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Ibovespa fecha em baixa de 1,59% pressionado por cenário fiscal dos EUA; dólar cai a R$ 5,64

Veja como se comportaram o Ibovespa e o dólar nesta quarta-feira (21) e o que movimentou os ativos

A disparada nos rendimentos dos Treasuries, potencializada por um leilão de demanda fraca do Tesouro americano e por preocupações com o déficit fiscal dos EUA, teve efeito direto sobre a curva local, o que afetou em cheio o Ibovespa B3 na sessão de hoje. Os juros dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) subiram em toda a curva na B3.

O índice fechou com queda de 1,59%, aos 137.881 pontos, perto da mínima do dia, de 137.538 pontos, depois de tocar os 140.109 pontos, na máxima intradiária. Receios em torno do fiscal local também ajudaram a turbinar o dia de realização na bolsa.

Ibovespa hoje

Entre as blue chips, o dia foi de correção para ações de bancos, caso dos papéis ordinários do Bradesco, que recuaram 2,26% e os PN do Itaú, que cederam 2,01%.

A queda nos preços do petróleo também pressionou para baixo os papéis da Petrobras: as PN caíram 1,12%, enquanto as ON cederam 0,85%. Já as ações da Vale tiveram perda de 1,28%, na contramão da alta nos preços do minério de ferro em Dalian.

O avanço dos juros futuros turbinou o recuo de ações domésticas na sessão. Marcopolo (-6,94%), Vamos (-6,60%), Cyrela (-5,61%) e MRV (-5,56%) lideraram as perdas na sessão. Na ponta contrária, as ações da Raízen subiram 5,95%.

O volume financeiro do Ibovespa na sessão foi de R$ 16,3 bilhões e de R$ 22,6 bilhões na B3.

Dólar hoje

O dólar à vista exibiu desvalorização frente ao real, em um movimento semelhante ao que foi observado na maioria dos mercados mais líquidos.

O temor em torno da sustentabilidade da dívida pública americana ajudou a reforçar a narrativa de venda de ativos dos Estados Unidos, o que pressionou especialmente os Treasuries.

O fluxo de saída de capital dos EUA para outros mercados, diante dessas preocupações, pode ter marcado mais uma vez a dinâmica dos mercados de câmbio.

O real passou boa parte das negociações de hoje perto da estabilidade, mas encerrou o dia relativamente forte, principalmente em relação aos pares da América Latina.

Terminadas as negociações, o dólar à vista teve queda de 0,46%, cotado a R$ 5,6431, depois de ter batido a mínima de R$ 5,6401 e encostado na máxima de R$ 5,6779.

Já o euro comercial registrou desvalorização de 0,13%, a R$ 6,3856.

No exterior, perto das 17h05, o índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, recuava 0,50%, aos 99,621 pontos.

Bolsas de Nova York

Assim como o Ibovespa, as principais bolsas de Nova York fecharam em forte queda nesta quarta-feira (21), estendendo o movimento visto durante a manhã, na medida em que o rendimento dos Treasuries avançaram com a preocupação dos agentes financeiros sobre a política fiscal americana. O desempenho dos índices piorou na medida em que os juros dos títulos de dívida avançaram, após a demanda pelo leilão de T-bonds de 20 anos vir abaixo do esperado.

No fechamento, o índice Dow Jones caiu 1,91%, aos 41.860,01 pontos; o S&P 500 teve queda de 1,61%, aos 5.844,55 pontos; enquanto o Nasdaq cedeu 1,41%, aos 18.872,64 pontos. Os setores de tecnologia (-1,78%) e saúde (-2,37%) registraram as perdas mais relevantes do dia. Apenas o setor de comunicação (+0,66%) terminou no positivo.

Os ativos da Alphabet, dona do Google, foram alguns dos únicos a terminarem o dia em alta, com as ações de classe C avançando 2,87%. Por outro lado, os piores desempenhos foram da UnitedHealth (-5,78%) e Nike (-4,12%).

O leilão de US$ 16 bilhões em T-bonds de 20 anos saiu com rendimento máximo de 5,047%, acima da média das últimas seis vendas, de 4,613%, assustando parte do mercado. A demanda foi suficiente para cobrir a oferta em 2,46 vezes (bid-to-cover), ante a média de 2,47 vezes, mas registrou baixa procura por investidores domésticos, que ficaram com 14,1% da oferta primária, contra a média 17,0% das últimas seis vendas.

O somatório do estresse causado pela incerteza com relação à política comercial americana e a baixa demanda do leilão leva o rendimento dos Treasuries próximo às suas máximas do dia. Perto das 17h04 (horário de Brasília), os juros da T-note de dez anos iam para 4,592%, de 4,491% no fechamento anterior, enquanto a taxa da T-bond de 30 anos subia para 5,09%, de 4,979%.

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