Ibovespa fecha em baixa de 0,44% após volatilidade e preocupações fiscais; dólar sobe a R$ 5,66
Veja como se comportaram o Ibovespa e o dólar nesta quinta-feira (22) e o que movimentou os ativos
Em um pregão bastante volátil, o Ibovespa B3 oscilou entre perdas e ganhos até encerrar em queda de 0,44%, aos 137.273 pontos, perto da mínima de 137.088 pontos. Na máxima, o índice chegou a subir até os 138.837 pontos. Com o fiscal no foco dos agentes financeiros, os ativos domésticos chegaram a ganhar fôlego, em um primeiro momento, com notícias antecipando a contenção de gastos que seria anunciada mais tarde pelo Ministério da Fazenda.
Porém, declarações feitas pelo chefe da equipe econômica, Fernando Haddad, durante a coletiva de apresentação do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias, voltaram a trazer preocupação e fizeram os ativos doméstico apagarem a melhora: os juros saíram das mínimas, o dólar à vista voltou a subir e o Ibovespa virou para o negativo.
Ibovespa hoje
Em linha com o recuo nos preços do petróleo, as ações da Petrobras fecharam em queda: as PN cederam 1,32%, enquanto as ON perderam 1,33%. Situação parecida foi vista com as ações da Vale, que recuaram 0,75%. Já a maior queda foi registrada pelos papéis Bradespar, que cederam 3,24%.
Ações domésticas, por outro lado, ficaram entre as maiores altas, caso de Raízen (+12,36%), Assaí (+5,46%), Marcopolo (+3,13%) e Magazine Luiza (+2,82%).
O volume financeiro negociado no Ibovespa foi de R$ 19,1 bilhões e de R$ 24,8 bilhões na B3.
Maiores altas do Ibovespa
- Raízen (RAIZ4): +12,36%
- Assaí (ASAI3): +5,46%
- Azul (AZUL4): + 4,90%
- Marcopolo (POMO4): +3,13%
- Magazine Luiza (MGLU3): +2,82%
- Petz (PETZ3): +2,55%
- Cogna (COGN3): +2,51%
- Yduqs (YDUQ3): +2,17%
- Hypera (HYPE3): +2,02%
- Marfrig (MRFG3): +1,87%
Maiores baixas do Ibovespa
- Vamos Locação (VAMO3): -3,19%
- Pão de Açúcar (PCAR3): -3,23%
- Bradespar (BRAP4): -3,24%
- Brava Energia (BRAV3): -2,47%
- Tim (TIMS3): -2,45%
- Cyrela (CYRE3): -2,34%
- Engie Brasil (EGIE3): -2,15%
- Eneva (ENEV3): -2,02%
- Prio (PRIO3): -1,94%
- Sabesp (SBSP3): -1,87%
Dólar sobe com preocupações sobre fiscal
O dólar à vista exibiu valorização de 0,32%, cotado a R$ 5,6614, depois de ter tocado a mínima de R$ 5,5960 e encostado na máxima de R$ 5,6803. Já o euro comercial ficou estável, a R$ 6,3854. Perto das 17h20, o índice DXY apreciava 0,38%, aos 99,934 pontos.
Hoje a sessão foi marcada por dólar mais forte na maioria dos mercados mais líquidos. O real, no entanto, vinha se apresentando melhor do que os pares desde o início da tarde, em um possível otimismo com as informações a serem divulgadas pelo governo. De fato houve uma apreciação do câmbio mais forte, mas a melhora inicial observada após a divulgação do relatório fiscal perdeu força conforme os agentes se atentaram às declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e observaram os detalhes do documento.
Apesar de os números de bloqueio e contingenciamento terem vindo mais fortes que o esperado pelos mercados, permaneceu a desconfiança dos agentes com a política econômica do governo – o que acabou piorando com notícias sobre o aumento do IOF.
+ Veja o que muda no IOF de compra de dólar e operações de câmbio
Bolsas de NY
Em um dia marcado pela volatilidade nos mercados de renda fixa, as principais bolsas de Nova York se mostraram sensíveis ao desempenho dos rendimentos dos Treasuries e fecharam esta quinta-feira (22) sem direção única. Os índices caminhavam para terminar o dia no campo positivo, mas perderam fôlego nos últimos minutos do pregão.
No fechamento, o índice Dow Jones ficou estável, aos 41.859,09 pontos; o S&P 500 perdeu 0,04%, aos 5.842,01 pontos; e o Nasdaq valorizou 0,28%, aos 18.925,74 pontos.
Apenas três setores terminaram o dia no positivo: tecnologia (0,12%), comunicação (0,32%) e consumo discricionário (0,56%). As ações de Tesla (1,89%), Alphabet (1,37%) e Amazon (0,96%) registraram alguns dos melhores desempenhos da sessão.
O dia começou negativo para as bolsas, na medida em que a Câmara dos Estados Unidos aprovou o projeto de lei de corte de impostos de Donald Trump, o que levou os juros às máximas do dia, especialmente na parte longa da curva.
As falas do diretor do Federal Reserve (Fed) Christopher Waller de que a autarquia pode diminuir as taxas de juros no segundo semestre, caso as tarifas a outros países se estabilizem em torno de 10%, contribuíram para o alívio do estresse nos Treasuries, levando os juros a caírem em todos os pontos da curva a termo americana. As bolsas, no entanto, perderam fôlego no final do pregão, se afastando das máximas do dia ou ficando próximas à estabilidade.
Na frente de dados, os pedidos iniciais de seguro-desemprego caíram para 227 mil na semana passada, abaixo do consenso de 230 mil. Já o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto dos Estados Unidos subiu de 50,6 em abril para 52,1 em maio, com o pessimismo em relação às perspectivas para o próximo ano diminuindo um pouco devido à trégua tarifária.
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