Mercado

Ibovespa tem queda de 3% em maio, terceiro pior ano do índice desde 2010

Índice ficou em 122.098,09 pontos puxado pela queda de ações de commodities e da Vale (VALE3)

Painel da B3 mostra cotações das ações e gráfico da tendência do dia.
Índice fechou em queda de 0,50% nesta sexta-feira (31). Foto: B3

O Ibovespa fechou em baixa de 0,50%, aos 122.098,09 pontos nesta sexta-feira (31). Queda nas ações de commodities pesaram contra a bolsa. As ações da Vale (VALE3) caíram 0,21%. Assim, o índice encerrou maio com um recuo negativo de 3,04% e de 9,01% no acumulado de 2024. Segundo dados da Elos Ayta Consultoria, é o terceiro pior desempenho do índice para os primeiros cinco meses do ano desde 2010. Somente entre janeiro e maio de 2020 e de 2013 o índice registrou quedas superiores, 24,42% e 12,22%, respectivamente.

Já o dólar teve alta de 0,81%, cotado a R$ 5,25, mesmo com dados de inflação dentro do esperado nos Estados Unidos e retomada de expectativa de cortes de juros na economia americana. A moeda norte-americana encerra maio com salto de 1,10% no acumulado mensal.

Bolsa de valores

O Ibovespa amanheceu sem tomar conhecimento dos dados de inflação positivos nos EUA. Mesmo com um aumento de preços esperado pelo mercado e tom mais otimista com possibilidade de cortes de juros ainda em 2024, o índice fechou próximo à mínima de 121.929 pontos.

Para investidores, o mês ficou marcado pela “aversão ao risco” nos investimentos. Ou seja, pela fuga de ativos de mercados emergentes, como o Brasil, em meio à incertezas econômicas como o cumprimento da meta fiscal do governo de déficit zero para este ano e a falta de demanda de minério da China.

“A bolsa, assim, chegou ao menor nível desde novembro de 2023”, diz Matheus Mesquista, sócio da One Investimentos. “Impulsionada principalmente por um corte de menor magnitude na Selic e aumento nas dívidas do governo”, completa.

Um dos principais destaques negativos do mês ficou com as ações da Petrobras (PETR3;PETR4). Marcado pela demissão do ex-presidente da estatal, Jean Paul Prates, os papéis ON e PN da petroleira recuaram -3,64% e 3,49%.

Nesta sexta-feira, contudo, as ações ON e PN da Petrobras subiram 3,78% e 2,94%. Para Rodrigo Cohen, fundador da Escola de Investimentos, o avanço dos ativos reflete “o movimento de fundos e gestores vendidos no papel zerando suas posições”.

Sinais mistos da condução da política monetária nos Estados Unidos também afetaram a bolsa de valores brasileira. Mesquita lembra que a Ata do Fomc (Comitê de Política Monetária do Fed, banco central dos EUA), fez preço no mercado doméstico.

“A ata indicou que o Federal Reserve  não descartou completamente aumento na taxa de juros. Eles também retiraram trechos da ata que apontavam que o juro americano estava no pico”, pontua.

IFIX, SMLL e BDRX em maio

ÍndiceVariação em 31/05Variação em maioVariação em 2024
IBOV-0,50%-3,04%-9,01%
IDIV-0,91%-0,99%-5,29%
IFIX+0,33%+0,02%+2,14%
BDRX+0,10%+7,32%+25,07%
SMLL-0,73%-3,38%-14,52%

Ações em alta

Dentro do Ibovespa, os frigoríficos dominaram a ponta da tabela de melhores ações do maio.

A JBS (JBSS3) foi a melhor, com valorização de 23,34% no ativo ordinário. Em seguida, A ação da Marfrig (MRFG3) subiu 19,47%. “A JBS divulgou um forte resultado, bem acima do consenso de mercado e indicando melhorias operacionais em todas as unidades de negócio”, diz Mesquita.

Fora do Ibovespa, o ranking de melhores ações da bolsa de valores foi liderado pela ação da CBA (Companhia Brasileira de Alumínio). O papel ON (CBAV3) subiu 41% no mês. O Itaú BBA elevou a recomendação da ação de neutro para compra, com preço-alvo de R$ 7 em 12 meses.

