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Ibovespa fecha em alta de 0,17% com recuperação da Vale; dólar passa de R$ 5

Investidores operaram com cautela vislumbrando a Super Quarta, com decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos

Olhando bolsa de valores
Bolsa fecha último pregão da semana em queda. Foto: Reprodução

A Bolsa de Valores fechou em ligeira alta de 0,17%, aos 126.954,18 pontos, nesta segunda-feira (18/03). O Ibovespa começou o dia em alta, reverteu para queda e fechou o dia praticamente em estabilidade, com quedas em Petrobras (PETR4) e recuperação das ações da Vale (VALE3). Investidores operaram com cautela vislumbrando a Super Quarta, com decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.

Por outro lado, o dólar superou o patamar de R$ 5. Na máxima do pregão, a moeda norte-americana chegou a bater os R$ 5,03, mas perdeu força e fechou a R$ 5,0259.

Ibovespa

O Ibovespa operou volátil à medida em que investidores se preparam para uma semana de decisões importantes e que afetam seus investimentos.

Na próxima quarta-feira (20), tanto o Banco Central brasileiro quanto o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), determinam o rumo da taxa de juros nas respectivas economias.

Enquanto o mercado espera um corte de 0,50 ponto percentual na Selic  e uma manutenção na atual taxa de juros dos Estados Unidos, há temores de que o Fed seja mais duro – ou hawkish – no comunicado da decisão. A alta do dólar, não à toa, representa esse temor.

Por um lado, ações como Vale (VALE3) e Klabin (KLBN11) se beneficiam de um câmbio pressionado, destaca Fabio Louzada, fundador da Eu Me Banco.

A Vale foi o destaque entre ações em alta. O papel se beneficiou de uma recuperação dos preços do minério de ferro no exterior, de mais de 4%. Assim, as ações da mineradora (VALE3) fecharam com ganho de 1,99%. As cotações foram obtidas às 17h53.

Já a Eletrobras foi o destaque negativo no Ibovespa. A preocupação do investidor, diz Alexandre Pletes, head de renda variável da Faz Capital, é com o risco de ingerência política do governo sobre a Petrobras.

As ações da Eletrobras (ELET3;ELET6) também tiveram queda de 3,84% na ON e de -3,18% na PN no mesmo horário.

Por outro lado, a principal alta do índice foi Magazine Luiza (MGLU3). O papel da varejista da família Trajano decolou 8,12%, com o mercado esperançoso por números melhores da empresa no quarto trimestre de 2023.

A principal queda do Ibovespa, contudo, era da MRV (MRVE3). A ação caiu 5,70% após uma revisão do guidance de unidades entregues pela construtora.

“Com isso, outros papéis do setor, como Cyrela ON (CYRE3) e EZTEC ON (EZTC3) caem no Ibovespa”, aponta Louzada.

Decisões de bancos centrais afetarão Ibovespa

Nesta semana, o mercado aguarda decisões de alguns bancos centrais pelo mundo: Japão e União Europeia, além de Brasil e Estados Unidos durante a Super Quarta.

Além das taxas de juros em si, os investidores devem repercutir o tom dos bancos centrais.

A alta da inflação ao consumidor e ao produtor nos Estados Unidos acima do esperado causou mais apreensões no mercado de ativos de risco, dado que isso pode significar um tom mais duro da autoridade monetária norte-americana e juros altos por um tempo mais longo do que o esperado.

Apesar disso, Itaú BBA e o banco Master acreditam que o corte virá em junho, como o projetado anteriormente. Mas a dimensão da redução ainda segue levando dúvidas.

Dólar

O dólar, por outro lado, voltou ao patamar de R$ 5, na maior cotação para a moeda desde novembro de 2022. A moeda norte-americana teve um dia forte contra outras divisas no exterior, destaca João Vitor Freitas, analista da Toro Investimentos.

A moeda norte-americana fechou em alta de 0,56% contra o real brasileiro, cotada a R$ 5,0259

No exterior, o dólar ganhou força contra os principais pares internacionais e de economias importantes. O índice DXY, que compara a moeda dos Estados Unidos contra o euro e o iene, por exemplo, subiu 0,17%, aos 103,61 pontos.

Ações mais valorizadas

Considerando todas as ações de índices da Ibovespa, o melhor desempenho da categoria veio do papel da transportadora Sequoia Logística (SEQL3). A ação subiu após a companhia divulgar a conclusão do processo de fusão com a Move3, aguardado pelo mercado para destravar valor da companhia.

Analistas explicaram que o movimento é importante para a tese de turnaround do papel.

Confira a seguir as cinco ações mais valorizadas. A lista tem como critério elencar apenas papéis cujo volume total de transações é igual a R$ 1 milhão ou superior. As cotações foram obtidas às 17h53.

  1. Sequoia Logística ON (SEQL3): +17,95%
  2. Magazine Luiza ON (MGLU3): +7,14%
  3. Lavvi ON (LAVV3): +6,00%
  4. Guararapes ON (GUAR3): +5,48%
  5. Portobello ON (PTBL3): +4,96%

Ações em queda

Por outro lado, a construtora Gafisa (GFSA3) terminou o dia na lanterna do Ibovespa. O papel entrou em queda livre de mais de 16% após o cancelamento da assembleia geral ordinária (AGO) proposta pela Esh Capital, gestora que tenta mobilizar acionistas  a votarem pela destituição do atual conselho da Gafisa.

Veja abaixo as cinco ações em queda. O ranking segue o mesmo critério da lista de ativos mais valorizados.

  1. Gafisa ON (GFSA3): -16,53%
  2. Vivara ON (VIVA3): -14,03%
  3. EMAE PN (EMAE4): -13,50%
  4. Lojas Marisa ON (AMAR3): -11,95%
  5. MRV ON (MRVE3): -5,70%

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam em alta com mais uma vez o setor de tecnologia em destaque. O entusiasmo com inteligência artificial (IA) se contrapôs à cautela que a aproximação da decisão de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) pode ter trazido, mantendo o apetite por risco em Wall Street.

No fim da tarde em Nova York, o índice Dow Jones  fechou em alta de 0,20%, a 38790,43 pontos, enquanto o S&P 500 subiu 0,63%, a 5149,42 pontos. Por fim, o Nasdaq avançou 0,82%, a16103,45 pontos.

Bolsas da Europa

As bolsas europeias fecharam perto da estabilidade com altas ou quedas leves, à medida que a cautela diluiu o impulso visto mais cedo quando dados melhores do que o esperado da China ajudaram a manter um clima mais positivo.

Em Paris, o índice referencial CAC-40 caiu, após renovar patamares históricos em sucessivos pregões da semana passada. Assim, o CAC 40 fechou em queda de 0,20%, aos 8.148,14 pontos.

O DAX, de Frankfurt, teve variação positiva de 0,01%, fechando aos 17.939,21 pontos, sem se distanciar do recorde de fechamento de 17.965,11 pontos marcado na semana passada. Em Londres, o índice FTSE 100 encerrou em baixa de 0,06%, aos 7.722,55 pontos.

O índice FTSE MIB terminou estável em 33.940,96 pontos. Por fim, o Ibex-35, de Madri, cedeu 0,01%, aos 10.597,00, enquanto que em Lisboa, o PSI 20 avançou 0,65%, encerrando o dia em 6.170,73 pontos.

*Com informações do Estadão Conteúdo e Dow Jones Newswires

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