Em dia de aversão global ao risco, Ibovespa B3 cai 1,35%; dólar tem queda e fecha a R$ 5,70
Veja como se comportaram o Ibovespa e o dólar nesta segunda-feira (31) e o que movimentou os ativos
Em um dia de maior aversão global ao risco, o Ibovespa B3 permaneceu pressionado durante toda a sessão e encerrou com queda de 1,25%, aos 130.260 pontos, perto da mínima do pregão, de 130.115 pontos.
Na máxima do dia, chegou a tocar os 131.901 pontos. À tarde, a recuperação vista em Wall Street chegou a trazer certo alívio ao índice, mas o movimento perdeu força nos minutos finais do dia.
Em março, o índice avançou 6,08%. Já no acumulado entre janeiro e março, subiu 8,29%, o que seria o melhor desempenho para um trimestre desde o quarto trimestre de 2023, quando os ganhos chegaram a 15,12%, segundo dados do Valor Data.
Ibovespa hoje
Com investidores à espera de como será o “tarifaço” que deve ser anunciado pelo presidente americano, Donald Trump, na próxima quarta-feira (2), a sessão foi de maior cautela.
Analistas do J.P. Morgan rebaixaram, de compra para neutra, a recomendação sobre as ações do BTG Pactual e do Banco do Brasil, o que ajudou a intensificar as perdas do índice ao longo da sessão. As units do BTG fecharam em queda de 3,44%, enquanto as ON do BB recuaram 1,57%.
O dia também foi de contração para outras blue chips, caso da Vale, que caiu 1,49%, e da Petrobras, em que as ações PN cederam 0,72%.
O volume financeiro do índice foi de R$ 15,6 bilhões. Já na B3, o giro financeiro bateu R$ 20,3 bilhões.
Dólar hoje
O dólar à vista encerrou a sessão desta segunda-feira em forte queda, de quase 1%, reforçando a dinâmica já observada ao longo de todo o mês de março, de depreciação consistente da moeda americana (a divisa recuou 3,56% frente ao real no período).
Operadores mencionaram a formação da Ptax como gatilho para a piora da moeda americana, no fechamento de um mês marcado pelo forte desmonte de posições compradas em dólar contra o real no mercado de derivativos.
Até a sessão de sexta-feira, o investidor estrangeiro desfez em março cerca de US$ 12,6 bilhões em posições compradas em dólar, segundo dados da B3.
Após a formação da Ptax, hoje, o dólar aprofundou a queda, em um possível desmonte adicional de posições ou com o ingresso de capitais, já que o período de fluxo mais forte para o país se dá normalmente entre o primeiro e o segundo trimestre do ano.
Diante dessa queda forte, o real se destacou dos pares e encerrou a sessão como a melhor moeda entre as 33 mais líquidas acompanhadas pelo Valor. Encerradas as negociações, o dólar recuou 0,94%, a R$ 5,7057, depois de ter tocado a mínima de R$ 5,7005 e encostado na máxima de R$ 5,7857.
Já o euro comercial registrou desvalorização de 1,06%, a R$ 6,1691.
No exterior, perto do fechamento, o índice DXY apreciava 0,14%, aos 104,194 pontos. O segundo melhor desempenho do dia vinha do rand sul-africano, com o dólar caindo 0,45% contra a divisa.
Bolsas de Nova York
Os principais índices de ações de Nova York fecharam em direções opostas nesta segunda-feira, revertendo parte da queda vista na abertura.
A volatilidade reflete a preocupação do mercado com o anúncio das tarifas recíprocas do presidente americano, Donald Trump, previsto para esta quarta-feira, e o impacto que uma guerra comercial pode ter sobre o crescimento da economia americana.
No fechamento, o índice Dow Jones subiu 1,10%, aos 42.002,01 pontos, o S&P 500 teve alta de 0,56%, aos 5.611,93 pontos, e o Nasdaq recuou 0,14%, aos 17.299,287 pontos.
No mês, as bolsas acumularam perdas de 4,20%, 5,62% e 8,27%, respectivamente. Já no balanço do trimestre, as quedas foram de 1,28%, 4,59% e 10,42%.
Na visão do Morgan Stanley, o anúncio previsto para o dia 2 de abril deve trazer alguma clareza para o mercado, mas será apenas um ponto de partida para novas negociações, em vez de uma resolução final.
“Isso significa que a incerteza política e os riscos de crescimento econômico devem persistir – a questão é em que grau”, ponderam os analistas, em nota.
Diante das incertezas, o Goldman Sachs e o UBS diminuíram suas projeções para o S&P 500 no final deste ano, de 6.200 pontos para 5.700, e de 6.600 para 6.400, respectivamente.
Os analistas de ambos os bancos citaram a política tarifária dos Estados Unidos como motivo.
Bolsas da Europa
Os principais índices acionários europeus encerraram a segunda-feira (31) em queda, em linha com a aversão global ao risco, que reflete a proximidade da nova rodada de tarifas dos Estados Unidos, prevista para o dia 2 de abril. As tarifas podem ser mais agressivas do que Donald Trump havia sinalizado antes.
O índice Stoxx 600 fechou em queda de 1,47%, a 534,13 pontos, o DAX, de Frankfurt, recuou 1,33% a 22.163,49 pontos, o FTSE 100, da bolsa de Londres, caiu 0,88%, para 8.582,81 pontos, e o CAC 40, de Paris, perdeu 1,58%, a 7.790,71 pontos.
No acumulado do mês, o Stoxx 600 anotou queda de 5,19%, o DAX recuou 1,72%, o FTSE 100 cedeu 2,58% e o CAC 40 caiu 3,96%.
Trump disse no fim de semana que seu anúncio de tarifas, apelidado por ele de “Dia da Libertação”, incluirá todos os países, e não apenas os dez ou 15 com o maior superávit comercial em relação aos Estados Unidos.
“Assim, uma tarifa universal de 20% pode estar de volta à mesa como uma das opções”, diz o Rabobank, em relatório.
“Enquanto o governo Trump se prepara para ‘libertar’ o país, os investidores estão procurando se libertar de suas participações acionárias”, afirma o banco. O Rabobank destaca que a postura de Trump está despertando outros líderes.
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse que as tarifas são uma chance para a Europa mostrar sua independência.
Os investidores esperam que o BCE corte sua taxa de juros em abril, já que a taxa de inflação na zona do euro — que será atualizada amanhã — caminha para a meta de 2%.
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