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Ibovespa cai 0,88%, mas fecha semana em alta; dólar sobe e fica próximo dos R$ 5

Na semana, o principal índice da bolsa subiu 0,23%

Olhando bolsa de valores
Bolsa fecha último pregão da semana em queda. Foto: Reprodução

A bolsa de valores fechou em queda de 0,88%, a 127.027,10 pontos nesta sexta-feira (22/03), enquanto o dólar sobe com os investidores repercutindo dados fiscais brasileiros e a confiança do consumidor em dia de agenda esvaziada, tanto aqui quanto no exterior.

Na semana, o principal índice da bolsa subiu 0,23%. Por outro lado, no mês a queda é de 1,54%, enquanto no ano o Ibovespa desce 5,33%.

Dólar

O dólar fechou em alta de 0,39%, a R$ 4,9986. Na semana, a moeda norte-americana ficou estável, enquanto os resultados para o mês e para o ano são positivos: +0,5% e + 3%, respectivamente.

No cenário global, o dólar também avançou. O DXY subiu 0,44%, a 104,46 pontos.

Ações em alta

Veja as ações que tiveram as maiores altas na bolsa de valores.

  • Alliança Saúde (AALR3) +11,90%
  • Azevedo e Travassos (AZEV3) +8,33%
  • Embraer (EMBR3) +7,93%
  • Desktop (DESK3) +7,29%
  • Azevedo e Travassos (AZEV4) +7,03%

Ações em baixa

Confira também os papéis com as maiores quedas.

  • Qualicorp (QUAL3) -10,48%
  • Viveo / CM Hospitalar (VVEO3) -10,21%
  • Lojas Marisa (AMAR3) -7,29%
  • Marfrig (MRFG3) -6,60%
  • Espaçolaser (ESPA3) -5,66%

Os rankings incluem ações com volume acima de R$ 1 milhão, que compõem ou não o Ibovespa e outros índices. As cotações foram apuradas entre as 17h05 e 17h07 e podem ter atualizações.

Bolsas mundiais: Nova York

Os mercados acionários de Nova York tiveram um tom negativo em boa parte do dia, com notícias corporativas em foco e expectativa por declarações de dirigentes do Federal Reserve  (Fed, o banco central norte-americano). Além disso, o fôlego esteve fraco, após na quinta-feira os três índices terem atingido recordes históricos de fechamento. Ainda assim, o Nasdaq marcou ganho e estendeu recorde histórico de fechamento.

O índice Dow Jones  fechou em queda de 0,77%, em 39,475,90 pontos, o S&P 500 teve baixa de 0,14%, a 5.234,18 pontos, e o Nasdaq subiu 0,16%, a 16.428,82 pontos. Na comparação semanal, o Dow Jones avançou 1,97%, o S&P 500 teve ganho de 2,29% e o Nasdaq, de 2,85%.

No setor corporativo, a ação da Nike recuou 7,00%, após a companhia de materiais esportivos informar sobre vendas estáveis no trimestre fiscal até fevereiro e projetar redução nas vendas à frente. Com isso, o papel da empresa teve o preço alvo cortado por vários agentes, como Wells Fargo, RBC Capital e Jefferies.

Tesla, por sua vez, caiu 1,15%, no dia em que a Bloomberg reportou que a companhia reduziria a produção de carros elétricos em sua fábrica na China, diante da desaceleração no crescimento das vendas e da concorrência intensa no mercado chinês. Por outro lado, FedEx avançou 7,35%, após balanço  que agradou.

Europa

As bolsas europeias fecharam majoritariamente em alta neste pregão, com o clima beneficiado por dados econômicos mais animadores da região e após comentários de autoridades sobre política monetária.

Frankfurt marcou novo recorde em reação à melhora da confiança das empresas alemãs, enquanto o índice referencial de Madri ficou perto dos 11 mil pontos.

Já as ações vinculadas ao setor de bens de consumo de luxo voltaram a pesar sobre a Bolsa de Paris e também afetaram o mercado de Milão.

Assim, em Frankfurt, o DAX subiu 0,15%, com o índice referencial alemão cravando no patamar recorde de 18 mil pontos. No fechamento atualizado o índice registrou 18.205,94. Em Londres, o índice FTSE 100 encerrou com alta de 0,61%, aos 7.930,92 pontos. O CAC 40, de Paris, teve queda de 0,34%, terminando a sessão aos 8.151,92 pontos.

Em Milão, o FTSE MIB teve variação de +0,05%, encerrando o pregão em 34.343,61 pontos. O Ibex 35, de Madri, subiu 0,70%, aos 10.943,20 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 ganhou 0,79%, aos 6.227,92 pontos.

Veja o desempenho semanal das bolsas da Europa:

  • DAX +1,50%
  • FTSE +2,63%
  • CAC 40 -0,15%
  • FTSEMIB +1,19%
  • IBEX35 +3,26%
  • PSI20 +1,58%

Dados fiscais positivos no Brasil não tiraram Ibovespa do vermelho

Nesta manhã foram divulgados dados fiscais: arrecadação de R$ 186 bilhões em fevereiro e recorde de arrecadação. “Com isso, aumenta a chance do déficit fiscal zerado neste ano. Contudo, é mais provável um déficit perto de 0,5% se o Brasil seguir crescendo acima de 2%”, diz Paulo Gala, economista-chefe do banco Master.

Os resultados de janeiro e fevereiro mostram que o governo está arrecadando mais, com destaque para a tributação dos fundos offshore, com resultado fiscal melhor do que era imaginado. “Graças à arrecadação, a situação das contas públicas também está melhor”, acrescenta o economista.

Na última década, se tornou frequente déficit primário acima dos R$ 100 bilhões. “Então, um déficit de R$ 50 bilhões ou menos seria muito bom, e o cenário está bem melhor do que o imaginado”, arremata.

Ainda assim, o impacto na bolsa de valores hoje foi apenas marginal, com Ibovespa fechando em queda.

Confiança do consumidor não impulsionou bolsa de valores

A confiança do consumidor subiu 1,6 ponto em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal, informou nesta sexta-feira (22) a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) avançou a 91,3 pontos, após dois meses de quedas.

Ainda assim, os números não impulsionaram os resultados na bolsa de valores hoje, que terminou em queda, com o Icon, índice de varejo e consumo, descendo 1,92%.

“A alta da confiança dos consumidores foi motivada pela melhora de todos os quesitos que compõem o indicador, com exceção ao de intenção de compra de bens duráveis, que recuou fortemente no mês. Esse é o primeiro resultado positivo do ano, elevando o indicador de um nível pessimista para moderadamente pessimista, acima dos 90 pontos”, diz Anna Carolina Gouveia, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

Ainda assim, em médias móveis trimestrais, o índice de confiança do consumidor diminuiu 0,6 ponto, sexto recuo consecutivo.

Nesse sentido, “apesar da melhora no mês, a dificuldade em alcançar níveis mais satisfatórios da confiança tem estado atrelado às limitações financeiras das famílias, como sugere a manutenção do indicador de situação financeira atual em níveis historicamente baixos”, complementa a economista.

Assim, em março, o Índice de Situação Atual (ISA) avançou 2,1 pontos, para 80,7 pontos. O Índice de Expectativas (IE) cresceu 1,2 ponto, para 99,1 pontos.

*Com informações do Estadão Conteúdo e Dow Jones Newswires

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