Confira, em seguida, as cinco principais altas da bolsa de valores no pregão desta sexta-feira (31) e do mês. A lista considera apenas papéis com mais de mil operações de compra e venda.

Ações em alta no pregão

  1. Biomm ON (BIOM3): +9,99%
  2. Viveo ON (VVEO3): +5,07%
  3. Armac ON (ARML3): +4,49%
  4. PetroReconcavo ON (RECV3): +4,17%
  5. JSL ON (JSLG3): +3,24%

Ações em alta em maio

  1. CBA ON (CBAV3): +40,81%
  2. Desktop ON (DESK3): +25,69%
  3. Enjoei ON (ENJU3): +24,77%
  4. Espaço Laser ON (ESPA3): 24,73%
  5. Oncoclínicas ON (ONCO3): +24,32%

Ações em queda

Por outro lado, o papel da IRB foi a ação com menor desempenho no Ibovespa em maio, caindo -25,71%. Investidores ficaram mais pessimistas com a resseguradora com os impactos das enchentes do Rio Grande do Sul pesando sobre números financeiros.

Na bolsa de valores, a lanterna foi ocupada pela ação da Americanas (AMER3).

Confira em seguida as listas de cinco ações em baixa da bolsa de valores do pregão desta sexta-feira (31) e de maio, considerando papéis do Ibovespa. O ranking segue o mesmo critério da lista anterior.

Ações em baixa no pregão

  1. Americanas ON (AMER3): -11,54%
  2. Pão de Açúcar ON (PCAR3): -7,72%
  3. Lojas Quero-Quero ON (LJQQ3): -6,30%
  4. Isa Cteep PN (TRPL4): -5,17%
  5. Portobello ON (PTBL3): -4,825

Ações em baixa em maio

  1. Viveo ON (VVEO3): -43,71%
  2. Inepar ON (INEP3): -40,49%
  3. Inepar PN (INEP4): -36,44%
  4. Infracommerce ON (IFCM3): -33,78%
  5. AgroGalaxy ON (AGXY3): -28,24%

Bolsas de valores de Nova York

As bolsas de Nova York terminaram o pregão sem direção única, pressionadas pelo desempenho mais fraco de ações de tecnologia, mas em um movimento de realização de lucros em Wall Street.

O índice Dow Jones fechou em alta de 1,51%, aos 38.686,32 pontos, enquanto o S&P 500 cresceu 0,8%, aos 5.277,51 pontos. Já o índice eletrônico Nasdaq encerrou o dia em baixa de 0,01%, aos 16.735,015 pontos.

No acumulado da semana, Dow Jones recuou 0,98%, S&P 500 caiu 0,51% e Nasdaq anotou baixa de 1,10%. Mas, no mês de maio, os principais índices acionários americanos acumularam ganhos, com alta de 2,30% do Dow Jones, avanço de 4,80% do S&P 500 e salto de 6,88% do Nasdaq.

Bolsas da Europa

Com os participantes do mercado já à espera da decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) na próxima semana, as bolsas europeias encerraram a sessão desta sexta-feira em alta, apesar da surpresa gerada pelo índice de preços ao consumidor (CPI) da zona do euro, que ficou acima do esperado. Assim, embora os juros de longo prazo tenham voltado a subir na região, os índices acionários se afastaram das máximas.

O índice pan-europeu Stoxx 600 terminou o pregão em alta de 0,32%, aos 518,17 pontos, mas caiu 0,48% na semana.

Nesse sentido, os juros de longo prazo subiram na Europa, o que afetou o desempenho das bolsas, que se afastaram das máximas do dia. Apesar disso, a maioria dos índices acionários se manteve no azul. Na Bolsa de Paris, o CAC 40 subiu 0,18%, aos 7.992,87 pontos; em Frankfurt, o índice DAX teve alta de 0,01%, aos 18.497,94 pontos; e, na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 avançou 0,54%, aos 8.275,38 pontos.

*Com informações do Valor Econômico

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