Ibovespa fecha em leve alta, mas perde quase 1% na semana; dólar sobe mais de 1% em 5 pregões e vai a R$ 5,38
Índice ficou em 119.662,38 pontos em uma semana marcada pela dúvida fiscal
O Ibovespa fechou em leve alta de 0,08%, aos 119.662,38 pontos nesta sexta-feira (14/06). Já o dólar seguiu em alta de 0,25%, cotado a R$ 5,38. O índice oscilou bastante na sessão, sensível ao noticiário político e econômico local, mas fechou o dia em leve alta, descontando pequena parte das perdas semanais (-0,91%). Durante o dia, o aceno de grandes banqueiros ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ajudou o humor dos investidores, enquanto as mudanças na direção da Petrobras pressionaram as ações da companhia.
O volume financeiro negociado na sessão (até as 17h15) foi de R$ 13,48 bilhões no Ibovespa e R$ 17,90 bilhões na B3.
Em Nova York, o S&P 500 recuou 0,04%, aos 5.431 pontos, Dow Jones fechou em queda de 0,15%, aos 38.589 pontos e Nasdaq subiu 0,12%, aos 17.688 pontos.
Dólar
O dólar à vista encerrou a sessão desta sexta-feira em leve alta, acompanhando o movimento externo de apreciação da moeda americana. Pela manhã, o real chegou a buscar recuperação das perdas recentes, diante de sinalizações de que o governo deve seguir em busca do equilíbrio fiscal.
O bom humor, no entanto, não durou, e o câmbio acabou seguindo o caminho global. O dólar acumulou alta de 1,08% desde segunda-feira, na quarta semana seguida de avanço.
Terminadas as negociações, o dólar à vista encerrou em alta de 0,28%, a R$ 5,3819, depois de ter testado a mínima de R$ 5,3451 e encostado na máxima de R$ 5,3875.
Já o euro comercial recuou 0,05%, a R$ 5,7606, mas avançou 0,18% na semana. Perto das 17h15, o índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, avançava 0,30%, aos 105,507 pontos.
Bolsas de Nova York
Os principais índices acionários das bolsas de Nova York fecharam sem direção única e próximas à estabilidade nesta sexta-feira (14). O movimento de realização de lucros em Wall Street foi impulsionado por declarações do ministro de Finanças da França, Bruno Le Maire, sobre as eleições parlamentares na França, no fim deste mês. Apesar disso, o índice Nasdaq conseguiu se manter no positivo, mesmo que de forma leve, e, assim, renovou máxima histórica.
O índice Dow Jones caiu 0,15%, a 38.519,16 pontos; o S&P 500 perdeu 0,04%, a 5.431,60 pontos; e o Nasdaq aumentou 0,12%, a 17.688,882 pontos. No acumulado da semana, o Dow Jones recuou 0,54%, enquanto os dois últimos índices valorizaram 1,58% e 3,24%, respectivamente.
Na manhã desta sexta-feira, Le Maire alertou que a economia do país pode enfrentar o risco de uma grave crise financeira caso Le Pen saia vencedora do pleito. A incerteza política provocou uma queda do índice CAC 40, da Bolsa de Paris, e fechou a sessão com recuo de 2,89%, o que também acabou contagiando a bolsa americana.
O índice de sentimento do consumidor dos Estados Unidos, também divulgado pela Universidade Michigan, contrariou as expectativas dos participantes do mercado e mostrou uma desaceleração, caindo de 69,1 pontos em maio para 65,5 em junho.
Segundo o analista de estratégia de investimento da Baird, Ross Mayfield, a queda do índice também ajudou os investidores a realizarem lucros.
“A realidade é que, mesmo neste viés altista dos mercados, haverá dias em que se fará uma pausa e em que as pessoas obterão alguns lucros. Tivemos um rali muito forte, especialmente após os índices de preços ao produtor (PPI) e os índices de preços ao consumidor (CPI) mais fracos… Acredito que seja um lugar bastante natural para fazer uma pausa após um rali bastante agressivo”, disse Mayfield em entrevista à rede americana CNBC.
No mercado acionário, as maiores quedas do dia foram da Apple (-0,82%), da Dow Inc (1,87%) e da Boeing Co. (-1,9%).
Bolsas da Europa
As bolsas da Europa fecharam em queda expressiva nesta sexta-feira, pressionadas pelas incertezas em relação às eleições convocadas pelo presidente da França, Emmanuel Macron, depois de dissolver assembleia nacional devido ao avanço da extrema-direita no país.
Investidores temem que as novas eleições possam abrir ainda mais espaço para o partido de Marine Le Pen e o governo acabar se afastando das regras fiscais da União Europeia. O Stoxx registrou a pior semana desde outubro do ano passado e o CAC de Paris perdeu mais de 6% depois da decisão de Macron.
Pressão vem também das empresas de produtos de luxo, depois que um relatório revelou que muitas marcas estão vendendo produtos com desconto na China para atrair novos consumidores depois que as vendas na Europa caíram.
Ações de empresas como Kering, Burberry, Hugo Boss, LVMH, Christian Dior, Moncler, Hermes e Richemont fecharam todas com perdas.
No fechamento, o índice Stoxx 600 caía 0,96% a 511,10 pontos, o FTSE 100 da Bolsa de Londres recuou 0,08% a 8.156,96, o Dax de Frankfurt caiu 1,34% a 18.020,49 e Paris perdeu 2,66% a 7.503,27. Na semana, o Stoxx perdeu 2,39%, o FTSE 100 perdeu 1,19%, Dax recuou 2,89% e o CAC 40 de Paris apagou expressivos 6,23%.
Kathleen Brooks, diretora de pesquisa da XTB comenta que os mercados europeus tiveram um desempenho inferior aos EUA nesta semana, com o CAC 40 ficando sob intensa pressão, com o risco da volatilidade aumentar ainda mais na próxima semana à medida que nos aproximamos da primeira rodada de eleição parlamentar da França, no dia 30 de junho.
Com informações do Valor Econômico
Para conhecer mais sobre finanças pessoais e investimentos, confira os conteúdos gratuitos na Plataforma de Cursos da B3.