Mercado

Efeito Trump e fluxo gringo fazem dólar fechar em R$ 5,94, menor valor desde novembro; Ibovespa recua 0,30%

Veja como se comportaram o Ibovespa e o dólar nesta quarta-feira (22) e o que movimentou os ativos

O dólar à vista encerrou a sessão de hoje em forte queda, em dia em que a moeda americana perdeu força globalmente, diante da sinalização de Donald Trump de que deverá tarifar a China com taxas menores do que o esperado pelo mercado.

Encerrada as negociações, o dólar comercial fechou negociado em queda de 1,40%, cotado a R$ 5,9455, o menor patamar desde 27 de novembro de 2024, quando encerrou a R$ 5,9124.

Dólar hoje

O alívio foi global, mas mais forte nos mercados da América Latina, com o câmbio brasileiro se destacando entre todas as 33 moedas mais líquidas.

Operadores mencionaram principalmente um ajuste técnico como motivo adicional para essa melhora, mas houve também menção a entrada de fluxo estrangeiro no país.

Na mínima do dia, o dólar à vista chegou a R$ 5,9154 e bateu na máxima de R$ 6,0201.

Já o euro comercial exibiu desvalorização de 1,38%, a R$ 6,1949.

Perto das 17h05, o índice DXY avançava 0,09%, aos 108,160 pontos.

O real apresentava o melhor desempenho do dia frente ao dólar, da relação das 33 moedas mais líquidas acompanhadas pelo Valor.

As três moedas que seguiam o real eram os pesos chileno, colombiano e mexicano.

Ibovespa hoje

Em um pregão volátil, o Ibovespa passou parte da sessão perto da estabilidade até aprofundar as perdas no fim do dia e recuar 0,30%, aos 122.972 pontos, puxado por uma queda mais acentuada da Vale.

Ao longo do pregão, o índice oscilou entre os 122.926 pontos e os 123.865 pontos.

Se por um lado, o recuo dos juros futuros mais longos durante parcela do dia puxou para cima ações mais domésticas, por outro, a discussão de uma eventual taxação de 10% dos bens produzidos na China — ainda que menor do que os 60% ventilados na campanha do presidente Donald Trump — penalizou papéis de exportadoras de commodities, em um dia de forte recuo da moeda americana frente ao real. O dólar comercial fechou com queda de 1,40%, a R$ 5,9455.

As ações da CSN encerraram em queda de 3,09%, enquanto os papéis da Vale recuaram 2,52%.

Segundo alguns operadores, a diferença vista no movimento das ações da Vale pode ter sido intensificada pela venda de papéis por parte de um player relevante.

O dia também foi negativo para os papéis da Petrobras: as PN caíram 0,56% e as ON recuaram 1,01%.

Em contrapartida, a sessão foi de alta dos papéis da CVC (+6,36%), LWSA (+5,66%), Lojas Renner (+4,87%) e Assaí (+3,43%).

O volume financeiro no índice foi de R$ 14,9 bilhões, um pouco acima dos R$ 12,6 bilhões vistos na véspera, e de R$ 19,2 bilhões na B3.

Bolsas de Nova York

As bolsas fecharam em alta em Nova York, com forte impulso das ações do setor de tecnologia, após Donald Trump prometer investimentos bilionários em inteligência artificial nos EUA.

O S&P 500 chegou a bater um novo recorde intradiário e terminou o pregão perto do seu maior nível de fechamento da história.

No entanto, a maior parte dos setores do índice terminou o dia no negativo. Serviços públicos e o setor imobiliário lideraram as perdas.

O setor de energia também esteve entre as maiores quedas, com os investidores repercutindo medidas do novo governo Trump para aumentar a produção de petróleo.

No fechamento, o índice Dow Jones subiu 0,30%, aos 44.156,67 pontos, o S&P 500 teve alta de 0,61%, aos 6.086,33 pontos, e o Nasdaq avançou 1,28%, aos 20.009,340 pontos.

Entre os destaques, as ações da Netflix dispararam 9,69%, após a empresa divulgar seu resultado do quarto trimestre, que foi bem recebido pelo mercado.

A Nvidia (+4,43%), Oracle (+6,73%) e Microsoft (+4,13%), que devem se beneficiar do projeto de Trump voltado para IA, também tiveram ganhos expressivos.

Bolsas da Europa

As bolsas fecharam em forte alta na Europa, impulsionadas pela perspectiva de que as tarifas prometidas por Donald Trump podem não ser tão agressivas quanto previamente esperado, apesar das novas ameaças do presidente dos EUA.

A única exceção foi o FTSE 100, de Londres, que ficou na estabilidade após renovar o seu recorde de fechamento por três sessões consecutivas.

O índice, no entanto, atingiu uma nova máxima intradiária durante o dia.

O índice pan-europeu Stoxx 600 também atingiu um novo recorde na sessão, aos 530,54 pontos.

Investidores também repercutem a temporada de balanços. Entre os destaques, as ações das Adidas subiram mais de 6%, após a companhia divulgar seus resultados do trimestre.

No fechamento, o índice Stoxx 600 subiu 0,39%, aos 528,01 pontos.

O FTSE 100, de Londres, caiu 0,04%, aos 8.544,46 pontos, e o DAX, de Frankfurt, subiu 1,01%, aos 21.254,27 pontos.

Já o CAC 40, de Paris, avançou 0,86%, aos 7.837,71 pontos.

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