Mercado

Ibovespa fecha em queda de 1,21% puxado por incerteza nos EUA; dólar fica em R$ 5,70

Índice ficou em 125.854,09 pontos; desaceleração de empregos nos EUA despertou mau humor global

O Ibovespa fechou em queda de 1,21%, aos 125.854,09 pontos nesta sexta-feira (02/08). Já o dólar teve baixa de 0,45%, cotado a R$ 5,70 após bater a maior alta desde 2021 no pregão anterior. O índice foi influenciado pelo mau humor global diante de incertezas com a economia dos Estados Unidos, após dados do “payroll” indicarem desaceleração na geração de empregos e uma alta inesperada na taxa de desemprego.

O preço do petróleo no mercado internacional também pesou sobre ações de exportadoras importantes para o índice, como Petrobras. Os papéis ordinários da companhia recuaram 3,04% e os preferenciais cederam 3,01%.

Ibovespa

O índice acumulou recuo de 1,29% na semana. Nas mínimas intradiárias, tocou os 125.731 pontos e, nas máximas, os 128.104 pontos.

O volume financeiro negociado na sessão (até as 17h45) foi de R$ 18,02 bilhões no Ibovespa e R$ 24 bilhões na B3.

Embora o minério de ferro tenha subido em Dalian, Vale ON caiu 1,39%. Liderando os ganhos, porém, ficaram papéis sensíveis aos juros, como Magazine Luiza (+7,13%), Vamos ON (+6,38%) e Petz ON (+6,14%).

Dólar

O dólar comercial recuou nesta sexta-feira, após firmar direção apenas durante a tarde, depois de uma manhã muito volátil do câmbio doméstico, que reagiu aos dados mais fracos da leitura de julho do “payroll”, o relatório oficial do mercado de trabalho nos Estados Unidos.

Embora a desaceleração do emprego indique cortes de juros mais agressivos do Federal Reserve (Fed) — o que conversaria com um dólar mais fraco —, a sessão apresentou volatilidade por conta do temor do mercado com uma possível recessão na maior economia do mundo.

Tal cenário provocou uma aversão ao risco que levou o dólar a R$ 5,7926, mas a depreciação do câmbio local não se sustentou e o real se recuperou, mas não o suficiente para evitar um recuo semanal expressivo.

Assim, o dólar à vista fechou a sessão em queda de 0,45%, mas subiu 0,91% nesta semana, cotado a R$ 5,7091. Na máxima intradiária, o dólar alcançou R$ 5,7926, maior patamar desde março de 2021, enquanto a mínima foi de R$ 5,6982. Já o euro comercial avançou 0,71% neste pregão e 1,42% na semana, a R$ 6,2299.

No exterior, por volta de 17h10, o índice DXY exibia forte queda de 1,17%, a 103,20 pontos. Contra moedas pares do real, o dólar saltava 1,16% contra o peso mexicano; subia 0,39% ante o peso chileno; e tinha forte alta de 1,17% no confronto com o peso colombiano.

Bolsas de Nova York

Os principais índices acionários de Nova York fecharam o dia em queda firme, com o Nasdaq entrando em território de correção, após dados de emprego mostrarem um desaquecimento da economia americana, despertando os temores de recessão.

Balanços também fracos dos gigantes de tecnologia forneceram pressão negativa adicional aos índices.

O índice Dow Jones caiu 1,51%, a 39.737,26 pontos; o S&P 500 recuou 1,84%, a 5.346,56 pontos; e o Nasdaq teve queda de 2,43%, a 16.776,16 pontos. No acumulado semanal, o Dow Jones caiu 2,10%, o S&P 500 2,06% e o Nasdaq 3,35%.

Entre as ações, o destaque das perdas ficou com a Intel, que fechou em queda de 26,08%, enquanto a Amazon caiu 8,8%, após ambas divulgarem balanços que decepcionaram o mercado.

Bolsas da Europa

Os mercados acionários europeus encerraram o pregão desta sexta-feira (2) em queda firme. Resultados corporativos abaixo do esperado e temores em torno de uma desaceleração mais intensa da economia dos Estados Unidos pressionavam as bolsas europeias desde o início da sessão.

No entanto, foi com os dados bem mais fracos que o esperado do relatório oficial de empregos dos EUA, o chamado “payroll”, que os mercados acionários foram às mínimas do dia, em meio às preocupações com a saúde da economia americana.

O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou a sessão em queda de 2,73%, aos 497,85 pontos, o FTSE 100, da Bolsa de Londres, caiu 1,31%, para 8.174,71 pontos; o DAX, de Frankfurt, recuou 2,33%, para 17.661,22 pontos, e o CAC 40, de Paris, cedeu 1,61%, aos 7.251,80 pontos.

Já durante a manhã, as bolsas europeias deram início à sessão com queda firme. Em relatório enviado a clientes, os estrategistas do Deutsche Bank notaram que o aumento nos pedidos semanais de seguro-desemprego nos EUA “levaram a preocupações crescentes de que a política monetária restritiva do Federal Reserve esteja começando a criar resultados mais negativos e essa narrativa recebeu impulso adicional do ISM industrial, que caiu para 46,8 pontos em julho, menor nível desde novembro do ano passado, com detalhes nos subcomponentes que também não foram particularmente bons”.

Assim, as atenções se voltaram para o “payroll”, que mostrou um desempenho bem mais fraco que o esperado pelos agentes nos dados de julho. Houve frustração na geração de postos de trabalho, nos salários e, sobretudo, na taxa de desemprego, que subiu de 4,1% para 4,3%. Nesse contexto, a aversão a risco se espalhou ainda mais e levou as bolsas europeias às mínimas do dia.

Vale notar o desempenho das ações de bancos, que foram particularmente afetadas pela aversão a risco. Em Paris, os papéis do Société Générale caíram 5,93% e os do Crédit Agricole recuaram 5,62%. Já em Londres, as ações do HSBC tiveram perda de 3,37%, enquanto as do Barclays caíram 6,19%.

*Com informações do Valor Econômico

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