Lula prega harmonia com o Congresso na 1ª reunião ministerial
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou ainda de respeito à Constituição, retomada dos investimentos e mais uma vez prometeu reunificar o país
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou nesta sexta-feira, 06/01, a primeira reunião com os seus 37 ministros no Palácio do Planalto. Lula afirmou que o governo tem uma tarefa árdua pela frente, pregou uma boa relação com o Congresso e disse que os membros da equipe são frutos de acordos políticos. Ele também cobrou respeito à Constituição e ao meio ambiente.
“Muitos de vocês são resultado de acordos políticos, porque não adianta a gente ter o governo tecnicamente formado em Harvard e não ter o voto na Câmara dos Deputados e não ter o voto do Senado. Nós temos que saber que nós é que precisamos ter uma boa relação com o Congresso e cada um de vocês, ministros, tem a obrigação de manter a mais harmônica relação com o Congresso Nacional”, afirmou.
Investimentos
No discurso, Lula também falou sobre a paralisação dos investimentos – como do programa de habitação ‘Minha Casa Minha Vida’ – que prometeu retomar. O presidente disse ainda que o Brasil precisa ser um país “mais saudável da massa salarial, dos pequenos e médios empreendedores, produtores rurais, da educação e da seguridade”.
“Nossa tarefa é árdua, mas uma tarefa nobre. Vamos ter que entregar esse país melhor, mais saudável”, disse.
Agronegócio
O presidente voltou a defender que o crescimento econômico pode conviver com a preservação do meio ambiente. Disse que os produtores serão “muito respeitados”, mas os que agirem fora da lei vão ser responsabilizados.
“O homem do agronegócio, os empresários de verdade que sabem a responsabilidade da produção de alimento nesse país, que sabem a necessidade da produção sem ofender ou adentrar a floresta Amazônia ou qualquer outro bioma que tem que ser protegido. Esse empresário que produz de forma responsável será por nós muito respeitado e muito bem tratado. Agora, aqueles que quiserem teimar em continuar desrespeitando a lei, invadindo o que não pode ser invadido. Usando o agrotóxico que não pode ser usado, esse a força da lei imperará sobre eles e nós vamos exigir que a lei seja cumprida”, completou.
Debate e troca de ideias
Na reunião de hoje, Lula também defendeu o debate e a troca de ideias entre os ministros para melhorar o país. Afirmou também que “não existe assunto proibido” e “nem veto ideológico”.
“Nós somos um governo de pessoas diferentes. E o que é importante que a gente pensando diferente tem que fazer um esforço para que no processo de reconstrução do país a gente pense igual. (…) Quero dizer aos líderes que dessa vez vocês não se preocupem que vocês vão ter um presidente disposto a fazer quantas conversas forem necessárias com as lideranças, com os partidos políticos, com o presidente Rodrigo Pacheco [Senado] e Arthur Lira [Câmara]. Não tem veto”, completou.
Relação com os ministros
O presidente, sem citar nenhum ministro de forma específica, disse que não deixará nenhum dos titulares das pastas “no meio da estrada” ao longo do governo. Lula, no entanto, afirmou que se alguém fizer algo de errado “será convidado a deixar o governo”.
A fala veio após reportagens sobre uma suposta relação da ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União Brasil), com um ex-militar apontado como integrante de uma milícia com atuação em Belford Roxo, no Rio de Janeiro. O prefeito da cidade, Waguinho (União Brasil), é marido da ministra. Imagens da campanha de 2018, mostram Daniela ao lado do homem, que já foi condenado por homicídio.
“Quem fizer errado, sabe que só tem um jeito: a pessoa será simplesmente, da forma mais educada possível, convidada a deixar o governo. E se cometeu algo grave, a pessoa terá que se colocar diante das investigações e da própria justiça”, disse Lula.
Desgastes
A reunião ministerial de hoje foi convocada para dar um direcionamento as declarações dos ministros e evitar novos ruídos entre eles.
O mais recente envolveu os titulares da Casa Civil, Rui Costa (PT), e da Previdência, Carlos Lupi (PDT). Após a posse, Lupi defendeu uma revisão da reforma da previdência feita durante o governo do ex-presidente Michel Temer, em 2019. Um dia depois, Costa o desautorizou e negou qualquer estudo nesse sentido.
Quer entender o que é macroeconomia e como ela afeta seu bolso? Acesse o curso gratuito Introdução à Macroeconomia, no Hub de Educação da B3.