IPCA-15 avança 0,53% em novembro puxado por alimentos; gasolina volta a subir
Prévia da inflação foi puxada pelo aumento dos alimentos que já subiram 11,59% em 12 meses. O preço da gasolina voltou a avançar, após cinco meses de queda
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15) – considerado a prévia da inflação – subiu 0,53% em novembro, após alta de 0,16% em outubro. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foram publicados nesta quinta-feira, 24/11. O resultado ficou um pouco abaixo da previsão dos economistas de alta de 0,54%.
Confira os últimos resultados mensais da prévia da inflação:
No ano, o IPCA-15 acumula avanço de 5,35%. Em 12 meses, a alta de 6,17%, abaixo dos 6,85% do período imediatamente anterior nesta base de comparação. O valor segue bem acima da meta (3,5%) e do teto da meta do Banco Central que é de 5%. Em novembro de 2021, o IPCA-15 tinha subido 1,17%.
Os maiores impactos para a alta em novembro vieram dos grupos Alimentação e Bebidas e Saúde e Cuidados Pessoais. Na sequência veio o grupo Transportes, puxado pelo aumento nos preços da gasolina – que teve a principal influência individual para a prévia da inflação. Dos nove grupos pesquisados, oito tiveram variação positiva em novembro, com exceção de Comunicação, que ficou estável.
Acompanhe a variação mensal de todos os grupos pesquisados pelo IPCA-15:
- Alimentação e bebidas: 0,54%
- Habitação: 0,48%
- Artigos de residência: 0,54%
- Vestuário: 1,48%
- Transportes: 0,49%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,91%
- Despesas pessoais: 0,27%
- Educação: 0,05%
- Comunicação: 0%
Alimentos e saúde pesam mais
Os preços dos alimentos e bebidas voltaram a pesar no bolso dos consumidores brasileiros. Em novembro, o grupo avançou 0,54%, após registrar um leve aumento de 0,21% no mês anterior. Em 12 meses, comprar comida ficou 11,59% mais caro – bem acima dos 6,17% do índice geral. A alta mensal foi puxada pela alimentação no domicílio que subiu 0,60%.
Os alimentos que mais subiram em novembro foram:
- Tomate: +17,79%
- Cebola: +13,79%
- Batata-inglesa: +8,99%
- Frutas: +3,49%
No lado das quedas, destaque para o leite longa vida (-6,28%), cujos preços já haviam recuado em outubro (-9,91%).
No grupo Saúde e Cuidados Pessoais, que passou de 0,80% para 0,91%, os destaques foram os itens de higiene pessoal (1,76%), principalmente os produtos para pele (6,68%) e os planos de saúde (1,21%).
Gasolina volta a subir
O preço da gasolina voltou a avançar no IPCA-15, após cinco meses seguidos de queda. O combustível teve alta de 1,67% em novembro e respondeu pelo maior impacto individual na prévia da inflação no mês. No entanto, o valor da gasolina segue no negativo no acumulado do ano (-26,58%) e nos 12 meses até novembro (-24,17%).
A gasolina teve recuo de 0,27% em junho, de 5,01% em julho, de 16,80% em agosto, de 9,78% em setembro e de 5,92% em outubro. Essa queda foi puxada pela limitação, pelo governo federal, da cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de itens como diesel, gasolina, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo. Essa intervenção puxou artificialmente os preços para baixo.
Como um todo, os combustíveis também voltaram a subir em novembro, com alta de 2,04%. Os preços do etanol (6,16%) e do óleo diesel (0,12%) também subiram. O gás veicular (-0,98%) foi o único a apresentar queda entre os combustíveis pesquisados.
O grupo transportes como um todo avançou 0,49% em novembro, após registrar uma deflação de 0,64% no mês passado. O aumento só não foi maior por conta da redução nos preços das passagens aéreas que caíram 9,48%, ante alta de 28,17% em outubro. Essa desaceleração nas passagens contribuiu para o impacto negativo mais forte no índice de novembro. Transportes por aplicativo (-1,04%) e automóveis usados (-0,82%) também se destacaram.
Difusão
O índice de difusão – que mede a proporção de bens e serviços que tiveram aumento de preços no período – avançou no IPCA-15 de novembro. Subiu de 62,7% em outubro para 63,8%.
O que é o IPCA-15?
O IPCA-15, que é uma prévia da inflação oficial do país, é calculado com base em uma cesta de consumo das famílias com rendimento entre um e 40 salários mínimos. O índice abrange nove regiões metropolitanas, além de Brasília e do município de Goiânia. A diferença em relação ao IPCA está no período de coleta que foi de 14 de outubro a 14 de novembro de 2022 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 15 de setembro a 13 de outubro de 2022 (base).