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Força de dados de emprego nos EUA faz Ibovespa recuar 0,77%; dólar sobe 1% e vai a R$ 6,10

Veja como se comportaram o Ibovespa e o dólar nesta sexta-feira (10) e o que movimentou os ativos

O avanço de ações como da Petrobras e da Vale ajudou a limitar as perdas do Ibovespa na sessão, mas não foi capaz de frear a queda em um dia de maior aversão a risco global após a divulgação do “payroll” americano.

O índice terminou o pregão com recuo de 0,77%, aos 118.856 pontos, perto da mínima do dia, de 118.732 pontos.

Ibovespa hoje

Na máxima intradiária, ele chegou a tocar os 120.052 pontos. No acumulado da semana, o índice teve leve alta de 0,27%.

As ações da Vale encerraram em alta de 0,57%. Já as ações PN da Petrobras subiram 0,27% e as ON da petroleira avançaram 0,49%, impulsionadas pela subida de mais de 3% nos contratos futuros de petróleo.

O volume financeiro no Ibovespa foi de R$ 15,4 bilhões e de R$ 19,6 bilhões na B3.

Dados acima do esperado divulgados pelo “payroll” surpreenderam o mercado e desencadearam uma nova rodada de deterioração dos ativos domésticos, com a visão de que o Federal Reserve (Fed) deve pausar o ciclo de flexibilização monetária e de que a quantidade de corte de juros pode diminuir ainda mais.

A surpresa trazida pelos números do “payroll” teve reflexo direto nas bolsas americanas. O Nasdaq e o Dow Jones tiveram queda de 1,63%, enquanto o S&P 500 caiu 1,54%.

Dólar hoje

O ambiente externo adverso para mercados emergentes deu as caras de forma mais intensa no pregão desta sexta-feira, com reflexos amplamente negativos sobre o desempenho do câmbio doméstico.

Após uma sessão em que o real se destacou positivamente no complexo das moedas emergentes, os números bem mais fortes que o esperado do mercado de trabalho dos Estados Unidos se somaram à alta das expectativas de inflação e provocaram uma disparada global do dólar, diante da percepção de que o espaço para novos cortes nos juros americanos diminui cada vez mais.

Nesse ambiente, o dólar encerrou o pregão desta sexta-feira em alta de 1,00% no mercado à vista, negociado a R$ 6,1017, após ter subido a R$ 6,1248 na máxima da sessão.

Na semana, porém, a moeda americana conseguiu registrar algum alívio, ao acumular queda de 1,28% e ter um desempenho mais forte que o da grande maioria dos pares emergentes.

O dólar já subia no início do dia, ao corrigir possíveis excessos após ter anotado um movimento firme de queda no pregão da véspera.

No entanto, o movimento ganhou musculatura ainda durante a manhã, após o relatório de empregos dos EUA (“payroll”) mostrar um crescimento de postos de trabalho bem acima do esperado pelo mercado e uma queda na taxa de desemprego, o que reforçou a sensação de que o Federal Reserve (Fed) deve pausar o ciclo de flexibilização monetária e de que a quantidade de reduções nos juros pode diminuir ainda mais.

Bolsas de Nova York

Os principais índices de ações de Nova York apresentaram forte queda nesta sexta-feira após a divulgação do relatório de empregos (“payroll”) dos Estados Unidos em dezembro.

Os dados mostraram que a maior economia do mundo criou mais vagas do que o esperado, reforçando a percepção entre os investidores de que a economia segue aquecida e pode não haver espaço para cortes nas taxas de juros do que o anteriormente previsto.

Em relatórios divulgados hoje, grandes bancos como o Goldman Sachs, Bank of America e Deutsche Bank já revisaram suas projeções para 2025.

No fechamento de hoje, o Dow Jones caiu 1,63%, aos 41.938,45 pontos, o S&P 500 recuou 1,54%, aos 5.827,04 pontos, e o Nasdaq cedeu 1,63%, aos 19.161,628 pontos.

Na semana, os índices se desvalorizaram em 1,86%, 1,94% e 2,34%, respectivamente.

Praticamente todos os setores do S&P 500 terminaram o dia no negativo, com exceção de energia. Os setores imobiliário, financeiro e de tecnologia apresentaram as maiores quedas, com perdas de mais de 2%.

As bolsas já vinham sendo pressionadas nas últimas sessões, à medida que o mercado começa a precificar os riscos que o novo governo de Trump pode trazer para a inflação americana e após o tom mais conservador na ata do Federal Reserve (Fed), divulgada na quarta-feira.

“Aumentaram as chances de que o Fed esteja perto de concluir seu ciclo de afrouxamento monetário, especialmente se a administração Trump seguir adiante com uma combinação de estagflação, com tarifas e restrições à imigração”, escreve em nota o economista-chefe para a América do Norte da Capital Economics, Thomas Ryan.

Bolsas da Europa

As bolsas da Europa fecharam em queda nesta sexta-feira, após os dados de emprego dos Estados Unidos (“payroll”) em dezembro terem vindo mais fortes do que o esperado, reforçando a preocupação do mercado de que as taxas de juros americanas devem permanecer altas por mais tempo.

Isso, somado às expectativas de uma agenda inflacionária sob o novo governo Trump, leva parte do mercado a acreditar que o corte de juros decidido pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro possa ter sido o último, afirma Richard Carter, chefe de análise de renda fixa da Quilter Cheviot.

No fechamento, o índice Stoxx 600 caiu 0,83%, aos 511,56 pontos.

O FTSE, da Bolsa de Londres, teve queda de 0,86%, aos 8.248,49 pontos, e o DAX, de Frankfurt, recuou 0,50%, aos 20.214,79 pontos.

O CAC 40, de Paris, encerrou em baixa de 0,79%, aos 7.431,04 pontos.

Antes da divulgação do relatório de emprego, as bolsas oscilavam entre ganhos e perdas, perto da estabilidade.

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