Ibovespa perde os 125 mil pontos e fecha no nível mais baixo desde julho; dólar renova recorde de fechamento, em R$ 5,98
Veja como se comportaram o Ibovespa e o dólar nesta quinta-feira (28) e o que movimentou os ativos
O anúncio da elevação da faixa de isenção do Imposto de Renda, acompanhado pelo pacote de corte de gastos, afastou dos agentes a visão de que o governo busca a estabilidade da dívida pública, o que gerou mais um dia de desmonte de posições e reprecificação dos ativos domésticos. O Ibovespa encerrou a sessão com queda de 2,40%, aos 124.610 pontos, perto da mínima do dia, que foi a 124.390 pontos. A última vez que o índice foi negociado abaixo dos 125 mil pontos tinha sido em 2 de julho, quando chegou aos 124.787 pontos. Já na máxima, o índice tocou os 127.668 pontos.
A subida mais expressiva dos juros futuros, que ultrapassaram os 14% em alguns vencimentos, gerou uma intensa correção nos preços de ações mais domésticas. Ações da MRV chegaram a entrar em leilão durante o pregão e fecharam o dia em queda de 14,10%, a R$ 5,30. Por outro lado, papéis de companhias com boa parte da receita em dólar, como JBS, responderam pelas maiores altas ao subir 3,35% a R$ 36,38.
Entre as blue chips, o maior recuo foi registrado pelos papéis do Bradesco PN, que caíram 4,20% a R$ 12,76. Ações da Ecorodovias passaram por leilão ao longo da sessão e terminaram o dia com queda de 19,79% a R$ 5,35. O papel foi afetado porque a companhia venceu a licitação da Nova Raposo com uma oferta que ficou cerca de R$ 1 bilhão acima do segundo lugar.
Mesmo com o mercado americano fechado devido ao feriado de Ação de Graças, o volume financeiro no índice foi de R$ 20,4 bilhões, o que ficou acima dos R$ 19.5 bilhões da sessão anterior. Já na B3, o volume financeiro bateu R$ 27,5 bilhões.
Dólar
O dólar à vista exibiu forte alta nesta quinta-feira, dando continuidade ao movimento observado ontem, em meio à decepção com as medidas fiscais apresentadas pelo governo. A divisa americana encerrou o pregão em alta de 1,30%, cotada a R$ 5,9891 – novo recorde histórico de fechamento – depois de ter encostado na máxima intradiária de todos os tempos, de R$ 6,0029.
A maior percepção de risco em relação à seara fiscal no Brasil aumentou o prêmio cobrado pelos investidores para estarem posicionados nos ativos brasileiros nesta sessão, em dia com menor participação de estrangeiros nas negociações por conta do feriado de Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos.
Mesmo sem o peso de Wall Street, a liquidez no mercado de câmbio seguiu alta, se comparada ao mesmo feriado em anos anteriores, indicando a relevância da questão fiscal para os operadores. Diante da piora na percepção de risco, o dólar chegou a bater a máxima intradiária nominal da história, superando a barreira técnica e psicológica de R$ 6, mas encerrando abaixo desse patamar.
Perto das 17h05, no mercado futuro, o dólar para dezembro exibia valorização de 0,54%, a R$ 5,9915. Até esse horário foram negociados US$ 12,5 bilhões em contratos no primeiro vencimento do dólar futuro (o mercado tem negociações até 18h30), enquanto nos últimos cinco anos o montante negociado no Dia de Ação de Graças em todo o pregão foi de US$ 8,15 bilhões.
Na sessão, o real apresentou o pior desempenho frente ao dólar, da relação das 33 moedas mais líquidas acompanhadas pelo Valor. O segundo pior desempenho é do peso colombiano, com a moeda americana exibindo valorização de 0,79% ante a divisa. Hoje, o euro comercial teve alta de 1,25%, a R$ 6,3224.
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