Ibovespa fecha em alta de 0,36% com Petrobras e juros em queda; dólar cai a R$ 5,17
O movimento pode estar relacionado às reduções dos conflitos no Oriente Médio
O Ibovespa fechou em alta de 0,36%, aos 125.573,16 pontos nesta segunda-feira (22/04). O índice foi beneficiado pelo alívio sobre juros no Brasil e nos EUA. Além disso, investidores ficam atentos às falas de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, e repercutem as definições sobre pagamentos de dividendos extraordinários da Petrobras.
Isso porque os juros futuros caíram nos EUA e no Brasil. Mais cedo, no início da tarde, as taxas DI para 2025 até 2029 tinham ajuste negativo. Simultaneamente, o rendimento da Treasury de 10 anos nos EUA (título referencial) também recuava.
O movimento pode estar relacionado às reduções dos conflitos no Oriente Médio e dispersão dos riscos nos EUA de uma política monetária mais apertada até o final do ano e para os anos seguintes.
Dólar
O dólar fechou com perdas em relação ao real: queda de 0,59%, a R$ 5,1687.
O mercado também repercute juros na China e aguardam dados de Brasil e EUA para a semana, especialmente de inflação.
Da mesma maneira, no cenário externo, o DXY, índice global do dólar, recuava 0,01%, a 106,15 pontos.
Ações em alta
Veja os papéis com os maiores ganhos na bolsa de valores.
- Petz (PETZ3) +11,25%
- CVC (CVCB3) +10,94%
- Qualicorp (QUAL3) +10,20%
- Oncoclínicas (ONCO3) +4,32%
- BMG (BMGB4) +3,88%
Ações em baixa
Saiba também quais empresas tiveram as maiores quedas.
- Pague Menos (PGMN3) -4,12%
- Random SA (RAPT4) -3,39%
- HBR (HBRE3) -3,02
- Brasil Agro (AGRO3) -2,97%
- PetroReconcavo (RECV3) -2,84%
Os rankings contemplam ações da bolsa com grande volume, que pertencem ou não ao Ibovespa. As cotações foram apuradas às 17h45.
Bolsas mundiais: Nova York
As bolsas de Nova York fecharam em alta na qual ativos de risco foram impulsionados com o alívio nas tensões geopolíticas envolvendo Irã e Israel, após a ausência de novas escaladas durante o final de semana.
Desta forma, a temporada de balanços tomou as atenções, com especialistas buscando sinalizações do que podem ser os próximos passos para os resultados das empresas.
O índice Dow Jones subiu 0,67%, aos 38.239,98 pontos; o S&P 500 subiu 0,87%, aos 5.010,60 pontos; e o Nasdaq avançou 1,11%, aos 15.451,31 pontos.
Entre os balanços, a Verizon teve lucro líquido consolidado de US$ 4,7 bilhões no primeiro trimestre de 2024, abaixo dos US$ 5 bilhões registrados em igual período do ano passado. Os papéis da empresa recuaram 4,67% nesta segunda-feira.
Europa
As bolsas da Europa fecharam em alta impulsionadas por um cenário de diminuição de riscos geopolíticos, que levou o FTSE 100 a fechar na sua máxima história em Londres, após subir mais de 1%.
Entre os temas relevantes, a temporada de balanços segue observada de perto, com a semana marcada por divulgações de importantes instituições financeiras europeias.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,60%, a 502,30 pontos. O FTSE 100 avançou 1,63%, a 8.023,87 pontos, recorde histórico de fechamento.
O PSI 20, de Lisboa, subiu 3,50%, a 6.515,47 pontos. Em Madri, o Ibex 35 teve alta de 1,54%, a 10.895,20 pontos. O DAX avançou 0,64% em Frankfurt, a 17.851,39 pontos. Em Paris, o CAC 40 teve avanço de 0,22%, a 8.040,36 pontos.
A exceção foi Milão, onde o FTSE MIB recuou 0,58%, a 33.724,82 pontos.
O que mais impactou a bolsa de valores
No cenário doméstico, destaque para as falas de Roberto Campos Neto, presidente do BC, com o mercado aguardando indicações sobre o que será decidido na próxima reunião do BC.
Campos Neto reiterou a chance de reduzir o ritmo de cortes da Selic e comentou que inflação baixa é uma das melhores políticas sociais que existem.
Por outro lado, os ganhos da Petrobras (PETR3; PETR4), a principal empresa da bolsa, equilibrou o jogo, com os papéis avançando mais de 2%.
O conselho de administração da Petrobras volta a se reunir na quinta-feira (25) e deve deliberar sobre a distribuição de metade dos R$ 43,9 bilhões em proventos adicionais por ora retidos.
Essa informação foi confirmada pela própria Petrobras em fato relevante divulgado na última sexta-feira (19) após o fechamento do mercado.
Inflação e política em foco
Além disso, o foco para a semana está na divulgação do IPCA-15, programado para ser divulgado na próxima sexta-feira.
O dado prévio da inflação se soma aos números do mercado de trabalho, que têm apresentado força e podem, segundo analistas, jogar a inflação para cima.
Segundo o economista Álvaro Bandeira, “os dados preocupam o Banco Central quanto à redução dos juros”.
Além disso, “preocupam pautas-bomba no Congresso Nacional”, diz o economista. Ele se refere a projetos como a PEC que aumenta 5% os vencimentos de juízes e promotores a cada cinco anos.
Com isso, “o presidente Lula disse que vai assumir o controle das ações contra a crise com o Congresso”, ressalta Bandeira.
China também em foco
Por último, o Banco do Povo da China (PBoC) manteve as principais taxas de juros inalteradas, segundo comunicado divulgado.
Assim, a taxa de juros de referência para empréstimos (LPR) de 1 ano foi mantida em 3,45%, enquanto a de 5 anos permaneceu em 3,95%.
Em fevereiro, o PBoC reduziu a taxa de juros de referência de 5 anos de 4,20% para 3,95%, a primeira alteração realizada desde agosto.
Segundo e economista-chefe do banco Master, Paulo Gala, “isso indica que o governo está satisfeito com o comportamento da economia”.
Com isso, as atenções na bolsa de valores também estiveram em empresas de mineração e siderurgia, as mais impactadas pela demanda chinesa.
A Vale ficou estável, enquanto as pares subiram, com destaque para Usiminas, que avançou 2,32%.
*Com informações da Dow Jones Newswires e do Estadão Conteúdo
Quer entender como funciona uma bolsa de valores? Confira este curso grátis da B3.