Mercado

Dólar sobe 1,46%, encosta em R$ 5,60 e fecha 1° semestre com alta de 15%

Veja como se comportaram o Ibovespa e o dólar nesta sexta-feira (28) e o que movimentou os ativos

Sede da Bolsa de Valores em São Paulo, com grande telão mostrando as cotações das ações. Foto: Divulgação/B3
Com a piora de hoje, o dólar teve valorização de 2,71% na semana; 6,46% no mês de junho; e de 15,17% no primeiro semestre de 2024. Foto: Divulgação/B3

O Ibovespa recuou na sessão desta sexta (28), em dia de alta dos juros futuros dos Estados Unidos e do Brasil, mas conseguiu encerrar a semana (+2,11%) e o mês de junho (+1,48%) no campo positivo, com investidores realizando compras de oportunidade em papéis descontados, principalmente os que se beneficiam da alta do dólar. No ano, o referencial acumula queda de 7,66%.

Ibovespa hoje

No fim do dia, o índice recuou 0,32%, aos 123.907 pontos. Nas mínimas intradiárias, tocou os 123.298 pontos e, nas máximas, os 124.500 pontos.

O volume financeiro negociado na sessão (até as 17h15) foi de R$ 16,93 bilhões no Ibovespa e R$ 21,90 bilhões na B3

Dólar hoje

O dólar à vista encerrou a sessão desta sexta-feira em alta forte, chegando a se aproximar do patamar de R$ 5,60. O pregão foi marcado por forte desvalorização do real, em dia que o euro também se aproximou do nível de R$ 6.

A dinâmica se descolou do cenário externo, em dia de recuperação da maioria das moedas de mercados emergentes. Com a piora de hoje, o dólar teve valorização de 2,71% na semana; 6,46% no mês de junho; e de 15,17% no primeiro semestre de 2024.

Operadores imaginavam que parte da desvalorização do real pela manhã estava relacionada à formação da Ptax de fim de mês, quando há um embate entre “comprados” e “vendidos” para definição do nível do dólar.

A moeda americana até chegou a acalmar, mas à tarde voltou a apreciar, renovando as máximas do dia e encostando em R$ 5,60.

Ainda que um fluxo forte de saída possa ter ajudado, operadores tiveram um discurso uníssono em relação à percepção de risco local, que se aprofunda na ausência de anúncios concretos do governo sobre a seara fiscal.

Fechado o mercado à vista, o dólar comercial teve valorização de 1,46%, a R$ 5,5884, depois de ter encostado na mínima de R$ 5,4843 e encostado na máxima de R$ 5,5982.

Já o euro comercial teve valorização de 1,52%, a R$ 5,9847. O real apresentou a pior performance entre as divisas mais líquidas acompanhadas pelo Valor.

Perto das 17h15, o dólar recuava 1,38% ante o rand sul-africano, 0,58% ante o peso mexicano e 0,78% ante o peso chileno.

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York passaram por uma correção no pregão desta sexta-feira, o último do primeiro semestre de 2024. De olho nos riscos políticos após o primeiro debate entre Joe Biden e Donald Trump, os investidores reduziram a alocação em ativos de risco após os índices saltaram nos primeiros seis meses do ano, impulsionados pelo rali de inteligência artificial (IA) generativa.

Dow Jones encerrou o pregão em queda de 0,12%, a 39.118,86 pontos; o S&P 500 recuou 0,41%, a 5.460,48 pontos; e o Nasdaq desvalorizou 0,71%, a 17.732,60 pontos. Na semana, os dois primeiros índices acumularam baixa de 0,08%, enquanto o Nasdaq teve alta modesta de 0,24%. No acumulado de junho, os índices avançaram 1,12%, 3,47% e 5,96%, respectivamente.

Já no segundo trimestre, o Dow Jones acumulou queda de 1,73%, enquanto o S&P 500 avançou 3,92% e o Nasdaq, 8,26%. Por fim, no primeiro semestre de 2024, os ganhos foram de 3,79%, 14,48% e 18,13%, respectivamente.

Os dois últimos índices haviam batido novos recordes intradiários pouco depois da abertura, após o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) desacelerar dentro do esperado em maio e melhorar as perspectivas por cortes de juros do Federal Reserve (Fed). No entanto, o movimento não se sustentou diante de uma correção generalizada dos mercados em Nova York.

Entre ações, destacou-se hoje a queda de quase 20% da Nike. A empresa divulgou números decepcionantes em seu balanço do quarto trimestre fiscal por conta de uma menor demanda dos consumidores. Com isso, bancos como o Wells Fargo e o HSBC reduziram o preço-alvo e pioraram a avaliação dos papéis da Nike.

Bolsas da Europa

A maioria dos principais índices acionários europeus encerraram o dia no vermelho, em meio a cautela antes das eleições legislativas da França, que acontecem no domingo, e enquanto os investidores avaliam dados de inflação dos Estados Unidos divulgados mais cedo.

O índice Stoxx 600 caiu 0,24%, a 511,37 pontos. O Dax de Frankfurt avançou 0,14% a 18.235,45 pontos; e o Cac 40, de Paris, caiu 0,68%, para 7.479,40 pontos. O FTSE, da bolsa de Londres, teve queda de 0,19%, para 8.164,12 pontos.

No acumulado semanal, o índice Stoxx 600 caiu 0,72%, o Dax subiu 0,40%, o Cac 40 caiu 1,96% e o FTSE de Londres caiu 0,89%.

A Allianz informa em nota, que um governo de extrema-direita ou de extrema-esquerda que emergisse das eleições poderia ter consequências negativas para os mercados financeiros franceses, mas limitaria o contágio para o resto da Europa, desde que o próximo executivo moderasse sua postura anti-UE.

Os agentes também olharam para o índice de preços de gastos com consumo (PCE) dos EUA, que ficou estável em maio, desacelerando em relação à alta de 0,3% registrada em abril e em linha com o consenso de economistas ouvidos pelo “The Wall Street Journal”. O indicador é a medida inflacionária mais observada pelo Federal Reserve (Fed).

No front macroeconômico europeu, o produto interno bruto (PIB) do Reino Unido cresceu 0,7% entre janeiro e março em comparação com o trimestre anterior. As estimativas apontavam um aumento de 0,6% no trimestre. Em uma base anualizada, o PIB cresceu 2,9%, também superando os consensos.

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