Ibovespa fecha em queda, abaixo dos 121 mil pontos; dólar tem forte alta
Ibovespa ameaçou interromper sequência de quedas após corte da Selic, mas perdeu força
O mercado de risco recebeu bem nesta quinta-feira (3) a notícia de queda de 0,50 ponto percentual na taxa de juros, anunciado pelo Banco Central na noite da quarta-feira. Porém, o ânimo esfriou ao longo do pregão.
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, avançou no começo da sessão, que chegou a bater 122 mil pontos na máxima, No fechamento, porém, a situação foi diferente. O índice encerrou a sessão em queda de 0,23%, a 120.585 pontos.
Simultaneamente, o dólar subiu com força e encerrou o dia com alta de 1,94%, a R$ 4,898.
Cenário externo
Os acontecimentos além das fronteiras brasileiras estão reduzindo os ganhos da bolsa nesta quinta. Entre os eventos de destaque, além do rebaixamento dos EUA na quarta, estão a decisão sobre juros no Reino Unido e a produção de petróleo na Arábia Saudita.
O Banco da Inglaterra definiu alta de juros de 0,25 ponto percentual, mantendo a política de arrocho monetário para tentar controlar a inflação.
Além disso, a Arábia Saudita anunciou que estenderá voluntariamente a redução da produção de petróleo em 1 milhão de barris por dia. A decisão coloca algum temor relacionado ao aumento da pressão inflacionária ao redor do globo.
Com isso, os índices das bolsas de Nova York e as principais da Europa fecharam em queda. Nos EUA, o índice S&P 500 desceu 0,30%. Dow Jones caiu 0,19%. Nasdaq cedeu discretamente: -0,10%.
Na Europa, o pregão marcado pelos dados fracos de atividade do setor de serviços e com cautela após o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) derrubou os índices.
Em Londres, o FTSE 100, recuou 0,43% a 7.529 pontos, o índice DAX, em Frankfurt, também fechou em queda, de 0,79%, a 15.893 pontos. O CAC 40, em Paris, caiu 0,72%, a 7.260 pontos, e o FTSE MIB, em Milão, também teve perdas, de 0,94%, a 28.702 pontos. Em Madri, o índice Ibex 35 recuou 0,23%, a 9.307 pontos. Na Bolsa de Lisboa, o PSI 20 foi a exceção, com ganhos de 0,18%, a 5.989 pontos.
Revisão de projeções para Selic
A maioria dos analistas do mercado apontavam a queda da Selic em 0,25 ponto percentual. Com o corte acima do esperado, os analistas passaram a revisar suas projeções para os juros em 2023.
Segundo os economistas do BNP Paribas, Goldman Sachs, XP, C6 e Órama, os cortes na taxa de juros devem totalizar dois pontos percentuais neste segundo semestre, com a Selic fechando o ano em 11,75%.
Campos Neto vota por 0,50 p.p.
Quatro dos nove integrantes do Copom votaram por uma redução de 0,50 p.p.. Quatro, optaram por uma redução mais conservadora, de 0,25 p.p. Por fim, o voto de minerva recaiu ao presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, que votou por um corte mais agressivo da taxa de juros.
Impacto no Ibovespa
A expectativa é que o corte acima do esperado dê um impulso acima do esperado para os ativos de risco até o final do ano, apesar das reticências nesta quinta.
Com os indicadores econômicos também apresentando resultados melhores que o esperado, o Ibovespa já havia registrado resultados surpreendentes nas últimas semanas, e alcançou melhor desempenho em quase dois anos.
Um relatório do Itaú apontou que, se o índice conseguir ultrapassar 121.600 pontos, abrirá espaço para chegar aos 131.200 pontos.
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