Inflação obrigou 7 em cada 10 brasileiros a cortarem itens de compra no mercado
Pesquisa Ipec encomendada pelo C6 Bank mostra que 72% dos brasileiros das classes ABC com acesso à internet eliminaram algum item da lista de compras do mercado nos últimos seis meses por causa da alta de preços. A inflação foi a razão apontada por 82% dos entrevistados para o baixo consumo.
A alta de preços fez com que consumidores tirassem do carrinho produtos como muçarela (54%), iogurte (44%), leite (37%) e óleo de soja (18%). Por sua vez, 72% não compram mais cortes de carne bovina considerados de primeira e 28% interromperam as compras de carne de segunda. Além disso, 15% dos entrevistados não colocam mais no carrinho carne suína, de frango ou peixe e 26% deixaram de levar para casa carnes processadas como linguiça e salsicha.
A pesquisa ouviu 2.000 brasileiros com mais de 16 anos em todas as regiões do País entre os dias 14 e 20 de julho de 2022. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Mamão e leite entre as principais altas
Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de julho, com alta de 22,48%. O indicador, prévia da inflação oficial, foi divulgado na terça-feira, 26, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Também entre os maiores aumentos estão o leite longa vida (22,27%) e o pepino (15,31%).
Segundo o IBGE, o maior impacto individual no IPCA-15 de julho veio do leite longa vida. O item acumula alta de 57,42% no ano e 51,69% em 12 meses. Além do leite longa vida, o item “Leite e derivados” também apresentou alta, de 11,43%, assim como os derivados requeijão (4,74%), manteiga (4,25%) e queijo (3,22%).
As recentes altas do preço do leite são explicadas pela menor oferta, segundo o “Boletim do Leite”, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Esalq/USP). O período da entressafra acontece entre o outono e o inverno e os produtores ainda enfrentam os impactos causados pelo La Niña na alimentação dos animais. O La Niña, que ocorreu no fim do ano passado, é o resfriamento das águas do Oceano Pacífico em pelo menos 0,5ºC, o que causa impacto no regime de chuvas do Brasil.
O IPCA-15 teve ligeira alta de 0,13% em julho, abaixo do 0,69% de junho. Foi a menor variação desde junho de 2020, quando houve alta de apenas 0,02%. A desaceleração reforça a expectativa, demonstrada nas projeções de economistas, de IPCA negativo no balanço completo do mês. Só que o alívio na prévia de julho ficou concentrado nos combustíveis e na conta de luz. Os alimentos voltaram a ficar mais caros.
Veja o ranking dos itens que tiveram maior aumento no IPCA-15 de julho:
- Mamão: 22,48%
- Leite longa vida: 22,27%
- Pepino: 15,31%
- Leite e derivados: 11,43%
- Melancia: 10,71%
- Maracujá: 9,91%
- Banana d’água: 9,84%
- Pera: 8,21%
- Coentro: 8,20%
- Carvão Vegetal: 8,18%