Ibovespa perde fôlego com Fed, mas fecha em alta de 0,72%; dólar também sobe

A bolsa de valores operou o dia em alta, atingindo a máxima acima dos 119 mil pontos. Contudo, após a decisão do Fed de manter os juros sob o discurso de combate à inflação, o Ibovespa perdeu fôlego e encerrou o dia em alta de 0,72%, aos 118.695 pontos.

Mesmo assim, o índice conseguiu interromper a sequência de três quedas consecutivas. No pregão desta quarta, o setor aéreo e de turismo manteve bom desempenho e ajudou a bolsa a fechar no azul, com ações de Gol e Azul em alta.

Dólar hoje

O dólar firmava queda na bolsa de valores hoje, mas inverteu sua oscilação após a decisão do Federal Reserve. Ao se fortalecer, a moeda americana terminou o dia em alta de 0,15%, cotada a R$ 4,88.

O índice DXY, que mede o desempenho da moeda em relação a outros pares importantes, como o euro e o iene japonês, também se inverteu. O dólar avançou 0,15% contra as moedas de países desenvolvidos, e o DXY fechou a 105,37 pontos.

Discurso do Fed afeta Ibovespa e dólar

A decisão do FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto), braço de política monetária do Fed, de manter os juros nominais dos Estados Unidos em 5,25% a 5,50% ao ano veio em linha com a expectativa do mercado.

O tom do comunicado e, posteriormente, do discurso de Jerome Powell, indicou ainda que a autarquia pode elevar o juros mais uma vez até o final do ano. Dos 19 membros do FOMC, 12 acreditam em um avanço na taxa. Apesar do tom ser “esperado pelo mercado”, o tom mais hawkish (duro) do Fed fez o Ibovespa perder força, avalia Lucas Almeida, sócio da AVG Capital.

José Maria Silva, coordenador de Alocação e Inteligência da Avenue, nota que, para 2024, metade dos cortes antecipados pelo Fed em suas previsões “desapareceram”.

“Para 2024, os juros passaram de 4,60% para 5,10%, enquanto para 2025 foi divulgada uma taxa de 3,90% ante 3,40%”, aponta André Fernandes, sócio da A7 Capital. “Isso sugere que as taxas devem permanecer altas por mais tempo”, completa.

Para as próximas reuniões, na avaliação de Acilio Marinello, professor da Trevisan Escola de Negócios, o mercado deve ficar atento a indicadores que podem pressionar o Fed. “Indicadores como o CPI e número de empregos, por exemplo, podem fazer com que o FOMC aumente os juros em 25 bps.”

Melhores ações da bolsa de valores hoje

A maior alta da bolsa de valores no pregão de hoje foi a da Azul (AZUL4). Os papéis PN subiram +11,68%. A lista abaixo reúne as melhores ações da Bovespa no pregão desta quarta-feira. Foram considerados os ativos com volume de negociação igual ou superior a R$ 1 milhão. A lista foi atualizada às 17h36, podendo sofrer alterações.

• Azul (AZUL4): +11,68%
• Guararapes ON (GUAR3): +7,63%
• CVC ON (CVCB3): +7,62%
• GOL (GOLL4): +6,09%
• Kora Saúde (KRSA3): +5,68%

Piores ações da Bovespa hoje

Na lanterna da bolsa de valores, o papel ordinário de Pão de Açúcar (PCAR3), que sofreu desvalorização de 5,93%. As cinco piores ações da Bovespa hoje foram:

• Pão de Açúcar (PCAR3): -5,93%
• Braskem PN (BRKM5): -4,12%
• Braskem ON (BRKM3): -2,92%
• Even ON (EVEN3): -2,79%
• São Martinho ON (SMTO3): -2,12%

Bolsas Internacionais

As bolsas dos Estados Unidos fecharam em queda nesta quarta-feira, à medida em que os títulos dos Fed Funds de 10 e 20 anos ganharam fôlego após a decisão do Fed.

A Nasdaq foi a que mais sofreu desvalorização, com queda de 1,53%, aos 13.469 pontos. O índice S&P 500 caiu 0,94%, estacionando em 4.402 pontos, enquanto o Dow Jones, por sua vez, teve ligeira queda de 0,22%, para 34.440 pontos.

As bolsas da Europa subiram nesta quarta-feira, 20, após a inesperada desaceleração da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) ampliar a possibilidade de uma pausa no ciclo de aumento de juros na decisão do Banco da Inglaterra (BoE) na quinta-feira, 21.

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 fechou em alta de 0,93%, aos 7.731 pontos; em Frankfurt, o DAX subiu 0,75%, aos 15.781 pontos; em Paris, o CAC 40 subiu 0,67%, aos 7.330 pontos; em Milão o FTSE MIB subiu 1,64%, aos 29.229 pontos; em Madri, o Ibex 35 teve ganhos de 1,35% aos 9.654 pontos; e, em Lisboa, o PSI 20 cresceu 0,55% aos 6.188 pontos.

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