mais de 1% hoje e encerrou a sessão desta quinta-feira em seu maior patamar desde 21 de dezembro de 2021.
O movimento foi provocado por um movimento global de forte aversão a risco que também afetou outras moedas de países emergentes, após uma rodada de dados fracos nos Estados Unidos provocar um temor de recessão na principal economia do mundo.
No entanto, a depreciação do real foi mais forte diante da reação dos agentes ao tom menos conservador do que o esperado do comunicado da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgado ontem à noite.
O dólar à vista fechou em alta de 1,43%, a R$ 5,7349, após tocar a máxima intradiária de R$ 5,7434 – também no maior nível desde dezembro de 2021 – e a mínima de R$ 5,6328. Já o euro comercial subiu 1,11%, a R$ 6,1862.
No exterior, o índice DXY, que compara a moeda americana com seis rivais, anotava alta de 0,29%, a 104,40 pontos, por volta de 17h10. No mesmo horário, o dólar subia 0,97% contra o peso mexicano; 0,56% ante o peso chileno; e 0,75% no confronto com o peso colombiano.
Bolsas de Nova York
Os principais índices acionários de Nova York fecharam o dia em queda firme, após dados fracos da economia americana divulgados hoje despertarem os temores de recessão entre os investidores.
O índice Dow Jones caiu 1,21%, a 40.347,97 pontos; o S&P 500 recuou 1,37%, a 5.446,68 pontos; e o Nasdaq teve queda de 2,30%, a 17.194,14 pontos.
Números mostraram que o índice de gerentes de compras (PMI) industrial dos Estados Unidos voltou ao território contracionista, caindo para 49,6 em julho, ante 51,6 no mês anterior. O PMI industrial do ISM também mostrou queda, indo para 46,8 em julho, ante 48,5 no mês anterior e abaixo do consenso de 48,9.
Além dos indicadores de atividade, os pedidos de seguro-desemprego também preocuparam, já que subiram para 249 mil na semana passada, bem acima dos 235 mil registrados na semana anterior e esperados por analistas consultados pelo “The Wall Street Journal”.
Entre as ações, a Nvidia foi destaque negativo e caiu 6,67%. Já a Meta Platforms subiu 4,8%, depois que a companhia relatou lucros maiores e deu uma previsão de receita melhor do que a prevista. Agora, Apple e Amazon, que são os grandes nomes que divulgam seus resultados trimestrais após o fechamento.
Bolsas da Europa
Os principais índices acionários europeus encerraram a quinta-feira (1º) em queda firme, pressionados pelas perdas expressivas em ações de montadoras de automóveis. Os agentes também avaliaram a decisão do Banco da Inglaterra (BoE), que cortou seus juros, e dados econômicos da região.
Nesse contexto, o índice Stoxx 600 caiu 1,23%, a 511,83 pontos, o CAC 40, de Paris, cedeu 2,14%, para 7.370,45 pontos, o DAX, de Frankfurt, recuou 2,3%, a 18.083,05 pontos, e o FTSE 100, da bolsa de Londres, perdeu 1,01%, a 8.283,36 pontos.
Entre as ações, o destaque negativo ficou com a Volkswagen e a BMW, que caíram após seus resultados trimestrais decepcionarem os investidores. As empresas fecharam em queda de 3,39% e 3,05%, respectivamente. O banco francês Société Générale também foi destaque negativo, afundando 8,9%, após reduzir suas perspectivas para o ano.
Na política monetária, o BoE deu início ao cliclo de queda dos juros e reduziu a taxa básica em 0,25 ponto percentual (-p.p.), para 5% ao ano. A decisão já era esperada e foi marcada por uma divisão dos dirigentes do banco central: cinco foram favoráveis ao corte, enquanto outros quatro votaram por manter os juros inalterados.
Já no front dos dados, o índice de gerente de compras (PMI) do Reino Unido de julho foi positivo, ficando em 52,1, maior alta em dois anos, diferente dos PMIs da Alemanha e da zona do euro, que seguem em território contracionista, abaixo de 50, e com poucas expectativas de recuperação da demanda no curto prazo.
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