Mercado

Ibovespa fecha em alta, aos 127 mil pontos, com payroll e commodities, mas não evita queda semanal

Ibovespa e dólar avançaram com mercado repercutindo dados de emprego dos EUA, que devem ajudar a nortear decisão de juros na semana que vem

A bolsa de valores hoje fechou em alta, dando sequência aos ganhos da quinta-feira, quando o Ibovespa recuperou o patamar de 126 mil pontos. Simultaneamente, o dólar fechou em alta, tanto no Brasil quanto no cenário internacional.

O Ibovespa foi impulsionado principalmente pelo “payroll (relatório de emprego dos EUA) na medida, com criação forte de empregos e sem pressão de salário relevante”, avalia Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura.

“A alta das commodities, com o minério de ferro próximo das máximas do ano, também contribuiu para a alta do Ibovespa”, complementa Borsoi.

Assim, o principal índice da bolsa fechou em alta de 0,86%, a 127.093,57 pontos. Na máxima, o índice bateu 127,2 mil. Porém, na semana, o desempenho foi negativo: queda de 0,85%. No mês, o Ibovespa sobe quase 16%.

Dólar hoje

Dessa maneira, o dólar também avançou. A moeda norte-americana fechou em alta de 0,42%, a R$ 4,9295. No acumulado da semana, a divisa dos EUA se valorizou 1,24% na relação com o real.

Por outro lado, no cenário internacional, o dólar desceu. O DXY, que mede o desempenho da moeda ante outras divisas importantes, recuou 0,59%, a 103,54 pontos.

Ações em alta

A lista e ações em alta é liderada por empresas de diferentes setores, retratando a diversidade de setores em alta em dia de ganho importante na bolsa. A Oceanpact, empresa de serviços de monitoramento do mar para uso econômico e sustentável, teve a maior alta do dia.

Além disso, destaque para a Estapar, rede de estacionamentos, que ficou com a segunda maior alta do pregão, seguida pelo Pão de Açucar, que vem experimentando ganhos importantes ao longo da semana.

Completam a lista a petroleira Prio e a empresa do setor de educação Cruzeiro do Sul.

Veja a valorização das cinco empresas com as maiores altas do dia

  • Oceanpact (OPCT3) +8,14%
  • Estapar (ALPK3) +6,86%
  • Pão de Açúcar (PCAR3) +6,13%
  • Prio (PRIO3) +5,02%
  • Cruzeiro do Sul (CSED3) +4,18%  

Ações em baixa

Por outro lado, entre as empresas que mais perderam, destaque para as que atuam no setor manufatureiro, como a Coteminas e a Springs, que pertencem ao mesmo grupo e produzem e comercializam itens de vestuário e decoração.

Mas a pior queda fico por conta da empresa de construção e incorporação PDG, que desabou mais de 57%.

Recrusul, de maquinário para infraestrutura, e Magazine Luiza, do varejo, fecham a lista de piores quedas do dia.

  • PDG (PDGR3) -54,17%
  • Coteminas (CTNM4) -6,73%
  • Recrusul (RCSL4) -6,60%
  • Springs (SGPS3) -6,29%
  • Magazine Luiza (MGLU3) -5,75%

Os rankings contemplam ações da bolsa toda, que compõem ou não o Ibovespa e outros índices, com movimento acima de R$ 1 milhão. As cotações foram apuradas depois do fechamento, às 18h07, mas podem ter atualizações.

Bolsas mundiais: Nova York

As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta sessão de volatilidade acentuada, após relatório de emprego (payroll) e dados de expectativas de inflação dos EUA.

O índice Dow Jones encerrou a sessão com ganho de 0,36%, aos 36.247,87 pontos; o S&P 500 subiu 0,41%, a 4.604,37 pontos; o Nasdaq se valorizou 0,45%, a 14.403,97 pontos.

Em relação à sexta-feira passada, 1º, os ganhos foram de 0,01%, 0,21% e 0,69%, respectivamente. O S&P 500, em particular, subiu ao nível máximo este ano e teve a sexta semana consecutiva de alta, a maior sequência semanal positiva desde novembro de 2019, de acordo com a Dow Jones Market Data.

Europa

As bolsas da Europa fecharam em alta e o DAX, da Alemanha, renovou maior nível histórico, após queda no índice de preços ao consumidor do país reforçar expectativa de manutenção nos juros do Banco Central Europeu (BCE).

Os ganhos também receberam impulso do relatório de empregos (payroll) dos EUA, que consolidou expectativa de nova pausa no aperto monetário.

Neste cenário, o DAX fechou em alta de 0,78%, a 16.759,22 pontos, e encerrou sua sexta semana seguida de ganhos, conforme análise da CMC Markets

Em Londres, o FTSE 100 fechou em alta de 0,54%, a 7.554,47 pontos. Entre outros mercados, em Paris, o CAC 40 avançou 1,32%, aos 7.526,55 pontos; em Milão, o FTSE MIB subiu 0,94%, aos 30.403,90 pontos; em Madri, o Ibex 35 teve alta de 0,76%, aos 10.223,40 pontos; e, em Lisboa, o PSI 20 valorizou 0,58%, aos 6.567,11. As cotações são as definitivas.

Payroll e o impacto no Ibovespa hoje

Nesse sentido, a bolsa de valores hoje também foi afetada pelos dados do payroll , o relatório de emprego dos EUA, um dos documentos utilizados pelo Fed para calibrar a política monetária, divulgado nesta manhã.

A economia dos Estados Unidos criou 199 mil vagas em novembro, informou o Departamento do Trabalho. O resultado ficou bem próximo da mediana das estimativas dos analistas do mercado financeiro coletadas pelo Projeções Broadcast, de 198 mil vagas.

A taxa de desemprego, por sua vez, caiu de 3,9% em outubro para 3,7% em novembro, quando analistas esperavam estabilidade.

O salário médio por hora teve ganho mensal de 0,35% em novembro, ante expectativa de alta de 0,30% dos analistas. Na comparação anual, o ganho foi de 4,0%, como esperado.

Mercado precifica ‘corte antecipado’ de juros nos EUA

Assim, na próxima semana, haverá decisão sobre juros tanto nos EUA quanto no Brasil. O mercado precifica “corte antecipado de juros americanos ainda no primeiro trimestre de 2024, isso por conta de dados econômicos mais fracos”, avalia Alvaro Bandeira, coordenador da Comissão de Economia da Apimec.

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